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Turismo de base comunitária vira modelo alternativo e sustentável de passeio no verão da Bahia

Nas visitas, os turistas têm a chance de se envolver em atividades únicas, como danças tradicionais, artesanato local, culinária típica e histórias transmitidas oralmente.

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Com belas praias, clima tropical e variedade de festas populares, o verão baiano é um período que movimenta o setor do turismo e atrai visitantes de todo o mundo. A agricultura familiar, por meio do turismo de base comunitária, tem se destacado como uma opção sustentável e culturalmente enriquecedora para os baianos e visitantes.

Com mais de 90% dos empreendimentos oriundos de mão de obra familiar, esse modelo turístico destaca-se por seu compromisso com práticas agroecológicas e promove uma imersão nas tradições locais, contribuindo para a preservação ambiental, respeito à diversidade cultural e o fortalecimento das comunidades e povos tradicionais.

Para Alberto Viana, turismólogo, membro da Comissão Estadual da Rede de Turismo Comunitário da Bahia (Rede Batuc), “o turismo comunitário tem uma vertente de trabalhar com pequenos grupos, de se preocupar com a sustentabilidade social, ambiental e econômica. Ele é pautado na economia solidária, no cooperativismo, no associativismo e a grande diferença é que os resultados, a gestão, o controle dessa atividade é todo da comunidade”.

Acolhedor e sustentável

Nas visitas, os turistas têm a chance de se envolver em atividades únicas, como danças tradicionais, artesanato local, culinária típica e histórias transmitidas oralmente. Essa imersão não apenas promove o respeito pela diversidade cultural, mas também fortalece os laços entre visitantes e comunidades, gerando uma troca valiosa de conhecimentos e experiências.

O Quilombo Jatimane, localizado em Nilo Peçanha, e a Reserva Pataxó da Jaqueira, em Porto Seguro, são dois dos 40 empreendimentos que compõem a Rede Batuc. Ambos receberam investimentos do Governo do Estado, por meio do projeto Bahia Produtiva, da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).

Dentre as ações realizadas, tem-se a construção de barragens, aquisição de equipamentos de manutenção, fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para os condutores dos roteiros, embarcações, construção de pontes e de dormitórios chamados “kijêmes”. As iniciativas visam aprimorar significativamente os espaços, preparando-os de maneira adequada para receber os visitantes.

Foto: Divulgação/Rede Batuc

“O turismo de base comunitária na Bahia destaca-se pela promoção da valorização das comunidades locais. Ao escolher essa abordagem, os viajantes contribuem diretamente para a economia das comunidades, incentivando o comércio justo e sustentável. Os turistas têm a oportunidade de aprender sobre a biodiversidade local, participar de projetos de conservação e compreender a importância da preservação dos recursos naturais”, reforçou titular da SDR, Osni Cardoso.

Levando em consideração que 90% das opções de lazer oferecidas pela Rede Batuc são de origem familiar, o coordenador do conselho quilombola da Bacia e Vale do Iguape, Ananias Viana, explicou que o turismo convencional não dialoga com a realidade quilombola e rural. A comunidade Kaonge apostou, então, num novo modelo de fazer turismo, onde a produção, a cultura local, a valorização dos conhecimentos griôs e a preservação ambiental são utilizados para desenvolver um novo e possível modelo de turismo.

“Consideramos como uma universidade do conhecimento popular, onde os turistas chegam para aprender e ensinar através dos diversos conhecimentos que os quilombolas oferecem. E assim segue a Rota da Liberdade como referência estadual, nacional e internacional, possibilitando a continuidade dos saberes e fazeres através da produção associada ao turismo Comunitário Quilombola”, pontuou Ananias.

O Bahia Produtiva é executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à SDR, com cofinanciamento do Banco Mundial.

Fonte: Ascom/SDR

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