Na semana passada, a Stellantis anunciou a contratação de 1.500 funcionários para suas fábricas de Betim (MG) e Porto Real (RJ). Os novos trabalhadores chegarão para incrementar a produção, que contará com uma 'versão moderna do Fiat Uno' e um 'mini-Jeep Renegade' com estreia marcada para 2026.
Desde que marcas como Fiat, Jeep, Citroën e Peugeot se uniram na Stellantis, o conglomerado busca evitar concorrência interna e aproveitar o que tem de fábricas e marcas, a fim de explorar ao máximo o mercado. Com o aumento da concorrência e da eletrificação provocada pelos chineses, a missão da vez é entregar veículos mais baratos, porém atraentes e eletrificados.
BN AUTOS apurou que o principal deles é a versão brasileira do Fiat Grande Panda, já lançado na Europa. O hatch compacto será o novo 'carro popular' da Fiat no continente e traz uma releitura moderna do antigo Panda. Justamente por ser um projeto de origem comum ao nosso Uno, estima-se que esse nome será reaproveitado pelo automóvel brasileiro, apelando à nostalgia que carros chineses não têm.
No Brasil, esse 'novo Uno' substituirá, de uma vez, Argo e Mobi, que sairão de linha gradualmente. A semelhança do Grande Panda com o velho Uno é evidente, e as versões mais baratas buscarão um jeito criativo de simpatizar a economia no uso de calotas e interior repleto de plástico, entre outros detalhes.
Isso tudo é para que se mantenha a faixa de preço do Argo e, ao mesmo tempo, haja apelo estético e tecnológico que ameace rivais como o Volkswagen Polo e o Chevrolet Onix (que também muda em breve).
Ao contrário da Europa, nosso mercado não deverá ter a versão elétrica do "novo Uno". Aqui, a marca optará por versão híbrida que une o motor 1.0 T270 a sistema híbrido-leve e câmbio CVT — mesma configuração dos novos Pulse e Fastback eletrificados.
Mas a maioria das vendas será das versões básicas, com motor 1.0 aspirado de 75 cv e 10,7 kgfm. A expectativa de volume é alta e, dos 1.500 contratados, espera-se que 1.200 fiquem no polo industrial de Betim, onde a Fiat concentra suas atividades.
Mini-Renegade
A fábrica de Porto Real, onde são feitos carros da Citroën e Peugeot, deverá assumir a missão de produzir o Jeep Avenger nacional, que é um SUV compacto ainda menor do que o Renegade.
Tanto ele quanto o 'novo Uno' utilizam a plataforma STLA Smart, o 'esqueleto' de todos os carros de entrada da Stellantis no mundo daqui em diante. O uso de plataforma única economiza o tempo gasto pelos engenheiros em pesquisa e permite compartilhamento de peças muito maior.
Com mais volume, paga-se menos aos fornecedores e é mais fácil do cliente encontrar atendimento adequado ao carro no pós-venda. Além disso, haverá mais sinergia entre os funcionários de Minas e do Rio no trabalho de desenvolvimento e homologação.
Segundo fontes, estudos internos mostram que a Jeep é vista como uma marca de maior requinte, e um Jeep Avenger muito básico não seria uma decisão inteligente. Por isso, o "baby Renegade", como apelidado na Europa, trará a mesma combinação de motor 1.0 turbo e sistema híbrido leve.
Espera-se, também, opção do motor T270 sem eletrificação, com preço na faixa de R$ 100.000. A princípio, não há planos do Avenger 100% elétrico chegar ao Brasil.
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