Motta marca sessão e ameaça suspender deputados que ocupam plenário

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Presidente da Câmara tomou a decisão em reunião com líderes partidários. Mais cedo, oposição disse que não tinha acordo

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), marcou uma sessão no plenário da Casa para esta quarta-feira (6/8), às 20h30 (horário de Brasília), mesmo com a ocupação de bolsonaristas no local. Na reunião com líderes partidários, Motta decidiu que presidirá pessoalmente a sessão e ameaçou suspender o mandato de deputados que resistirem a sair da Mesa Diretora.

Os parlamentares de oposição, no entanto, resistem em permanecer ocupando a mesa. O clima no local é de tensão.

A Polícia Legislativa foi convocada para o Salão Verde.

Mesmo com a chegada do horário previsto, a sessão não foi iniciada.

Combinado

Pelo acordo fechado no encontro, líderes e Motta vão caminhar juntos, da presidência ao plenário da Câmara, em um sinal de união contra o movimento feito por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A decisão de Motta já foi publicada pela Secretaria Geral da Mesa Câmara, que estabelece que deputados que não colaborarem para que a ordem no plenário seja restabelecida poderão sofrer suspensão do mandato por até seis meses.

“Quaisquer condutas que tenham por finalidade impedir ou obstaculizar as atividades legislativas sujeitarão os parlamentares ao disposto no art. 15, inciso XXX, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados (suspensão cautelar do mandato por até seis meses)”, diz a norma publicada.

Mais cedo, a oposição anunciou que a reunião do grupo com Motta havia terminado sem acordo e que, por isso, manteria a ocupação do plenário.

“Tivemos uma reunião com o presidente Hugo Motta – sem resultado, mas de muito respeito. Mas, de posicionamento, estamos reafirmando que não sairemos do plenário até que haja uma definição sobre as pautas que vocês já sabem”, disse o líder da oposição na Casa, Zucco (PL-RS).

Ocupação dos plenários já dura mais de 24 horas

Depois da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), bolsonaristas passaram a ocupar as Mesas Diretoras dos plenários da Câmara e do Senado na terça-feira (5/8).

Os parlamentares exigem que “um pacote da paz” seja votado, para só assim pararem de obstruir os trabalhos do Legislativo. As medidas defendidas pelo grupo são: a votação do PL de anistia para envolvidos nos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro, o fim do foro privilegiado e o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), classificou a ação do grupo como “arbitrária” e pediu diálogo. Em uma reunião com líderes, Alcolumbre disse que não aceitará “ser chantegeado” e marcou uma sessão virtual para quinta-feira (7/8).

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