ISTs: A Importância da Prevenção Combinada e da Quebra do Silêncio
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) – termo que substitui o antigo DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) para enfatizar que nem sempre há sintomas – continuam sendo um grave desafio de saúde pública no Brasil. Causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos, as ISTs são transmitidas principalmente por contato sexual (vaginal, anal ou oral) sem proteção.
A falta de informação, o estigma e a queda no uso de preservativos têm levado ao aumento de casos de sífilis, gonorreia e até mesmo o risco de reintrodução de doenças controladas, como a poliomielite (que pode ser transmitida pela via fecal-oral, em condições de má higiene).
🔍 Principais ISTs e Seus Sinais de Alerta
As ISTs apresentam uma grande variedade de manifestações clínicas. É crucial procurar o serviço de saúde ao notar qualquer sinal, pois muitas ISTs são assintomáticas e podem causar sequelas graves se não tratadas.
| Tipo de Manifestação | ISTs Comuns | Sintomas Típicos |
| Corrimentos | Gonorreia, Clamídia, Tricomoníase | Corrimento esbranquiçado, esverdeado ou amarelado (semelhante a pus), dor ou ardência ao urinar, e coceira. |
| Feridas/Úlceras | Sífilis, Herpes Genital, Cancro Mole | Feridas nos órgãos genitais ou na boca. A sífilis primária causa uma ferida única e indolor (cancro duro), que desaparece sozinha, levando à falsa sensação de cura. |
| Verrugas | HPV (Papilomavírus Humano) | Lesões na forma de couve-flor (condiloma acuminado) nos órgãos genitais, ânus ou garganta. Alguns tipos estão associados ao câncer de colo do útero e de pênis. |
| Infecções Sistêmicas | HIV, Hepatites B e C | Sintomas variados que podem levar a danos crônicos em órgãos como fígado (Hepatites) ou comprometer o sistema imunológico (HIV/Aids). |
IMPORTANTE: Uma IST não tratada, como a gonorreia e a clamídia, pode evoluir para Doença Inflamatória Pélvica (DIP) em mulheres, causando inflamações no útero e trompas e levando à infertilidade.
💯 Prevenção Combinada: O Foco na Proteção Completa
A estratégia mais eficaz contra as ISTs é a Prevenção Combinada, que une diferentes métodos de proteção:
- Preservativos: O uso da camisinha masculina ou feminina em todas as relações sexuais (vaginal, anal e oral) continua sendo o método de barreira mais eficiente para prevenir a maioria das ISTs e o HIV.
- Testagem Regular: Fazer testes rápidos e gratuitos para HIV, Sífilis e Hepatites B e C nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) é fundamental, pois o diagnóstico precoce permite o tratamento e interrompe a cadeia de transmissão.
- Vacinação: Imunização contra o HPV (disponível gratuitamente no SUS para faixas etárias específicas, como adolescentes) e contra a Hepatite B.
- Medicamentos (PrEP e PEP):
- PrEP (Profilaxia Pré-Exposição): Uso de medicamentos diários por pessoas não infectadas, com alto risco de exposição ao HIV.
- PEP (Profilaxia Pós-Exposição): Uso de medicamentos após uma situação de risco (como sexo desprotegido ou acidentes), para evitar a infecção pelo HIV.
✅ Tratamento e Cura
É essencial saber que a maioria das ISTs tem cura (como Sífilis, Gonorreia e Clamídia), que é alcançada com o tratamento correto (geralmente antibióticos) fornecido gratuitamente pelo SUS. Para ISTs virais sem cura (como HIV e Herpes Genital), o tratamento é focado no controle do vírus, melhorando a qualidade de vida e reduzindo a transmissão.
Ao receber um diagnóstico positivo, é crucial avisar a parceria sexual para que ela também seja testada e tratada, quebrando a cadeia de infecção.
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