Psoríase: Entenda a doença de pele que afeta milhões

A psoríase é muito mais do que uma simples irritação na pele. É uma doença inflamatória crônica e não contagiosa, que afeta cerca de 1 a 3% da população mundial. Suas manifestações podem variar de leves a graves, impactando significativamente a qualidade de vida dos pacientes.

O que causa a psoríase?

A psoríase é uma doença autoimune, o que significa que o sistema imunológico, por engano, ataca as células saudáveis do próprio corpo. No caso da psoríase, a principal área afetada é a pele.

Normalmente, as células da pele se renovam em um ciclo de 21 a 28 dias. Em pessoas com psoríase, esse processo é acelerado, ocorrendo a cada 2 a 4 dias. Essa produção excessiva de células causa o acúmulo na superfície da pele, formando as características placas avermelhadas e descamativas, conhecidas como placas eritemato-descamativas.

Embora a causa exata seja desconhecida, a ciência aponta para uma combinação de fatores genéticos e ambientais, como estresse, infecções, certos medicamentos, consumo de álcool e tabagismo.

Os tipos e sintomas da doença

A psoríase pode se manifestar de diversas formas, sendo a mais comum a psoríase em placas, que se caracteriza por lesões avermelhadas, elevadas e cobertas por escamas prateadas. Outros tipos incluem:

• Psoríase gutata: Com pequenas lesões em forma de gotas, geralmente desencadeada após uma infecção de garganta.
• Psoríase invertida: Aparece em dobras da pele, como axilas e virilha, com manchas lisas e avermelhadas.
• Psoríase pustulosa: Forma pústulas (pequenas bolhas com pus não infeccioso) e pode ser acompanhada de febre e mal-estar.
• Psoríase eritrodérmica: Forma grave e rara que atinge grandes áreas do corpo, podendo ser fatal se não tratada rapidamente.

A doença também pode afetar as unhas, causando espessamento e descolamento, e as articulações, no caso da artrite psoriásica, que causa inchaço, rigidez e dor.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da psoríase é feito por um médico dermatologista com base na análise clínica das lesões e, em alguns casos, por meio de uma biópsia de pele.

Apesar de não ter cura, a psoríase pode ser controlada. O tratamento é individualizado e pode incluir:

• Tratamentos tópicos: Cremes, pomadas e loções com corticoides, vitamina D ou retinoides para uso direto na pele.
• Fototerapia: Exposição controlada à luz ultravioleta, sob supervisão médica.
• Medicamentos orais e injetáveis (sistêmicos): Indicados para casos moderados a graves.
• Medicamentos biológicos: Uma terapia mais recente e avançada que age diretamente no sistema imunológico para controlar a inflamação.

Conviver com a psoríase

A psoríase é uma condição que exige atenção e paciência. O estigma social pode levar à ansiedade e depressão, por isso, é fundamental buscar apoio médico e psicológico. Existem diversas associações de pacientes que oferecem suporte e informação.

O tratamento adequado, aliado a um estilo de vida saudável, controle do estresse e hidratação da pele, permite que o paciente tenha uma vida normal e com as lesões controladas.