Leishmaniose: a doença transmitida pelo mosquito-palha que desafia a saúde pública
A leishmaniose é uma doença parasitária que afeta tanto humanos quanto animais e representa um sério problema de saúde pública em diversas partes do mundo, incluindo o Brasil. A doença é causada por um protozoário do gênero Leishmania e transmitida pela picada da fêmea do mosquito-palha, cientificamente conhecido como flebotomíneo.
Duas formas da doença e seus sintomas
A leishmaniose se manifesta em duas formas principais, cada uma com sintomas e gravidade distintos:
- Leishmaniose Visceral (LV): É a forma mais grave da doença e, se não tratada, pode ser fatal em mais de 90% dos casos. O protozoário se aloja em órgãos internos, como o baço, fígado e medula óssea. Os sintomas mais comuns são febre prolongada e irregular, perda de peso, aumento do baço e do fígado, fraqueza, anemia e palidez. A LV afeta principalmente crianças e pessoas com o sistema imunológico debilitado. No Brasil, o cão doméstico é considerado um dos principais reservatórios da doença.
- Leishmaniose Tegumentar (LT): É a forma mais comum e se caracteriza por lesões na pele e mucosas. Geralmente, duas a três semanas após a picada do mosquito, surge uma pequena elevação avermelhada na pele que evolui para uma úlcera com bordas elevadas e fundo granuloso. As lesões podem ser únicas ou múltiplas. Em casos mais graves, a doença pode atingir as mucosas do nariz, boca e garganta, causando deformidades.
Transmissão e prevenção
A transmissão da leishmaniose não ocorre de forma direta de pessoa para pessoa, nem de animal para animal ou de animal para pessoa. O ciclo da doença depende da picada do mosquito-palha, que se infecta ao sugar o sangue de um animal ou pessoa doente e, depois, transmite o parasita para um novo hospedeiro.
A prevenção da leishmaniose é complexa e exige uma abordagem multifacetada:
- Combate ao vetor: Ações de controle do mosquito-palha são essenciais. Isso inclui a limpeza de quintais e terrenos, a destinação adequada do lixo orgânico e o uso de telas e mosquiteiros em residências.
- Proteção pessoal: Usar repelentes de insetos, especialmente ao amanhecer e ao anoitecer, e vestir roupas que cubram a maior parte do corpo em áreas de risco.
- Cuidados com animais: A vacinação e o uso de coleiras repelentes são medidas importantes para proteger os cães, que são reservatórios da doença, e reduzir a chance de transmissão.
Tratamento e diagnóstico
O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento, que é gratuito e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). A terapia é feita com medicamentos específicos que, apesar de não eliminarem o protozoário por completo do organismo, conseguem controlar a doença e reduzir a carga parasitária.
A leishmaniose continua a ser um desafio para o Brasil, com o Ministério da Saúde lançando painéis para monitorar casos e óbitos. Se você notar qualquer sintoma, principalmente lesões na pele que não cicatrizam ou febre prolongada, procure um serviço de saúde para o diagnóstico e tratamento adequados.
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