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Brasília

COLUNA DO RICARDO VIVEIROS

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O FUTURO A NÓS PERTENCE

A vida me ensinou, ao longo destas muitas décadas de existência, que estamos sempre aprendendo. Para tanto, claro, é preciso querer o conhecimento, refletir e gerar mudanças.

A cada eleição podemos descobrir muitas coisas, além das surpresas que sempre acontecem e que, também, são importantes ensinamentos. Olhando o que aconteceu para de fato aprender, sem paixões e com isenção.

Assim, vamos aos pontos que são relevantes nestas eleições municipais que acabaram ontem. Uma festa da democracia? Sim, entretanto com um final preocupante em relação ao futuro que se apresenta sombrio.

Bolsonaro e Lula não tiveram o peso que se esperava, porque não se comprometeram tanto pensando no amanhã deles mesmos e, também, porque os eleitores não demonstraram a influência deles diante dos problemas de cada bairro, em cada cidade.

Gilberto Kassab é o grande vencedor com o PSD fazendo o maior número de prefeituras em todo o País. Ou seja, o centro cresceu em simpatia da sociedade ou, cabe destacar, ela não entrou na polarização entre direita e esquerda. Seja por falta de politização, seja por rejeitar polêmicas – e assim se acomodando contra si mesma.

Grande quantidade de prefeitos reeleitos. O que isso significa? Que fizeram bons mandatos ou que os eleitores pensaram em deixar como está, sem a preocupação com mudanças? Ou medo delas? A violência marcou estas eleições de 2024: foram mais de 300 atentados contra candidatos em todo o Brasil, incluindo mortes. 

E por falar em agressividade, candidatos que bateram nos adversários (incluindo cadeiradas) foram derrotados. Ou seja, o imaginário popular não aceita ofensas pessoais, ironias, suspeitas – embora, claro, denunciar corrupção, desmando, falta de respeito seja parte do processo, interesse da sociedade. Faltou debate de ideias, de programas, de propostas nas campanhas, nos debates. 

Pablo Marçal (PRTB), triste fenômeno eleitoral internético, não deu votos a Guilherme Boulos (PSOL). O candidato da oposição em São Paulo caiu na armadilha de participar de uma live com o adversário derrotado no primeiro turno. Nunes ganhou em todos os distritos eleitorais em que Marçal havia vencido. Flertar com adversários desagrada os eleitores.

E por falar em SP, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) mostrou mais influência política e se fortaleceu no estado que governa, do que o seu padrinho, Jair Bolsonaro (PL). Aliás, o PL foi o partido que mais colocou candidatos no segundo turno, e perdeu na maioria dessas cidades.

Fake news é coisa séria. Cabe, o quanto antes, enfrentar e vencer o problema crescente. Abstenções, votos brancos e nulos foi muito forte. O que mostra algo temeroso, existe um quadro de muita desesperança. De gente que não acredita mais na política, não quer saber de nenhum partido e nenhum candidato. O risco de apoiarem quem fala a esse contingente de pessoas, como Pablo Marçal, pode favorecer “democraturas” – governos eleitos que se comportam ditatorialmente.

Por fim, a direita esteve dividida. A esquerda também. Mas, as alianças à direita foram mais produtivas com um número maior de vitórias. À esquerda cabe se reorganizar, definir um discurso e combater o bom combate. 

O futuro a nós pertence. Que saibamos refletir sobre os resultados, tomar posições e promover mudanças de nosso interesse. Porque os oportunistas continuam agindo, agora não apenas nas sombras… 

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