Criado em 10 de fevereiro de 1980, o PT completa 45 anos com desafios de recuperar as bases e preparar o sucessor de Lula
Atualmente, a sigla é presidida pela deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), que está no cargo desde 2017. Foi sob o comando dela que o partido enfrentou momentos-chave, como a prisão de Lula, em 2018, e o retorno dele à Presidência da República, em 2023.
O favorito na disputa para substituir Hoffmann na presidência da sigla é o prefeito de Araraquara, Edinho Silva. O processo eleitoral que decidirá a nova gestão ocorre em julho deste ano.
Desafios pela frente
Para o ex-presidente do partido Ricardo Berzoini, o principal desafio do PT é fortalecer as bases, que acabaram enfraquecidas com o avanço da tecnologia no mercado de trabalho. “O sindicalismo bancário, do qual eu fiz parte, por exemplo, tinha muito mais gente mal remunerada. Portanto, o potencial de mobilização era muito mais forte. Hoje, é uma categoria mais de classe média, porque a automação comeu os empregos da base. O sindicalismo da área de servidores públicos se fragmentou muito”, disse o político ao Metrópoles.
Berzoini cita o exemplo da inteligência artificial e defende que o partido se reorganize, levando em consideração a realidade atual.
“Quais são os setores do mercado de trabalho que vão ter mais impacto com a inteligência artificial? Isso é o desafio do partido. É um partido de trabalhadores, não é uma legenda partidária apenas. É o partido que sempre propôs, desde a fundação, a organizar o pensamento político da classe trabalhadora”, reforça.
Além disso, o ex-dirigente do PT vê a necessidade de renovação das lideranças. Principal nome do partido, Lula completa 80 anos em 2025 e já sinalizou que pode não disputar as próximas eleições, em 2026. Berzoini observa que Lula é “maior que o PT”, e o partido tem “responsabilidade de construir novas referências populares”.
Cita os exemplos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do senador Jaques Wagner como possíveis candidatos à sucessão. Mas reforça que é necessário trabalhar para emplacar novos nomes. “Essa renovação também é um trabalho que tem que ser planejado e construído. E assim, Lula é como Pelé: não se repete em menos do que 50 ou 100 anos.”
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