Barbeiro fatura nos EUA, atende Renato Gaúcho e vive bastidores do Palmeiras na Copa: “Só chorei”

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A pedido do amigo Facundo Torres, Diego Henrique faz cabelo dos jogadores alviverdes, conta sobre concentração do time com toque de recolher, pedidos de Rios e resenha de Marcos Rocha

Faltavam três dias para a estreia do Palmeiras na Copa do Mundo de Clubes quando Diego Henrique desembarcou em Nova Jersey, nos Estados Unidos, a convite do amigo Facundo Torres. Carregava capa, pomadas, escovas e máquinas de corte, pronto para assumir a função de barbeiro do elenco alviverde durante a competição.

Ele atende a pedidos criteriosos, como os de Richard Rios, compartilha a resenha de bastidores e estima faturar cerca de 7 mil dólares (cerca de R$ 38 mil) com os cortes na competição, incluindo atletas de outros clubes, como Fluminense, Flamengo, Juventus e Manchester City, e até o técnico Renato Gaúcho, quando próximos ao hotel do Verdão.

Os primeiros aconteceram ainda no sábado, véspera da estreia contra o Porto, no domingo.

– É impressionante como os meninos estão concentrados. O Abel está extraindo isso deles, sabe? Tanto que não deu para todo mundo cortar no primeiro dia, porque teve toque de recolher. Deu 22h10, o Aparecido chegou e falou: bora, bora, bora. O Richard era o último e falou: pô, deixa eu fazer aqui rapidinho antes de ir para o quarto.

Rios ainda conseguiu a concessão. Além dele, atletas como Paulinho, Vitor Roque, Mauricio, Flaco López, Aníbal Moreno, Luighi e, claro, o amigo Facundo Torres, foram atendidos em uma sala montada no hotel em que o time fica hospedado em Nova Jersey.

Estêvão, cansado após o período da convocação, marcou para renovar o visual nesta quarta-feira, antes do jogo contra o Al Ahly, enquanto o técnico Abel Ferreira só deve fazer o mesmo no fim de semana, antes de enfrentar o Inter Miami.

Entre os mais exigentes, porém, o barbeiro é rápido para dizer: Richard Rios.

– A gente não pode mexer muito. Ele só faz o taper aqui na costeleta do cabelo. Sentou aqui e falou: “Diego, é o seguinte, é só aqui, pai. Eu não quero que suba nada, pai, é só aqui e o pézinho” – conta ele, apontando a lateral da cabeça.

– Mas o rei da resenha aqui é o Marcos Rocha. Chegou dizendo: “quem é o próximo?”. Era o Luighi, e ele: “Ah, pivete, sai, sai, sai”. É muito engraçado. Já foi comandando tudo, com quem faz o pagamento. E o alto astral está com os gringos, os uruguaios vêm com o som, aquelas músicas.

Diego Henrique fazendo o cabelo de Richard Ríos — Foto: Arquivo Pessoal

Diego Henrique fazendo o cabelo de Richard Ríos — Foto: Arquivo Pessoal

Na segunda-feira, ainda recebeu Samuel Xavier, Fábio, Soteldo e o técnico Renato Gaúcho antes da estreia do Fluminense, que empatou com o Borussia Dortmund no dia seguinte.

Diego Henrique conta que costuma cobrar uma média de 65 dólares por corte, mas alguns pagam a mais para auxiliar nas despesas com deslocamento e hospedagem, saindo de Orlando, onde mora, até Nova Jersey e posteriormente Miami.

Diego Henrique com Renato Gaúcho na concentração do Fluminense — Foto: Arquivo Pessoal

Diego Henrique com Renato Gaúcho na concentração do Fluminense — Foto: Arquivo Pessoal

No caso do Palmeiras, Facundo Torres que intermediou a ida do barbeiro para estar “full time” (o tempo todo à disposição) como ele descreve, com o elenco alviverde. Eles se conheceram em Orlando, onde o atacante estava antes do Verdão, e Diego contava ao uruguaio sobre o clube antes mesmo da negociação iniciar.

Na concentração, agora, tem a chance de conhecer outros nomes do elenco. Entre eles, um que destaca é Vitor Roque.

Foi o primeiro que cortei e ficou até o toque de recolher, aqui na resenha. Falou sobre o Barcelona, o Betis, como ele está feliz, como se reencontrou. Falou do tratamento do Abel com os jogadores. O Vitor Roque me surpreendeu muito.

— afirma.

Palmeirense em uma família de corintianos, Diego tinha planos de assistir aos jogos do Palmeiras na Copa do Mundo de Clubes. Com o acerto como barbeiro, porém, está credenciado da mesma forma que familiares dos atletas, por exemplo, e acompanha a principal competição do ano como nunca imaginou.

Na hora que estava vindo para cá, eu só chorava. Tive o prazer de cortar de várias delegações, seleções, Brasil, Paraguai, Chile, mas nada se comparou em cortar o Palmeiras.

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