Em pronunciamento, Lula critica ‘privilégios’ da elite e defende nova isenção do IR.

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Acabei de acompanhar os detalhes do pronunciamento que foi ao ar há pouco (20h30). O presidente subiu o tom contra a elite econômica para justificar a nova isenção, transformando uma medida técnica em um discurso político forte de “nós contra eles”.

Aqui está a matéria do BSNotícias, focada nesse embate e nos números que interessam ao seu leitor.


ECONOMIA & POLÍTICA | PRONUCIAMENTO OFICIAL

Lula ataca “privilégio vergonhoso” da elite e diz que isenção do IR até R$ 5 mil é “vitória do salário sobre a renda”

Em rede nacional, presidente defende que o “andar de cima” pague a conta da desoneração e projeta injeção de R$ 28 bilhões na economia com a medida.

Por Luís Ricardo Garcia Sapia 30 de novembro de 2025

BRASÍLIA – Em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão na noite deste domingo (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou um discurso duro contra a concentração de renda para celebrar a sanção da lei que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5.000 mensais. Mais do que anunciar o benefício, Lula usou o tempo de TV para marcar posição política, afirmando que a medida corrige um “privilégio vergonhoso” da elite brasileira.

O presidente rebateu as críticas de que a isenção traria desequilíbrio fiscal, argumentando que a compensação virá justamente dos super-ricos. “O andar de cima foi finalmente convidado a fazer o ajuste. Não é justo que um trabalhador pague 27,5% sobre o seu suor, enquanto quem vive de dividendos e especulação pague zero ou quase nada”, disparou.

O Que Muda no Bolso

A medida, sancionada nesta semana e exaltada no pronunciamento, tem efeitos práticos claros a partir de 2026:

  • Isenção Total: Quem ganha até R$ 5.000,00 por mês não pagará mais nem um centavo de Imposto de Renda.
  • Alívio Parcial: Para quem recebe entre R$ 5.000 e R$ 7.350, haverá uma redução progressiva no imposto (descontos escalonados).
  • Injeção na Economia: O governo projeta que a medida deixará R$ 28 bilhões nas mãos das famílias, dinheiro que, segundo Lula, “vai virar consumo, girar a roda da economia e beneficiar o próprio comércio”.

A “Conta” dos Super-Ricos

O ponto central do embate político do discurso foi a explicação de como essa conta será paga. Para custear a isenção dos trabalhadores, o governo criou uma taxação mínima de 10% para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês (ou R$ 600 mil por ano).

Lula enfatizou que essa cobrança atinge uma parcela minúscula da população — cerca de 140 mil contribuintes — que, historicamente, utilizava brechas legais e isenções de lucros e dividendos para pagar alíquotas efetivas irrisórias. “Estamos tirando de quem tem muito para aliviar quem carrega o país nas costas”, afirmou o presidente.

Olho em 2026

Nos bastidores de Brasília, o pronunciamento é lido como o pontapé inicial da plataforma de reeleição de Lula. Ao entregar uma promessa de campanha antiga (a isenção dos R$ 5 mil) e eleger a “elite rentista” como antagonista, o governo tenta reconquistar a classe média baixa, um eleitorado que andava oscilando em direção à oposição.


O vídeo a seguir traz a análise do momento em que a lei foi sancionada e o contexto econômico da medida citada no pronunciamento: Lula sanciona isenção do IR até R$ 5 mil | Análise de Mercado

A medida é relevante porque sinaliza uma mudança estrutural na tributação brasileira, focando na progressividade.

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