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Dia Mundial da Saúde Mental: saiba se as grandes empresas se preocupam com bem-estar dos empregados no Brasil

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Anuário da Saúde Mental nas Empresas 2024 revela queda no índice geral de preocupação das organizações com saúde mental em relação ao ano anterior.

Os 100 maiores grupos empresariais do Brasil empregam, conjuntamente, cerca de 3 milhões de pessoas e faturam quase R$ 5 trilhões.

Neste 10 de outubro, Dia Mundial da Saúde Mental, o Instituto Philos Org revela se as grandes empresas investem em ações para a promoção do bem-estar dos colaboradores.

O Anuário da Saúde Mental nas Empresas 2024 mostra que houve queda no índice geral de avaliação em relação a 2023, passando de 5,40 para 5,06.

Clique aqui para baixar o documento completo.

O estudo – que está em sua segunda edição – tem como base as iniciativas declaradas nos Relatos Integrados, documentos elaborados pelas próprias organizações para prestar contas à sociedade e, consequentemente, gerar mais valor ao negócio.

Entre os oito setores analisados, o Financeiro aparece positivamente na liderança com um índice de 11,34, um aumento em relação ao ano anterior (11,09).

Em segundo lugar, o setor de Telecom, Tecnologia e Comunicação (7,81) teve a maior variação entre os avaliados, subindo 26% em relação a 2023.

Completam o ranking o Comércio (6,08),Indústria (4,98) e Energia e Recursos Naturais (3,44).

Na ponta oposta, com os piores índices, aparecem a Indústria de Alimentos e Bebidas (2,79) e o setor Agropecuário (1,91).

Os Relatos Integrados das empresas desses dois grupos trazem poucas informações a respeito das ações desenvolvidas no âmbito da saúde mental.

Entre 2020 e 2022, os transtornos mentais representaram a terceira maior causa de afastamento de trabalhadores no Brasil.

Em alguns setores da economia, como o Financeiro, isso representa 68% do total de pessoas afastadas.

Os dados são do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho.

“O tema Saúde Mental esteve na agenda das grandes corporações durante a pandemia e no pós-pandemia.

Com o fim desse período, a pauta tem saído de cena, o que ajuda a explicar a queda no índice de preocupação das empresas em relatar o que tem sido feito nessa temática.

Reforçamos que a saúde mental não pode ser encarada de forma sazonal”, analisa Carlos Assis, fundador do Instituto Philos Org e editor do Anuário.

Detalhamento por setor:

O setor Financeiro aparece com folga no topo do ranking do Anuário Saúde Mental nas Empresas 2024.

Na liderança está o banco Itaú, com índice de 14,43, seguido de Bradesco (13,76) e Banco do Brasil (13,71).

Enquanto essas instituições puxaram o índice do setor para cima, CAIXA (4,33) e Banrisul (3,81) apresentaram notas consideravelmente baixas.

O BTG Pactual, estreante na edição, obteve a pior nota do setor (3,29).

Entre as empresas de Tecnologia, Telecom e Comunicação, a liderança ficou para a Telefônica Brasil/Vivo que aumentou em quase 10% seu índice geral (10,24) em relação ao ano anterior.

A Globo (8,52) também se destacou, subindo cinco casas no ranking.

As empresas Oi (5,38) e Claro (1,52) apresentaram desempenho pior do que em 2023.

Terceiro colocado no ranking geral, o Comércio tem como líder as Lojas Renner (8,62), seguida por Assaí (8,00) e Raia Drogasil (7,76).

Chama a atenção o Grupo Pão de Açúcar (6,90) que, de líder setorial no último ano, caiu para o 4º lugar em 2024.

Magazine Luiza (1,95) e Drogarias DPSP (1,86) aparecem nas últimas colocações do setor.

Na Indústria, a Gerdau assumiu a liderança nessa edição com índice de 12,33.

A Usiminas, primeira colocada no ano anterior, caiu para a segunda colocação (8,90).

É do setor de Energia e Recursos Naturais a maioria das empresas avaliadas, e a Vibra apareceu na primeira colocação (13,95) com ótimas ações de promoção da saúde mental entre colaboradores, o que a colocou na segunda posição no ranking geral.

Em Alimentos e Bebidas, a Ambev (13,33) se manteve na hegemonia, com índice duas vezes maior do que a segunda colocada, a Marfrig (6,24).

Outras empresas, contudo, apresentaram relatórios que pouco falavam sobre suas ações na promoção da saúde mental de seus empregados, como é o caso da JBS, última colocada e com nota de 2,05.

Entre as empresas de Serviços, Transporte e Logística, o Grupo CCR (5,71) apareceu na liderança, seguido por Rede D’Or São Luiz (4,67).

Por fim, aparece o Agronegócio com um desempenho consideravelmente inferior a 2023.

A Lar Cooperativa Agroindustrial liderou o ranking com índice de 2,14.

Comparativo com o ano anterior

Em relação a 2023, é possível notar uma flutuação no ranking.

O atual líder em iniciativas de saúde mental, Itaú Unibanco, saiu da quarta colocação para ocupar a liderança em 2024.

A Vibra, segunda colocada neste ano, figurou na 35ª posição no Anuário do ano anterior.

Vale lembrar que não é possível afirmar que estas empresas deixaram de promover ações voltadas à promoção da saúde mental entre seus colaboradores, somente que não deram prioridade na comunicação desse tema em seus Relatos Integrados.

Sobre o Anuário

Essa é a segunda edição do Anuário Saúde Mental nas Empresas.

O estudo, elaborado pelo Instituto Philos Org, surgiu antes mesmo da promulgação da Lei 14.831/2024 que estabelece o Certificado de Empresa Promotora da Saúde Mental.

A metodologia do Anuário cobre integralmente os pontos elencados na legislação, que ainda carece de regulamentação.

Para elaboração do ranking foram considerados critérios como: programas de promoçãode saúde mental e física, desenvolvimento de lideranças em saúde mental,disponibilização de psicoterapia, suporte psiquiátrico e psicológico, ações de psicoeducação, práticas alternativas, grupos de afinidade e ações em comunidade, canais de atendimento e psicometria, pesquisas e censos.

O fundador do Instituto Philos Org e editor do Anuário, Carlos Assis, explica que não basta a uma empresa a adoção de um conjunto de práticas ESG.

É preciso haver uma filosofia que direcione o comportamento ético da liderança e da organização, além de atravessar toda a estratégia e as ações da empresa.

“Em relação à saúde mental, vemos, em algumas organizações, programas com belas ações aparentes que não se confirmam na cultura e no cotidiano das relações com seus funcionários.

Nosso propósito é iluminar o que tem sido feito de melhor para inspirar e influenciar as demais organizações na adoção de uma estratégia verdadeira e efetiva para a saúde mental dos colaboradores”, afirma.

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