Oncologia Veterinária: Os Sinais de Alerta, Tratamentos e a Luta Contra o Câncer em Cães
O Câncer é, atualmente, uma das principais causas de mortalidade em cães e gatos, especialmente em animais com idade avançada. No entanto, os avanços na Oncologia Veterinária têm transformado a doença, que, em muitos casos, pode ser tratada com sucesso, garantindo ao pet mais tempo de vida e qualidade de bem-estar.
O segredo para um prognóstico positivo reside, principalmente, no diagnóstico precoce.
🔎 Os Sinais que o Tutor Deve Observar
Os sintomas de câncer em cães são inespecíficos e dependem do órgão ou tecido afetado, mas existem sinais que exigem atenção imediata do tutor:
- Caroços ou Nódulos: A presença de qualquer inchaço ou protuberância na pele, mamas, testículos ou regiões de linfonodos (pescoço, axilas e virilha) que não desaparece com o tempo.
- Feridas que Não Cicatrizam: Lesões ou úlceras na pele ou boca que persistem por semanas ou sangram facilmente.
- Alterações de Comportamento e Apatia: Desânimo prolongado, fraqueza, cansaço excessivo e falta de interesse em brincadeiras ou atividades rotineiras.
- Perda de Peso Inexplicável: Emagrecimento rápido sem mudança na dieta ou rotina de exercícios.
- Dificuldade em Funções Básicas: Problemas persistentes para comer, mastigar, respirar, urinar ou evacuar (diarreia ou constipação frequentes).
- Odores Anormais: Mau cheiro persistente na boca, orelhas ou região genital, que pode indicar infecção ou necrose de tecido tumoral.
- Dor: Sinais de desconforto ao ser tocado em certas áreas ou claudicação (manqueira), que pode indicar tumores ósseos (osteossarcoma).
🧬 Tipos de Câncer Mais Comuns
Os tumores podem ser benignos (não se espalham) ou malignos (câncer). Os tipos mais frequentes em cães são:
- Tumores de Mama: O tipo mais comum em fêmeas não castradas ou castradas tardiamente. A castração precoce é a principal forma de prevenção.
- Tumores de Pele (Cutâneos): Incluem mastocitomas (muito comuns e que podem ser agressivos), melanomas e carcinomas de células escamosas (comuns em regiões expostas ao sol, especialmente em cães de pelo claro).
- Linfoma: Câncer que afeta o sistema linfático (gânglios). Muitas vezes é silencioso, manifestando-se como inchaço em múltiplos linfonodos pelo corpo.
- Osteossarcoma: Tumor ósseo agressivo, mais comum em cães de raças grandes e gigantes.
🔬 O Leque de Tratamentos na Oncologia Veterinária
Com o avanço da Oncologia Veterinária no Brasil, os pets têm acesso a protocolos de tratamento cada vez mais sofisticados, muitas vezes combinados para maximizar a eficácia:
- Cirurgia: Principal método para remoção física do tumor, oferecendo a maior chance de cura quando o câncer é localizado.
- Quimioterapia: Uso de medicamentos para destruir células cancerígenas. Os pets geralmente toleram bem o tratamento, com menos efeitos colaterais severos do que em humanos.
- Radioterapia: Uso de radiação para destruir as células malignas, indicada para tumores que não podem ser removidos cirurgicamente.
- Eletroquimioterapia: Combinação de quimioterapia com pulsos elétricos no local do tumor, aumentando a absorção do medicamento pelas células cancerosas.
- Terapias Complementares: Acupuntura, fisioterapia e nutrição especializada são usadas para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar do pet durante o tratamento.
✅ Prevenção e Qualidade de Vida
Embora a genética e a idade sejam fatores de risco, o tutor pode tomar medidas preventivas:
- Castração Precoce: Reduz drasticamente o risco de tumores mamários e de testículos.
- Check-up Anual: Cães idosos (geralmente a partir dos 7 anos) devem realizar check-ups veterinários completos com regularidade para detecção precoce.
- Proteção Solar: Usar protetor solar específico em cães de pelagem clara ou com focinho despigmentado, e evitar a exposição solar nos horários de pico.
- Dieta e Exercícios: Manter uma alimentação balanceada e controlar a obesidade.
A mensagem mais importante é a do amor acompanhado pela vigilância. Em caso de qualquer alteração, o tempo é crucial.



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