Mangalarga Marchador: A Joia Equina Brasileira, Símbolo de Conforto e Versatilidade
Reconhecido oficialmente como uma raça nacional, o Mangalarga Marchador é mais do que um cavalo; é um ícone da equinocultura brasileira, celebrado por sua elegância, rusticidade e, acima de tudo, por seu andamento suave e confortável: a marcha. Com um plantel de mais de 600 mil animais apenas no Brasil, especialmente em Minas Gerais, a raça se consolida como a maior da América Latina.
Uma História Enraizada nas Minas Gerais
A origem do Mangalarga Marchador remonta ao início do século XIX, na Fazenda Campo Alegre, no Sul de Minas Gerais. Atribui-se ao Barão de Alfenas (Gabriel Francisco Junqueira) a formação da raça, a partir de um garanhão Alter Real (de origem portuguesa) presenteado por Dom Pedro I, cruzado com éguas da região de linhagem ibérica. A necessidade de um cavalo resistente, ágil e, acima de tudo, cômodo para as longas jornadas por terrenos íngremes e para a lida com o gado, impulsionou a seleção desses animais de andamento macio.
O nome “Mangalarga” vem da Fazenda Mangalarga, no Rio de Janeiro, para onde alguns desses cavalos foram levados e se tornaram famosos, sendo apelidados de “cavalos da Fazenda Mangalarga”. O termo “Marchador” foi adicionado posteriormente para distinguir esses cavalos de outras linhagens e sublinhar sua principal característica: a marcha.
Temperamento: Dócil, Inteligente e Companheiro
Uma das qualidades mais valorizadas do Mangalarga Marchador é o seu temperamento. São animais de índole extremamente dócil, confiantes e obedientes, o que os torna ideais para cavaleiros de todos os níveis, desde iniciantes e crianças até adultos e idosos. Essa docilidade, aliada à sua inteligência, facilita o adestramento e permite que o cavalo se relacione muito bem com humanos e outros animais.
A Famosa Marcha: Batida, Picada e de Centro
A característica mais distintiva do Mangalarga Marchador é seu andamento natural, a marcha, que é diferente do trote de outras raças. A marcha é um andamento a quatro tempos, ritmado e dissociciado, o que proporciona um conforto excepcional ao cavaleiro, pois o tronco do animal permanece estável, sem os impactos verticais do trote.
Existem três tipos principais de marcha no Mangalarga Marchador:
- Marcha Batida: Caracteriza-se por tempos de apoio diagonais mais longos. O som da passada é um “pá..pá..pá..pá” mais diagonalizado. É uma marcha com boa amplitude e rendimento.
- Marcha Picada: Apresenta tempos de apoio laterais mais longos e é mais dissociada, com uma frequência maior de batidas. O som é mais rápido e suave, algo como “toco-teque toco-teque”. É considerada por muitos a marcha mais cômoda e macia, ideal para cavalgadas longas, pois cansa menos o cavaleiro.
- Marcha de Centro: Um andamento intermediário entre a batida e a picada, buscando um equilíbrio entre o rendimento e o conforto.
A suavidade da marcha do Mangalarga Marchador o tornou o “cavalo da parteira” no passado, pois permitia que as mulheres fossem transportadas por longas distâncias com segurança e comodidade.
Versatilidade e Importância no Agronegócio e Lazer
O Mangalarga Marchador é extremamente versátil, sendo utilizado em diversas aptidões:
- Cavalgadas e Lazer: Sua marcha confortável o torna perfeito para longos passeios e lazer em fazendas e trilhas.
- Lida com Gado: Sua agilidade e resistência são valiosas no manejo de rebanhos.
- Esportes e Competições: A raça tem crescido em popularidade em provas de marcha, equitação, provas de trabalho e maneabilidade, com exposições e copas de marcha por todo o país.
- Reprodução Genética: O mercado de criação é robusto, atraindo investidores e movimentando altas cifras. O Brasil concentra o maior plantel da raça no mundo.
A criação do Mangalarga Marchador movimenta bilhões na economia brasileira, gerando empregos e fomentando uma cultura equestre apaixonada. Sua rusticidade, beleza e temperamento o tornam um patrimônio vivo e um dos símbolos mais importantes do agronegócio e do lazer no Brasil.
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