O que é a Agricultura Familiar?

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A agricultura familiar é a forma de produção em que a gestão da propriedade, o trabalho e a maior parte da renda vêm de uma mesma família que reside no local. Diferente das grandes corporações do agronegócio, as propriedades da agricultura familiar são menores e têm como mão de obra predominante os próprios membros da família.

Essa modalidade se caracteriza pela diversificação da produção, cultivando vários tipos de alimentos (feijão, mandioca, milho, frutas, verduras, etc.) e, muitas vezes, criando pequenos animais. Essa diversidade é a base do nosso abastecimento interno, garantindo a variedade de alimentos que chegam à mesa dos brasileiros.


Qual a importância no Brasil?

Apesar de ocupar uma área menor em comparação com o agronegócio, a agricultura familiar é responsável por alimentar o país. Algumas de suas principais contribuições são:

  • Produção de alimentos: É a principal responsável pelo abastecimento do mercado interno. Mais de 70% dos alimentos que consumimos, como feijão, arroz, mandioca, café, leite e carnes, vêm desse modelo.
  • Geração de empregos e renda: A agricultura familiar gera a maior parte dos empregos no campo, contribuindo para a redução da pobreza e a distribuição de renda nas áreas rurais.
  • Sustentabilidade: Esse tipo de agricultura valoriza práticas mais sustentáveis, como a rotação de culturas e o uso reduzido de agrotóxicos. Ao praticar a diversificação, ela contribui para a preservação da biodiversidade e a saúde do solo.
  • Inclusão social: Ela fortalece as comunidades locais, valoriza as tradições culturais e melhora a qualidade de vida no campo, fixando as famílias em suas terras.

Desafios e Oportunidades

Mesmo com toda a sua importância, a agricultura familiar enfrenta vários obstáculos:

  • Acesso limitado a crédito e tecnologia: Muitos agricultores têm dificuldades em conseguir financiamentos para investir em melhorias ou adquirir novas tecnologias, o que pode impactar a produtividade.
  • Falta de assistência técnica: A assistência técnica é fundamental para que os agricultores familiares possam adotar novas práticas, mas muitas vezes ela é escassa ou não é adequada às suas necessidades.
  • Dificuldades de comercialização: O escoamento da produção e a venda para mercados maiores são um desafio. A falta de infraestrutura e a concorrência com grandes produtores dificultam a comercialização a preços justos.
  • Sucessão familiar: Com a migração de jovens para as cidades, a falta de sucessores nas propriedades rurais é um problema crescente.

Para superar esses desafios, existem políticas públicas importantes como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), que oferece linhas de crédito especiais, e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que garante a compra da produção familiar para distribuição a pessoas em situação de insegurança alimentar. Além disso, a venda direta em feiras locais e o agroturismo têm se tornado boas oportunidades para esses produtores.

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