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Ilva Niño deu origem a personagem marcante em primeira montagem de O Auto da Compadecida

No teatro, atriz guarda títulos e personagens importantes além de ter fundado casa de cultura no Rio

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Saiu de cena hoje, aos 89 anos, no Rio de Janeiro, a atriz e diretora Ilva Niño (1937-2024), presença marcante no teatro brasileiro que nas últimas décadas marcou sua presença em diversos títulos do audiovisual, entre eles Cheias de Charme (2012) e participação marcante em um dos episódios decisivos de O Outro Lado do Paraíso (2018), entre outros.

Fora das telas, contudo, a atriz marcou a história da dramaturgia nacional ao dar vida a duas personagens de peso do teatro musical. Niña foi a primeira intérprete da Mulher do Padeiro, personagem clássica de O Auto da Compadecida , uma das obras primas criadas pelo escritor paraibano Ariano Suassuna (1927-2014) e imortalizada nas telas por Denise Fraga.

Posteriormente nomeada de Dorinha, na literatura teatral a personagem foi ganhando mais espaço à medida que novas montagens foram sendo encomendadas e Suassuna foi revisando o texto, se tornando uma das mais carismáticas e lembradas.

Niña foi a primeira intérprete da personagem na montagem original de 1956 em Pernambuco, tendo deixado a produção em meados daquele mesmo ano e retornando em 1957 ao elenco, no qual ficou até meados de 1959.

Ilva Niño em Cabaré da Humanidade

Já no Rio de Janeiro, estrelou montagens importantes, como a primeira adaptação do clássico Casa Grande e Senzala para os palcos, e Ópera do Malandro , em 1978, onde deu vida à prostituta Dóris Pelanca, uma das responsáveis pela revolta no cabaré dos arcos dentro do musical de Chico Buarque de Hollanda. Niño repetiu o papel na versão cinematográfica da obra dirigida por Ruy Guerra em 1985.

A partir da década de 1980, a presença da atriz em cena se torna mais espaçada em obras de maior ou menor repercussão. Sua última passagem pelos palcos se deu em 2016, quando dirigiu e protagonizou Cabaré da Humanidade , musical escrito por seu filho, Luiz Carlos Niño (1965-2005), morto aos 40 anos vítima de uma cirrose.

O espetáculo cumpriu temporada no Rio de Janeiro, na casa de cultura Niño de Artes Luiz Mendonça, na Lapa, zona central. O espaço foi fundado pela atriz em homenagem ao marido, o ator Luiz Mendonça (1931-1995), com quem foi casada por 15 anos.

Ilva Niño sai de cena como atriz de trajetória tão mutante quanto a vida que levou desde que nasceu na pequena cidade de Floresta, em Pernambuco, e, ainda pela região, desbravou os campos de cana de açúcar desenvolvendo projetos de educação e divulgando a arte regional, até precisar fugir de uma variação pernambucana do Comando de Caça aos Comunistas, que fizeram com que fosse ao Rio para construir carreira celebrada neste 12 de junho de 2024.

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