Bahia
Ministério da Igualdade Racial investe R$ 400 mil em projetos de valorização das comunidades tradicionais na Bahia
Dos 30 projetos selecionados no Edital Mãe Gilda de Ogum, oito são da Bahia. A iniciativa foca na valorização das comunidades de matriz africana e de terreiros
Na última terça-feira (03), o Ministério da Igualdade Racial (MIR) assinou os acordos dos 30 projetos contemplados pelo edital Mãe Gilda de Ogum, em uma cerimônia realizada em Brasília.
A iniciativa, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), tem como objetivo destinar R$ 1,5 milhão para apoiar projetos que promovam a preservação e o desenvolvimento sustentável das comunidades tradicionais de matriz africana em todo o país.
Dos projetos contemplados, oito são provenientes da Bahia, somando um investimento total de R$ 400 mil. Cada um desses projetos receberá até R$ 50 mil para desenvolver ações nas áreas de economia de axé, cultura de terreiros e agroecologia.
A ministra Anielle Franco destacou a relevância do edital para a reparação histórica e a proteção das tradições afro-brasileiras.
Durante seu discurso, ela prestou homenagem a líderes importantes, como Mãe Bernadete e Mãe Aninha, e ressaltou o papel transformador que essas iniciativas terão nas comunidades beneficiadas.
“Estar aqui hoje lançando esse edital também é um pequeno passo para uma justa reparação após um processo longo de criminalização no Brasil”, afirmou.
Os projetos baianos contemplados são:
– Associação Afrobrasileira Casa do Mensageiro Terreiro Ilê Axé Ojisé Olodumare com o projeto Ni Ife Omi Amor às Águas – Uma Comunidade que Protege o Rio;
– Sociedade Beneficente Ilê Axé Opô Aganju com o projeto Memoria acervo e preservação das tradições culturais;
– Associação Ilê Asé Danadana com o projeto Tambores da Magia: Dialogando com a Ancestralidade;
– Associação Sociedade Seguidores de São Gerônimo com o projeto Tecer Axós, Tecer Axés;
– Comunidade da Compreensão e Restauração Ilê Asé Osun Omi Ire com o projeto Farmácia Verde – Ervas Medicinais e Saberes Terapêuticos de Terreiro;
– Instituto da Mulher Negra Mãe Hilda Jitolu com o projeto Economia do Axé – Vestindo o Sagrado e Impactando Vidas;
– Instituto Mancala com o projeto Costurando Saberes e Fazeres Ancestrais;
– Terreiro Sítio das Matas com o projeto Ẹgbẹ́ọ̀nà ìmọ̀ – Encruzilhada de Saberes na Rota dos Terreiros de Itacaré.
Edital Mãe Gilda de Ogum – é uma iniciativa pioneira, que visa fomentar e valorizar as tradições destes povos e comunidades, reconhecendo a importância de preservá-las e promovê-las na sociedade brasileira.
De acordo com o decreto presidencial 6040/2007, são considerados povos e comunidades tradicionais os grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição.