O Renascimento do Gigante: Salão de SP 2025 encerra marcado pela hegemonia chinesa e a “guerra” do Híbrido Flex

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Evento abandona o formato estático do passado e aposta em test-drives; BYD e GWM roubam a cena, mas Stellantis e Toyota mostram força com a tecnologia do etanol.

Por Luís Ricardo Garcia Sapia 2 de dezembro de 2025

SÃO PAULO – As luzes se apagaram no pavilhão, mas o recado deixado pelo Salão do Automóvel de São Paulo 2025 é claro: o mercado brasileiro mudou de patamar. Encerrado neste domingo (30), o evento – que agora mescla exposição com pistas de test-drive dinâmico – serviu como termômetro para um 2026 que promete ser o ano mais competitivo da década.

O BSNotícias acompanhou de perto e traz os três pilares que definiram esta edição:

1. A “Invasão” Asiática virou Domínio

Se anos atrás as marcas chinesas ficavam nos cantos do pavilhão, em 2025 elas foram as protagonistas. A BYD teve um dos estandes mais visitados, impulsionada pelo lançamento oficial e test-drive da picape Shark (que você acompanha aqui no site). A mensagem é clara: elas não querem apenas o nicho de elétricos, querem o público do agro e das picapes médias, terreno sagrado de Toyota e Ford. A GWM e a recém-chegada Omoda/Jaecoo também mostraram agressividade, trazendo SUVs de luxo com preços que pressionam as marcas premium alemãs.

2. A Trincheira do Híbrido Flex

As montadoras tradicionais (Volkswagen, Fiat/Stellantis e Toyota) não ficaram paradas. A resposta delas à eletrificação total chinesa foi o Híbrido Flex.

  • A Fiat mostrou a linha Pulse e Fastback com o novo sistema micro-híbrido, prometendo consumo de carro popular com desempenho turbo.
  • A Toyota, pioneira com o Corolla, reforçou sua aposta no “híbrido que não precisa de tomada”, focando na praticidade para o consumidor que viaja pelo interior do Brasil onde a rede de recarga ainda é escassa.
  • A Volkswagen finalmente revelou sua nova família de compactos eletrificados, essenciais para manter a marca no topo das vendas.

3. Menos Show, Mais Volante

O antigo glamour das “supermáquinas” intocáveis deu lugar à experiência real. O público de 2025 não quer apenas tirar selfie; quer saber se o carro cabe na garagem e como ele se comporta no trânsito. As pistas de test-drive, tanto para elétricos (focadas em aceleração) quanto para off-road (focadas nas picapes e SUVs 4×4), tiveram filas quilométricas, validando o novo formato do evento.

O Veredito

O Salão de 2025 provou que o carro elétrico deixou de ser “coisa de rico” ou curiosidade tecnológica para virar uma realidade de compra. Porém, o evento também mostrou que o motor a combustão (agora ajudado por baterias e etanol) ainda tem vida longa no Brasil.

Para 2026, a briga de foice será no segmento de SUVs Médios e Picapes Híbridas. Quem ganha é o consumidor, que nunca teve tantas opções de tecnologia e preço na mesa.


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