Alerta e Prevenção: As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e o Desafio da Saúde Pública

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[Localidade, Data] — As doenças que antes eram conhecidas pela sigla DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) foram oficialmente rebatizadas para IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis). A mudança na terminologia, adotada pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), não é apenas um detalhe, mas sim um alerta crucial: uma pessoa pode ter e transmitir uma infecção, como a Sífilis ou o HPV, mesmo sem manifestar sinais ou sintomas — ou seja, sem estar “doente” na fase inicial.

O tema das ISTs permanece como um desafio de saúde pública global, exigindo conscientização constante e a adoção da Prevenção Combinada.

As ISTs mais Comuns e o Perigo da Ausência de Sintomas

As ISTs são causadas por vírus, bactérias, fungos ou outros microrganismos e se espalham principalmente através do contato sexual (vaginal, anal ou oral) sem proteção.

No Brasil, algumas das infecções mais prevalentes e que merecem atenção especial são:

  • Sífilis: Causada por uma bactéria, manifesta-se inicialmente com uma ferida indolor nos órgãos genitais (cancro duro). Se não tratada, pode evoluir para fases mais graves, com risco de comprometimento neurológico e cardíaco.
  • HPV (Vírus do Papiloma Humano): Responsável por verrugas genitais, o HPV possui mais de 200 tipos, e alguns deles estão diretamente ligados ao câncer de colo do útero, ânus, pênis e boca. A infecção costuma ser assintomática e pode se manifestar anos após o contágio.
  • Gonorreia e Clamídia: Causadas por bactérias, frequentemente ocorrem juntas e podem ser assintomáticas, principalmente em mulheres. Quando manifestam sintomas, causam dor ao urinar e corrimento. O não tratamento pode levar à Doença Inflamatória Pélvica (DIP) e à infertilidade.
  • Herpes Genital: Infecção viral que causa pequenas bolhas e feridas dolorosas na região genital e anal. O vírus não tem cura, mas o tratamento controla os surtos.
  • HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana): O vírus que, sem tratamento, pode evoluir para a AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). Atualmente, com o tratamento antirretroviral (TARV), pessoas vivendo com HIV podem ter uma vida longa e saudável e não transmitir o vírus por via sexual (Indetectável = Intransmissível – I=I).

O Poder da Prevenção Combinada

A luta contra as ISTs ultrapassou o conceito de usar apenas a camisinha. Atualmente, o enfoque é a Prevenção Combinada, um conjunto de estratégias que, juntas, oferecem maior proteção:

  1. Preservativo (Camisinha): Uso correto e consistente dos preservativos masculino e feminino em todas as relações sexuais (vaginal, anal e oral).
  2. Testagem Regular: Realizar testes para HIV, Sífilis e Hepatites é fundamental, especialmente para quem tem mais de um parceiro. O diagnóstico precoce permite o início imediato do tratamento, que interrompe a cadeia de transmissão.
  3. Vacinação: O SUS oferece gratuitamente a vacina contra o HPV (para jovens e pessoas com condições específicas) e a vacina contra a Hepatite B.
  4. Profilaxia Pré-Exposição (PrEP): Uso diário de medicamentos por pessoas não infectadas, mas com alto risco de exposição ao HIV, para prevenir a infecção.
  5. Profilaxia Pós-Exposição (PEP): Uso de medicamentos por algumas semanas, iniciado em até 72 horas após uma situação de risco (como o rompimento da camisinha ou violência sexual), para evitar a infecção pelo HIV.

O tratamento das ISTs bacterianas (como Sífilis e Gonorreia) geralmente é feito com antibióticos, e a cura é possível. Nas infecções virais (como HIV, HPV e Herpes), o tratamento busca controlar a replicação do vírus e evitar complicações.

É crucial que, ao identificar qualquer sintoma (corrimento, feridas, verrugas ou dor ao urinar), a pessoa procure imediatamente uma Unidade Básica de Saúde para diagnóstico e tratamento. A informação e a responsabilidade mútua são as ferramentas mais poderosas na luta contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis.

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