Proteína no Prato e no Bolso: O balanço da pecuária em 2025 e o que esperar de 2026
Neste 24 de dezembro, enquanto milhões de brasileiros preparam suas ceias, o setor pecuário celebra um ano de intensa movimentação. 2025 foi um ano de transição no ciclo pecuário, marcado pela recuperação dos preços da arroba do boi gordo e pela consolidação do Brasil como o maior exportador global de carne bovina, suína e de frango.
Entenda os fatores que moldaram o mercado e o que o produtor deve monitorar para o próximo ano:
1. O Ciclo Pecuário: A virada da Arroba
Após um período de baixa nos preços devido ao descarte de fêmeas em anos anteriores, 2025 marcou o início da retenção.
- Menor Oferta: Com menos animais prontos para o abate neste segundo semestre, os preços da arroba ganharam sustentação, trazendo um alívio para as margens do pecuarista.
- Perspectiva: Analistas indicam que 2026 será um ano de oferta ainda mais restrita, o que pode manter os preços em níveis elevados, desafiando a indústria e o consumo interno.
2. Carnes Suína e de Frango: A eficiência em foco
Enquanto a carne bovina viu seus preços subirem, os setores de aves e suínos focaram na eficiência produtiva.
- Custo de Produção: A queda no preço do milho e da soja (principais componentes da ração) ao longo de 2025 foi o grande motor de rentabilidade para esses setores.
- Consumo nas Festas: O peru, o chester e o pernil dominam as mesas hoje. A boa disponibilidade dessas carnes garantiu um equilíbrio na inflação de alimentos neste final de ano.
3. Exportações: O Brasil alimenta o mundo
O agronegócio de proteínas fechou 2025 batendo recordes de volume.
- Mercado Chinês: A China continua sendo o principal destino, mas o ano foi marcado pela abertura de novos mercados exigentes, como Coreia do Sul e Japão, para a carne suína.
- Habilitações: Novas plantas frigoríficas foram habilitadas para exportação, aumentando a competitividade regional, especialmente no Sul e Centro-Oeste.
4. Sustentabilidade e Rastreabilidade
Uma tendência que se consolidou em 2025 e será regra em 2026 é a exigência de rastreabilidade total.
- Protocolos: O monitoramento do desmatamento e o bem-estar animal deixaram de ser diferenciais para se tornarem pré-requisitos para o acesso ao crédito rural e aos mercados europeus.
- Tecnologia: O uso de brincos eletrônicos e monitoramento via satélite das pastagens avançou significativamente nesta safra.
O que o pecuarista deve planejar para 2026?
- Reposição: Com a arroba valorizada, a reposição de bezerros ficará mais cara. O planejamento financeiro para a compra de animais será crucial.
- Manejo de Pastagens: Aproveite o período de chuvas agora em dezembro para garantir a recuperação das pastagens, reduzindo a necessidade de suplementação no cocho.
- Gestão de Risco: O uso de ferramentas de mercado futuro (B3) deve ser considerado para travar preços e garantir a margem contra oscilações inesperadas.
Mensagem de Natal: “A pecuária brasileira é sinônimo de resiliência. Da porteira para dentro, o produtor fez o seu dever de casa em produtividade e genética. Que 2026 seja o ano da colheita desses resultados.”



Publicar comentário