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Autor de Renascer, Bruno Luperi explica decisão de mudar os personagens Zinha e Pastor Lívio na nova versão da novela

Na versão original, Zinho era interpretado pelo ator Cosme dos Santos

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O autor Bruno Luperi , de 36 anos, responsável pela adaptação do remake de Renascer , falou sobre as mudanças radicais na nova versão do folhetim da TV Globo . Em entrevista ao podcast Papo de Novela , o novelista comentou sobre a sua decisão de trocar Zinho , que em 1993 foi vivido por Cosme dos Santos , para a Zinha , interpretada pela atriz Samantha Jones.

“Foi nesse espaço de retratar o nosso tempo. Mulher no campo está sempre relegada à cozinha, ao serviço doméstico. E a cultura do cacau é uma cultura muito manual, ela requer uma coisa da natureza feminina. Não que um homem não possa ter. O cacau precisa dessa cultura completa: tem o momento mais intenso, mais viril, de um trabalho mais de poda, mais físico, mais braçal, e um trabalho mais manual na delicadeza, no trato, no manejo. E a Zinha está nesse espaço também. É uma menina com isso, ela aprendeu com o pai, ela cresceu com o Jupará na roça. E eu acho muito bonito poder falar das mulheres em outros lugares. Mulher não tá só ali só ali esperando pra casar, ter o filho ou dar o golpe da barriga. Acho que isso é meio anos 90” , analisou o autor.

Bruno Luperi também falou da mudança em relação ao Pastor Lívio (Breno da Matta), amigo e pupilo de Padre Santo (Chico Diaz) no remake de Renascer.

“Hoje a fé católica está em outro momento, mais desconectada da contemporaneidade. E os evangélicos estão mais presentes nisso. Eles tiveram uma capilaridade maior que os católicos de uns tempos pra cá, no Brasil, no nosso contexto. O pastor traz um valor ecumênico para a história, assim como a Inácia ser uma candomblecista” , acrescentou.

O autor ainda destaca a importância da conscientização do público através de sua obra e aponta que a diversidade em todos os âmbitos só acrescenta para contar uma boa história.

“Essa novela tem uma ambição de criar pontes, de juntar o Brasil inteiro. De não deixar que a gente caia nessa briga de facções. O país, a humanidade, tem que se entender completo na sua complexidade de religião, crença, credo, cor, raça, gênero, de tudo. Novela é exercitar um pouco a nossa intolerância ao diferente, ao novo”, completou Bruno Luperi.

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