Células-tronco avançam na Medicina Veterinária

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Terapia com células-tronco ganha espaço no Brasil e se mostra promissora em casos ortopédicos, renais e hematológicos em pequenos animais

É um excelente ponto! A terapia com células-tronco (Stem Cell Therapy) é, de fato, uma das fronteiras mais promissoras da Medicina Veterinária Regenerativa no Brasil e no mundo. O avanço tem sido rápido e os resultados, especialmente em pequenos animais, são encorajadores.


🔬 O Avanço da Terapia com Células-Tronco

As células-tronco são células indiferenciadas que têm a capacidade de se autorrenovar (dividir-se) e se diferenciar (transformar-se) em vários tipos de células especializadas (osso, cartilagem, músculo, etc.).

Na Medicina Veterinária, a aplicação mais comum é com as Células-Tronco Mesenquimais (CTMs), geralmente obtidas do tecido adiposo (gordura) ou da medula óssea do próprio animal (autólogas).

🎯 Áreas de Maior Aplicação em Pequenos Animais

A terapia com células-tronco não se limita mais apenas a cavalos de corrida (onde foi largamente popularizada) e agora tem aplicações significativas em cães e gatos:

1. Ortopedia e Doenças Articulares (Foco Principal)

  • Para que serve: É a área onde a terapia é mais estabelecida. As CTMs são injetadas diretamente nas articulações afetadas.
  • Resultados: Promovem a regeneração de cartilagem e tecido conjuntivo, têm forte ação anti-inflamatória e modulam o ambiente articular para reduzir a dor e melhorar a mobilidade.
  • Exemplos:
    • Osteoartrite/Artrose Crônica (especialmente em cães idosos).
    • Displasia Coxofemoral.
    • Lesões de ligamentos e tendões (como a ruptura do ligamento cruzado).

2. Doenças Renais

  • Para que serve: A terapia é promissora no tratamento da Doença Renal Crônica (DRC), uma condição comum em cães e, principalmente, em gatos.
  • Resultados: As CTMs atuam reduzindo a fibrose renal (cicatrização excessiva) e a inflamação, além de liberarem fatores que estimulam a reparação celular. Embora não curem a DRC, podem melhorar a função renal e a qualidade de vida do animal.

3. Condições Hematológicas (e Imunomediadas)

  • Para que serve: Usadas em condições onde o sistema imunológico está desregulado ou há necessidade de regeneração de células do sangue.
  • Resultados: As CTMs têm grande capacidade de modulação imunológica.
  • Exemplos:
    • Anemia Aplasia (falha na medula óssea).
    • Doenças imunomediadas (como Anemia Hemolítica Imunomediada), onde ajudam a “acalmar” a resposta autoimune.

4. Outras Aplicações Promissoras

  • Lesões da Medula Espinhal: Ajuda na regeneração nervosa após traumas ou hérnias de disco.
  • Doenças Oculares: Tratamento de úlceras de córnea de difícil cicatrização.
  • Doenças Cardíacas: Auxilia na recuperação após lesão miocárdica (coração).

💡 Vantagens da Terapia Autóloga (Próprio Animal)

O uso de células do próprio animal (autólogas) é a principal vantagem no contexto veterinário:

  • Risco Mínimo de Rejeição: Por ser do próprio organismo, não há risco de rejeição imunológica.
  • Segurança: O procedimento de coleta (geralmente por lipoaspiração, que é minimamente invasiva) e aplicação é considerado seguro.

O desafio atual é a padronização das técnicas de cultivo e aplicação em todo o território nacional para garantir a eficácia e o acesso.

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