A Febre Aftosa: Entenda a doença, seus riscos e o combate no Brasil

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A febre aftosa é uma doença viral altamente contagiosa que afeta animais de casco fendido, como bovinos, suínos, ovinos e caprinos. Embora não seja fatal para a maioria dos animais adultos, ela causa sérios prejuízos econômicos à pecuária devido à queda na produção de leite e carne, além de impor barreiras sanitárias ao comércio internacional.


O que é e como se espalha?

Causada por um vírus da família Picornaviridae, a doença se manifesta com febre, vesículas e feridas na boca, língua, focinho, tetas e entre os cascos dos animais. A principal via de transmissão é o contato direto entre animais doentes e sadios, mas o vírus também pode ser transportado por pessoas, veículos, equipamentos, vento e até mesmo por produtos de origem animal contaminados.

O vírus é extremamente resistente e pode sobreviver por longos períodos em ambientes úmidos e frios, o que dificulta o controle e erradicação.


O status do Brasil: de endêmico a livre de aftosa

O Brasil, uma das maiores potências agropecuárias do mundo, travou uma longa e bem-sucedida batalha contra a febre aftosa. Durante décadas, a doença foi um entrave para as exportações de carne brasileira. O país foi dividido em zonas sanitárias para facilitar o controle e a vacinação.

Graças a um esforço conjunto entre o governo, os produtores rurais e a sociedade, o Brasil conseguiu, ao longo dos anos, avançar para a condição de livre de aftosa com vacinação. A vacinação em massa e o rigoroso controle do trânsito de animais foram cruciais para essa conquista.

A partir de 2018, algumas unidades da federação, como Santa Catarina e, mais recentemente, o Paraná, alcançaram a condição de livre de aftosa sem vacinação, status concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Esse reconhecimento é um passo gigante para o agronegócio, pois abre as portas para mercados mais exigentes e valorizados.


A transição para o futuro sem vacina

A meta do governo brasileiro é, até 2026, suspender completamente a vacinação em todo o país. Essa decisão, embora celebrada por muitos, exige cautela e um fortalecimento ainda maior da vigilância sanitária. A ausência da vacina requer um sistema de monitoramento constante e eficaz para detectar e isolar qualquer possível foco da doença.

Os pecuaristas, por sua vez, precisam estar atentos aos novos protocolos de biosseguridade e colaborar com as autoridades para garantir que a sanidade do rebanho seja mantida.

A eliminação da vacinação contra a febre aftosa é um marco histórico para o Brasil. A conquista solidifica a posição do país como um player global de confiança no agronegócio e mostra que, com planejamento e cooperação, é possível superar desafios complexos em prol do desenvolvimento econômico.

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