COP30: técnicas regenerativas podem elevar a produtividade sem degradar novas áreas na Amazônia

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Durante a programação oficial da COP30, especialistas, produtores e representantes do setor privado discutiram caminhos para ampliar a agricultura regenerativa e práticas de baixo carbono na Região Amazônica. Os participantes destacaram que técnicas regenerativas, como plantio direto, manejo eficiente do solo e uso racional de insumos, podem elevar a produtividade e, ainda, reduzir a pressão pela abertura de novas áreas no local.

O debate ocorreu no pavilhão do Banco da Amazônia, na Green Zone, em Belém (PA), no painel “Agricultura Regenerativa e Plano Clima: o desafio de contribuir para a NDC brasileira”. Os especialistas mostraram perspectivas sobre o papel do setor agrícola na redução de emissões de gases do efeito estufa.

O executivo de agronegócios do Banco da Amazônia, Guido Bianchi, destacou a importância da agricultura regenerativa e as linhas de crédito do banco direcionadas a práticas sustentáveis.

Segundo ele, as técnicas de manejo do solo voltadas à sustentabilidade aumentam a produção e ainda reduzem custos e as emissões de carbono na atmosfera.

“Através da agricultura regenerativa, nós conseguimos aumentar a produção e reduzir custos de acordo e, logicamente, reduzir a emissão de carbono, melhorando a nossa atmosfera. E o Banco da Amazônia vem, através das políticas de crédito, incentivando essa agricultura de baixo carbono, a pecuária de baixo carbono, o ABC, que faz com que a gente possa cumprir o acordo tratado de Paris, de acordo com as diretrizes e as metas impostas pela NDC”, ressaltou Guido Bianchi.

A NDC é a sigla para Contribuição Nacionalmente Determinada – documento apresentado no ano passado, durante a última COP, que reforça o compromisso voluntário do Brasil com a redução de carbono até 2035.

Diálogo 

O painel contou com a participação de Deise Dalla Nora, da Yara Fertilizantes, Isabela Malphigui, vice-presidente de Sustentabilidade LATAM e Márcio Santos, CEO da Bayer Brasil. O debate foi mediado pela diretora técnica do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), Alessandra Fajardo.  

Além da discussão voltada à agricultura regenerativa, houve um painel com foco na transição regenerativa na agricultura familiar. Foi possível acompanhar no espaço experiências práticas da região. 

Por exemplo, o gerente de agricultura de cacau da Nestlé, Igor Mota, mostrou que as técnicas têm trazido resultados concretos entre produtores na Transamazônica a partir do projeto “Mais Inteligência, Mais Cacau”. A iniciativa atende 50 agricultores e tinha como meta alcançar 20% de matérias-primas regenerativas até 2025 – patamar que já foi superado.

O debate também contou com a participação dos agricultores Pedro e Carmen Gotargom, além do gerente de sustentabilidade da PMI, Marco Follador.

Guido Bianchi afirmou que o espaço do Banco na Green Zone tem promovido reflexões acerca da adoção de técnicas sustentáveis tanto nas propriedades rurais quanto em empresas da região.

“Fazer com que eles conheçam a agricultura de baixo carbono, implantem isso na propriedade deles e não só nas propriedades, nas empresas, nas indústrias”, disse Bianchi.
 

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