Plano de Contingência de Haddad: Brasil Se Prepara para o “Tarifaço” de Trump

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O Ministério da Fazenda, sob a liderança de Fernando Haddad, concluiu o plano de contingência para mitigar os potenciais impactos econômicos da tarifa de 50% que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou para produtos brasileiros, com previsão de entrada em vigor em 1º de agosto de 2025. O “cardápio de medidas”, elaborado por uma equipe técnica interministerial, será apresentado ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana.

A iniciativa reflete a seriedade com que o governo brasileiro encara a ameaça, que pode gerar perdas bilionárias para setores-chave da economia nacional, como o agronegócio.

Negociação Continua Sendo Prioridade

Apesar da conclusão do plano, o Ministro Haddad reiterou que a prioridade do governo brasileiro é a negociação para evitar que as tarifas sejam de fato implementadas. “O foco, por determinação do presidente, é negociar, tentar evitar medidas unilaterais, mas, independentemente da decisão que o governo dos Estados Unidos vai tomar, nós vamos continuar abertos à negociação”, afirmou Haddad.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também tem mantido contato permanente com autoridades americanas, buscando um diálogo que possa reverter a decisão.

Medidas de Apoio aos Setores Afetados

O plano de contingência desenvolvido pela equipe técnica, que envolveu os Ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, das Relações Exteriores e da Casa Civil, prevê instrumentos de apoio aos setores que forem mais prejudicados. Haddad mencionou a possibilidade de abertura de linhas de crédito para as empresas que forem “injustamente afetadas” pela sobretaxa.

A preocupação é grande, pois o “tarifaço” pode impactar significativamente as exportações brasileiras, com reflexos no emprego, na renda e na balança comercial. Setores como o de suco de laranja, carne bovina e café são os mais vulneráveis.

Críticas e Posicionamentos Políticos

Haddad aproveitou para alfinetar governadores que, em um primeiro momento, teriam celebrado a medida de Trump, mas que agora buscam apoio do governo federal para lidar com os impactos. “É bom notar que eles estão mudando de posição, deixando de celebrar uma orientação estrangeira ao Brasil. Isso é importante, caírem na real e abandonar o momento inicial que fez de apoio ao tarifaço contra o Brasil”, declarou o ministro.

A situação destaca a complexidade das relações internacionais e a necessidade de uma postura unificada na defesa dos interesses nacionais. O governo brasileiro enfatiza que não sairá da mesa de negociação, mesmo diante de um cenário de incerteza e pressão.

A expectativa agora se volta para a apresentação do plano ao Presidente Lula e para os desdobramentos das negociações diplomáticas, que visam proteger a economia brasileira de um dos maiores desafios comerciais dos últimos tempos.

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