COP30
A declaração do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que a COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Belém, Pará) seria o momento de “impor uma nova derrota aos negacionistas”, foi uma das falas centrais em seu discurso de abertura.
A provocação tem um claro direcionamento político e ideológico e, embora não mencione explicitamente os Estados Unidos, mira o discurso de figuras proeminentes do movimento de direita global que questionam a ciência climática, como Donald Trump.
🌎 O Contexto da Crítica
A fala de Lula na COP30, realizada em Belém (PA), reflete a postura do governo brasileiro de assumir a liderança no debate climático global e confrontar diretamente as forças que considera um obstáculo ao Acordo de Paris e às metas de descarbonização.
1. Crítica ao “Negacionismo” Climático
O presidente usou a expressão “negacionistas” para se referir àqueles que:
- Negam a Ciência: Questionam as evidências científicas que comprovam as mudanças climáticas e o aquecimento global causado pela ação humana.
- Promovem a Desinformação: Utilizam algoritmos e mídias sociais para espalhar o ódio e o medo contra as instituições científicas e o multilateralismo.
- Se Opondo ao Acordo de Paris: A fala remete à importância de manter o Acordo de Paris, o qual, segundo Lula, tirou o mundo do “aquecimento catastrófico de quase $5^\circ\text{C}$”.
2. A Provocação aos EUA (e à Direita Global)
Embora o alvo direto seja o conceito de negacionismo, a referência é frequentemente ligada a:
- Donald Trump: Ex-presidente dos EUA que retirou o país do Acordo de Paris em 2017 (e depois retornou sob a gestão de Joe Biden). Trump e seus aliados continuam sendo o principal grupo que questiona a urgência climática e a transição energética nos EUA. A pauta negacionista se fortaleceu no país com a ascensão dessa ala política.
- Alocação de Recursos: Lula voltou a pedir que os gastos multimilionários com guerras (uma alusão às políticas de defesa dos EUA e de outros países do Norte Global) sejam redirecionados para o combate à crise climática. Ele ressaltou que é “muito mais barato” investir no clima do que travar conflitos.
3. O Apelo à Velocidade
Lula complementou seu discurso criticando a lentidão na implementação das ações climáticas, afirmando: “Estamos andando na direção certa, mas na velocidade errada. No ritmo atual, ainda avançamos rumo a um aumento superior a $1,5^\circ\text{C}$ na temperatura global. Romper essa barreira é um risco que não podemos correr.”
O Brasil, como sede da COP na Amazônia, busca usar o evento para pressionar as nações desenvolvidas a cumprirem suas promessas de financiamento climático e a adotarem metas de redução de emissões mais ambiciosas.



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