Exportações do Setor Pet Disparam 29% em 2024, Mas Setor Nacional Liga o Alerta

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O mercado brasileiro de produtos para animais de estimação registrou um ano histórico em suas operações internacionais. As exportações do setor pet brasileiro cresceram 29% em 2024, atingindo a marca de US$ 580,58 milhões (FOB). O resultado expressivo consolida o Brasil como um player global relevante, impulsionado pela alta qualidade de seus produtos e pela forte demanda em mercados estratégicos.

Pet Food Lidera a Expansão Global

O carro-chefe das exportações brasileiras continua sendo o segmento de Pet Food (Alimentos para Pets), que representou aproximadamente 86% do volume total exportado, somando cerca de US$ 500 milhões. A expertise brasileira na produção de insumos agrícolas e a consolidação de grandes players industriais são fatores determinantes para essa liderança.

O crescimento do setor é atribuído, principalmente, à conquista e consolidação de mercados na América Latina e no Oriente Médio:

PosiçãoPrincipal País Importador
Colômbia
Uruguai
Emirados Árabes Unidos (EAU)
Bolívia
Chile

A presença dos Emirados Árabes Unidos no Top 5 demonstra a diversificação de mercados e o reconhecimento internacional da qualidade sanitária dos produtos brasileiros, que se destacam pela adaptação às crescentes populações de cães e gatos em países árabes.

Contradições: O Sinal de Alerta no Mercado Interno

Apesar do entusiasmo com os números recordes na exportação, o setor pet brasileiro enfrenta um cenário doméstico de preocupação que exige atenção estratégica.

  • Queda na Produção: Em contraste com o desempenho externo, a produção nacional de Pet Food registrou uma queda de 0,6% em volume em 2024, interrompendo um ciclo de crescimento que durava anos. Projeções indicam que 2025 pode ser o segundo ano consecutivo de retração produtiva.
  • Disparo nas Importações: Paralelamente, as importações brasileiras de produtos pet tiveram um salto de 63% em 2024, totalizando cerca de US$ 20 milhões. A entrada massiva de produtos de países como Estados Unidos, Áustria e Tailândia levanta questionamentos sobre a perda de competitividade da indústria nacional.

Para especialistas, a alta carga tributária é o principal entrave para a indústria doméstica. A legislação brasileira impõe alíquotas elevadas ao Pet Food (estima-se que 50% do valor final do produto no varejo seja composto por impostos), tornando o produto nacional menos competitivo e gerando preocupações com a sustentabilidade do crescimento do setor no longo prazo.

Em resumo, 2024 foi o ano do Brasil se firmar como uma potência exportadora no mundo pet, mas também serviu como um alerta estratégico para a necessidade de melhorias na política tributária e no incentivo à produção interna para que o país possa equilibrar a balança entre a conquista global e a sustentabilidade do mercado doméstico.

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