O “Capitão” Escolheu o Filho: Bolsonaro lança Flávio à Presidência, derruba a Bolsa e encurrala Tarcísio
Ordem partiu de dentro da PF e foi confirmada por Valdemar Costa Neto: “Bolsonaro falou, tá falado”. Mercado reage mal e vê caminho facilitado para reeleição de Lula.
Por Luís Ricardo Garcia Sapia 6 de dezembro de 2025
BRASÍLIA – A direita brasileira tem um novo nome para 2026, e ele carrega o sobrenome do líder. Em uma jogada que surpreendeu o “Centrão” e desesperou a Faria Lima, o ex-presidente Jair Bolsonaro – atualmente detido na Superintendência da PF em Brasília – determinou que seu filho primogênito, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), será o candidato do PL à Presidência da República.
A informação foi confirmada na tarde desta sexta-feira (5) pelo presidente do partido, Valdemar Costa Neto. “Confirmado. Flávio me disse que o nosso Capitão ratificou sua candidatura. Bolsonaro falou, está falado. Estamos juntos”, sentenciou o cacique.
“Missão Dada”
Pouco depois da confirmação de Valdemar, Flávio Bolsonaro foi às redes sociais aceitar a convocação. Adotando um tom messiânico e de confronto, o senador afirmou que “não vai se conformar” com a situação do país.
“Eu me coloco diante de Deus e diante do Brasil para cumprir essa missão. E sei que Ele irá à frente, abrindo portas, derrubando muralhas”, escreveu o “01”, indicando que a campanha será focada na narrativa de perseguição política e religiosa.
O Fator Tarcísio e o Pânico no Mercado
A escolha de Flávio é um balde de água fria no governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Tarcísio era o favorito do mercado financeiro e de grande parte da direita moderada por ser considerado mais técnico e com menor rejeição que os filhos do ex-presidente.
A reação foi imediata:
- A Bolsa Derreteu: O Ibovespa teve seu pior pregão desde 2021. O mercado financeiro apelidou o movimento de “Fim do Trade Tarcísio”. Investidores avaliam que Flávio é um candidato mais radical e com menos chance de vitória contra Lula num segundo turno, o que paradoxalmente fortalece o atual governo.
- Tarcísio Recua: Publicamente, o governador de SP manteve a lealdade. Em conversa vazada com aliados, Flávio disse que Tarcísio garantiu apoio “para o que der e vier”. Nos bastidores, porém, sabe-se que Tarcísio foi “rifado” por não demonstrar a fidelidade canina que o clã Bolsonaro exige.
Por que Flávio?
Analistas de Brasília apontam dois motivos para a escolha de Bolsonaro:
- Sangue: Com a prisão e a inelegibilidade, Bolsonaro teme perder o controle do espólio político para alguém “de fora” (como Tarcísio). Flávio garante que o partido continue sendo uma empresa familiar.
- Foro e Blindagem: Uma candidatura presidencial (e uma eventual vitória) é a melhor proteção jurídica que a família pode ter neste momento de ofensiva do Judiciário.
A oposição agora se fragmenta. Enquanto o PL deve fechar com Flávio, partidos de centro como União Brasil e PSD, que flertavam com Tarcísio, já sinalizam que não subirão no palanque do filho do ex-presidente, podendo lançar candidaturas próprias ou negociar com o governo Lula.



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