🚨 Alerta Ambiental: Brasil Luta Contra o Tráfico Ilegal de Pássaros
A notícia de que o Brasil registra mais de 250 mil pássaros criados de forma ilegal acende um grave alerta sobre a persistência do tráfico de fauna silvestre no país. Esse número expressivo de aves mantidas em cativeiro sem autorização demonstra a dimensão do crime ambiental, que ameaça a rica biodiversidade brasileira e impõe severo sofrimento aos animais.
A Questão da Ilegalidade
A legislação brasileira (Lei nº 9.605/98 – Lei de Crimes Ambientais) é clara: é proibido retirar aves da natureza para criação doméstica. Todas as aves silvestres criadas em cativeiro devem, obrigatoriamente, ser provenientes de criatórios comerciais autorizados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) ou órgãos estaduais competentes, e devem possuir a devida documentação (anilha e registro).
O alto número de pássaros ilegais tem origem em duas fontes principais:
- Tráfico de Fauna: Captura direta de animais na natureza, muitas vezes em regiões de Mata Atlântica, Amazônia e Pantanal, para serem vendidos em rotas interestaduais ou internacionais. As apreensões recentes, como as realizadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), frequentemente encontram centenas de aves sendo transportadas em condições precárias.
- Cativeiro Doméstico Irregular: Pessoas que criam aves em casa sem o registro necessário e sem a comprovação de origem legalizada, muitas vezes por desconhecimento ou por perpetuarem a prática da captura.
O Impacto na Biodiversidade
O tráfico de aves não é apenas um crime contra o bem-estar animal; é uma ameaça direta à biodiversidade:
- Risco de Extinção: Espécies muito visadas pelo mercado ilegal, como o Azulão, o Cardeal, o Coleirinho e o Papagaio, têm suas populações na natureza drasticamente reduzidas, elevando o risco de extinção.
- Maus-Tratos: A alta taxa de mortalidade no transporte é brutal, onde a cada dez aves capturadas, nove morrem antes de chegar ao destino final, devido ao estresse, falta de água/alimento e as condições sanitárias das gaiolas.
- Rinhas: Uma prática cruel ainda flagrada pelas autoridades é o uso de aves, como galos e pássaros de canto, em rinhas clandestinas, um crime de maus-tratos associado a apostas ilegais.
A Busca pela Regularização
Veterinários e autoridades ambientais alertam que, mesmo que a espécie seja permitida em cativeiro, o tutor tem a responsabilidade de garantir a saúde e o bem-estar do animal, fornecendo espaço adequado, alimentação correta e cuidados veterinários.
O debate sobre o marco legal da criação de pássaros no Brasil tem avançado na Câmara dos Deputados. Projetos de lei buscam dar segurança jurídica aos criadores amadores e comerciais que trabalham de forma legal e organizada (que somam mais de 500 mil criadores registrados no SISPASS/IBAMA), ao mesmo tempo em que fortalecem a fiscalização contra o tráfico e a criação irregular.



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