BH e Região Metropolitana
Milhares de pessoas participaram do 1° Festival do Clima de BH
Durante cinco dias, o Parque Municipal Américo Renné Giannetti, outras áreas verdes e equipamentos da cidade foram palco de discussões sobre as mudanças climáticas e os seus impactos no meio ambiente Filmes, palestras, oficinas, atividades interativas, shows e gastronomia exploraram o tema de diferentes formas, buscando a aproximação e conscientização de um diversificado público que prestigiou o 1° Festival do Clima de BH
Durante cinco dias, o Parque Municipal Américo Renné Giannetti, outras áreas verdes e equipamentos da cidade foram palco de discussões sobre as mudanças climáticas e os seus impactos no meio ambiente. Filmes, palestras, oficinas, atividades interativas, shows e gastronomia exploraram o tema de diferentes formas, buscando a aproximação e conscientização de um diversificado público que prestigiou o 1° Festival do Clima de BH.
As mostras de cinema do Festival Natureba foram sucesso, principalmente entre as crianças. Alunos de escolas municipais assistiram a sete curtas exibidos durante todo o festival. “Achei os filmes bem legais, interessantes e criativos. O que eu mais gostei foi o que a menina ficava reciclando, ajudando o meio ambiente. Podemos ajudar o meio ambiente não jogando lixo nas ruas, não poluindo os lagos. Temos que cuidar para os animais não morrerem e nem as árvores e os rios secarem”, contou Júlia Maria do Nascimento, de 10 anos.
O público adulto também prestigiou os curtas e longas exibidos, dentre eles, “Rejeito” com a temática dos impactos da mineração para as comunidades, tendo como fundo as tragédias em Mariana e Brumadinho.
Práticas interativas para as famílias
As oficinas também trataram de assuntos muito presentes no cotidiano de todos, como questões relacionadas ao descarte correto de resíduos, cuidados com a fauna e flora e também o fogo, que nos períodos mais secos torna-se uma ameaça muito presente, principalmente em áreas verdes da cidade. Além de acabar com a biodiversidade desses espaços, desequilibrando todo o ecossistema, os incêndios podem causar graves acidentes, inclusive estendendo-se para casas próximas.
Patrícia Martins Ferreira Diogo estava com a família no evento e conta a experiência de ver seu filho participando da “Oficina do Fogo”. “Eu achei essa programação ótima. Eu tenho um filho autista e ele se divertiu muito. Eu amei vê-lo brincar, aprendendo um pouco mais sobre os bichos, sobre essa questão do fogo. Ele até falou que quer ser bombeiro. É muito importante trazer essas temáticas para as crianças porque a gente vê muitas pessoas judiando de animais, colocando fogo na natureza e eles já começam desde cedo a ver que isso é errado. Ele aprendeu hoje que não pode jogar o lixo em qualquer lugar e que, principalmente, não pode colocar fogo nas matas”, explicou.
A oficina integra as atividades do Coletivo Ambientar, formado pela Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB), gerências de Educação Ambiental e de Uso Público e Eventos, em parceria com o Departamento de Meio Ambiente da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte, ONG Brigada 1 e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
“Apresentamos aqui a ‘Oficina do Fogo’ e foi fantástico, as crianças participaram bastante. Elas ficam muito curiosas em ver os equipamentos e vestir a gandola com o capacete. E o ato, mesmo que simbólico, de apagar o fogo acaba plantando a semente na cabeça dos pequenos para que futuramente eles tenham esse compromisso de proteger a natureza de todas as formas. Queria agradecer a Fundação por esse evento, que traz o pertencimento. Estamos vivendo esse momento de crise climática e as pessoas vendo de perto o assunto, ainda com outros atrativos como a gastronomia, oficinas e shows chama, ainda mais, a atenção para toda essa causa”, explicou Humberto Macedo, voluntário e integrante da diretoria da Brigada 1.
Outra atividade que agradou os visitantes, foi o circuito de jogos ambientais e exposições, que apresentou as espécies de animais e plantas encontrados nos parques. “A primeira edição do Festival superou nossas expectativas. Atendemos um público diverso que foi desde crianças até idosos, além de escolas. Apresentamos a biodiversidade com fotos, peças como dente de jacarés, troca de pele de serpente, sementes e troncos de árvores para que as comunidades tenham esse pertencimento de uma fauna e flora riquíssima que temos ao nosso redor. As pessoas se surpreendem com a biodiversidade e os serviços ambientais que os animais prestam na natureza”, contou Tatiane Almeida, bióloga e educadora ambiental da divisão de Educação Ambiental da FPMZB.
Consumo consciente e qualidade alimentar
Os debates também estiveram em alta, explorando o consumo consciente, hábitos alimentares e políticas públicas para a sustentabilidade. “A educação é a base para que a gente possa trazer a real mudança que a gente quer. Estamos vendo as alterações climáticas e tudo que está acontecendo, são várias questões envolvidas. O fato é que nós conseguimos fazer a diferença sim, não estamos perdidos. Essa mudança está nas nossas mãos, nós podemos fazer. Por exemplo, a questão dos resíduos, nós podemos utilizá-lo para fazer adubo e criar uma horta comunitária. É uma produção sem veneno, isso é uma beleza. Temos muitas opções e podemos usá-las, explicou a ativista do Greenpeace, Talita Ribeiro, durante o debate de encerramento “Gastronomia Ambiental e Comida de Verdade”.
A gastronomia e produtos veganos também agradaram o público presente. A Feira de Adoção de animais também esteve cheia durante todo o dia. Para fechar bem à tarde, shows que mesclaram a beleza do jazz, com a harpista Arícia Ferigato Quarteto, e muita música de qualidade com MPB e ritmos variados, cantados por Rayra Miranda.
Ao final, os visitantes saíram satisfeitos, envolvidos com os temas e destacaram a importância de ações que explorem a sustentabilidade em toda a cidade. “Eu achei que o tema foi muito bem colocado e ele dá uma chacoalhada na gente. Precisamos que isso aconteça mais vezes para que possamos ser chacoalhados outras vezes porque voltamos para a rotina e o assunto passa. Precisamos de mais ações dessas porque quanto mais acesso temos a essas informações, vendo outros horizontes que muitas vezes a gente não deslumbra, isso vai ter uma consequência positiva, refletindo nas nossas ações cotidianas”, disse Eliane Teixeira.
O Festival do Clima foi realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, o Movimento Virada Climática, o Festival Natureba e o Paraíso Veg, com a proposta de abrir espaço para uma tomada de consciência sobre o papel de cada um nas mudanças climáticas que estão ocorrendo em todo o planeta, envolvendo o público de diferentes idades