CB 400

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Honda CB 400: A Moto que Abriu o Brasil para a Alta Cilindrada

A Honda CB 400 não foi apenas uma motocicleta; foi um divisor de águas na história do motociclismo brasileiro. Lançada em 1980, ela se tornou o primeiro modelo de “grande porte” fabricado no país e, em um mercado dominado por motos pequenas, materializou o sonho de velocidade, luxo e tecnologia para uma geração inteira de apaixonados por duas rodas.

Quarenta anos depois, a CB 400 (e sua sucessora, a CB 450) permanece um ícone dos anos 80 e é um item de colecionador disputado, um verdadeiro clássico que pavimentou o caminho para as superbikes que viriam.


O Impacto da “Primeira Grande Moto Nacional”

Até o final dos anos 70, o mercado de motos no Brasil era restrito a modelos de baixa cilindrada, como a popular CG 125, e algumas poucas motos importadas de alto custo. O anúncio da fabricação nacional da CB 400 pela Honda em Manaus (AM) gerou uma comoção imediata.

  1. Status e Desejo: A CB 400 era, para a época, um símbolo de modernidade e status. Seus atributos — motor bicilíndrico potente e um visual com muitos cromados e rodas inovadoras (as famosas Comstar) — eram inéditos no mercado nacional.
  2. Febril de Lançamento: A procura era tanta que filas de espera se formaram nas concessionárias, e o temido “ágio” (sobrepreço) se tornou comum, demonstrando o quanto o público ansiava por uma moto de alta performance.
  3. Performance Inédita: Equipada com um motor bicilíndrico em linha de 400cc e três válvulas por cilindro, a CB 400 entregava cerca de 40 cv de potência e era capaz de atingir mais de 160 km/h, uma velocidade impressionante para o padrão da época.

Inovações e Evolução do Modelo

A CB 400 era tecnologicamente avançada para o seu tempo e mercado:

  • Motorização: O motor de comando simples no cabeçote (SOHC), refrigerado a ar, era conhecido pelo seu torque elevado em baixas e médias rotações, o que proporcionava uma pilotagem vigorosa sem exigir trocas constantes de marcha.
  • Câmbio de 6 Marchas: Uma característica esportiva que dava ao piloto mais controle sobre a potência e ajudava a atingir velocidades de cruzeiro elevadas.
  • Freios: O modelo contava com freio a disco na roda dianteira (o que era uma novidade na categoria), oferecendo uma segurança superior comparada aos freios a tambor da maioria das motos nacionais.
  • CB 400 II (1982): Uma evolução que adicionou mais conforto e luxo. Essa versão trazia guidão mais alto, cores mais sofisticadas (como o dourado) e o câmbio de 6 marchas.

O Legado que se Tornou Clássico

A produção da CB 400 foi relativamente curta, sendo substituída pela CB 450 (com 447cc) a partir de 1983, que trazia evoluções em torque e um visual mais agressivo, marcando o fim da curta, mas gloriosa, era dos 400cc.

Hoje, a CB 400 original é um item de culto. Os colecionadores valorizam exemplares bem conservados, com peças originais e que mantêm o brilho dos cromados e o ronco característico do motor bicilíndrico.

A “lenda” CB 400 não só vendeu mais de 67 mil unidades em seu período de fabricação (1980 a 1984), mas principalmente mudou a cultura do motociclismo no Brasil, elevando o patamar de exigência do consumidor e abrindo as portas para o segmento de motos esportivas e de alta cilindrada que temos hoje. Ela foi, e continua sendo, o sonho de consumo realizado de muitos brasileiros.

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