Psoríase: Desvendando a Doença Crônica, Não Contagiosa, Que Vai Além da Pele
A psoríase é mais do que uma simples doença de pele. É uma condição inflamatória crônica, sistêmica e autoimune, que afeta milhões de pessoas globalmente. Caracterizada principalmente pelo surgimento de manchas avermelhadas e descamativas, a doença não é contagiosa e seu impacto vai muito além da estética, exigindo um tratamento multidisciplinar e contínuo.
🧬 O Que Causa a Psoríase? (Uma Ação Imunológica)
A causa exata da psoríase é desconhecida, mas a ciência a classifica como uma doença autoimune com forte componente genético.
- Hiperproliferação Celular: Em uma pele saudável, as células levam cerca de 28 a 30 dias para se renovar. Na psoríase, esse processo é drasticamente acelerado, levando apenas 3 a 4 dias. Esse crescimento celular rápido resulta no acúmulo de células mortas na superfície da pele, formando as típicas escamas.
- Fatores Imunológicos: A condição é desencadeada por um erro no sistema imunológico, onde as células de defesa atacam as células saudáveis da pele, gerando a inflamação e a aceleração do ciclo de vida celular.
- Gatilhos: Embora o paciente tenha predisposição genética, as crises podem ser desencadeadas ou agravadas por fatores ambientais e psicológicos, como:
- Estresse e trauma emocional.
- Infecções (como amigdalite bacteriana).
- Lesões na pele (fenômeno de Koebner).
- Uso de certos medicamentos.
- Fumo e consumo excessivo de álcool.
 
Mito Desfeito: É crucial ressaltar: a psoríase NÃO é contagiosa! Ela não pode ser transmitida por contato físico, uso de roupas ou compartilhamento de objetos.
🔴 Principais Sintomas e Tipos de Psoríase
Os sintomas variam de acordo com o tipo da doença, mas a manifestação mais comum é a Psoríase em Placas (ou Vulgar), que afeta cerca de 80% dos pacientes.
1. Psoríase em Placas (Vulgar)
- Lesões: Placas avermelhadas, bem delimitadas, cobertas por escamas secas, prateadas ou esbranquiçadas.
- Localização Comum: Couro cabeludo, cotovelos, joelhos, região lombar, mãos e pés.
- Sintomas Associados: Coceira (prurido) e, por vezes, dor ou ardência.
2. Outros Tipos Comuns
- Psoríase Gutata: Pequenas lesões em forma de gota, frequentemente desencadeadas por infecções (mais comum em crianças e jovens).
- Psoríase Inversa (ou Flexural): Manchas vermelhas e lisas (sem descamação intensa) que aparecem nas dobras da pele, como axilas, virilha e embaixo dos seios, piorando com o atrito e o suor.
- Psoríase Pustulosa: Caracterizada por bolhas de pus não infeccioso (estéreis), que podem surgir em áreas localizadas (palmas das mãos e solas dos pés) ou de forma generalizada (quadro grave que exige atenção médica imediata).
- Psoríase Ungueal: Afeta as unhas, causando espessamento, descolamento, descoloração e depressões puntiformes.
- Artrite Psoriásica: Uma condição associada que causa dor, inchaço e rigidez nas articulações. Afeta cerca de 30% dos pacientes e pode ser incapacitante se não for tratada.
🩺 Tratamento e Qualidade de Vida
Embora a psoríase seja uma doença crônica e não tenha cura definitiva, ela tem tratamento e pode ser muito bem controlada, permitindo que o paciente viva sem lesões ou com poucas manifestações. O tratamento é individualizado e visa controlar a inflamação, reduzir o crescimento celular e hidratar a pele.
| Opções de Tratamento | Descrição | 
| Terapia Tópica | Cremes, pomadas e loções com corticoides, análogos da vitamina D ou outros agentes anti-inflamatórios para uso direto nas lesões. | 
| Fototerapia | Exposição controlada à luz ultravioleta (UVA e UVB), feita sob supervisão médica, que ajuda a retardar o crescimento das células da pele. | 
| Medicamentos Sistêmicos | Medicação oral ou injetável (Metotrexato, Ciclosporina). Usados em casos moderados a graves. | 
| Imunobiológicos | Medicamentos injetáveis de alta tecnologia que agem diretamente no sistema imunológico, bloqueando a cascata inflamatória. São indicados para casos graves e refratários aos tratamentos convencionais, e estão disponíveis no SUS. | 
O Impacto Psicossocial
O fator mais desafiador da psoríase é o seu grande impacto na qualidade de vida. As lesões visíveis podem levar ao isolamento social, baixa autoestima, ansiedade e depressão. Por ser uma doença sistêmica, as comorbidades associadas (como obesidade, hipertensão e risco cardiovascular) também devem ser monitoradas.
O manejo da psoríase deve incluir, além do dermatologista, apoio psicológico e, em casos de artrite, acompanhamento com um reumatologista.
💡 Dicas para Viver Bem com Psoríase
O controle da doença depende muito dos hábitos diários:
- Hidratação Intensa: Use hidratantes diariamente para reduzir o ressecamento e a coceira.
- Controle do Estresse: Adote práticas de relaxamento, como exercícios físicos e meditação, pois o estresse é um grande gatilho.
- Sol Moderado: A exposição solar controlada (sem excessos e sem queimaduras) é benéfica.
- Acompanhamento Médico: Mantenha as consultas regulares com o dermatologista para ajustar o tratamento e monitorar a condição.
Se você notar manchas avermelhadas e escamosas na sua pele, procure um dermatologista para um diagnóstico preciso e para iniciar o tratamento adequado o mais cedo possível, garantindo o controle da doença e uma melhor qualidade de vida.
 
								



 
                                     
                                     
                                     
                                     
                                     
                                     
                                     
                                     
                                     
                                    
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