RAÇAS LEITEIRAS NO BRASIL



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No Brasil, a pecuária leiteira é uma atividade de grande importância econômica e social, presente em cerca de 40% das propriedades rurais e responsável por gerar milhões de empregos. Diversas raças de gado são utilizadas para a produção de leite, cada uma com suas particularidades. As principais raças leiteiras no país podem ser divididas em taurinas (europeias) e zebuínas (asiáticas), além dos cruzamentos que geram raças sintéticas adaptadas ao clima tropical.

Principais Raças Leiteiras no Brasil:

1. Raça Holandesa:

  • Características: É a raça leiteira mais produtiva do mundo em volume de leite, conhecida por seu alto potencial genético. Apresenta grande porte e pelagem preta e branca ou vermelha e branca.
  • Adaptação: Exige condições climáticas amenas e manejo mais intensivo, sendo mais sensível ao calor. Em regiões mais quentes do Brasil, é comum a utilização de sistemas de confinamento e tecnologias de resfriamento.
  • Produção Média: De 6 a 10 mil kg de leite em 305 dias de lactação.
  • Localização: Principalmente nas regiões Sul, Sudeste e em alguns locais do Centro-Oeste.

2. Raça Jersey:

  • Características: De pequeno porte, conhecida pela alta qualidade do leite, com elevados teores de gordura e proteína, o que a torna ideal para a produção de derivados lácteos. Possui boa adaptabilidade, rusticidade, longevidade e precocidade sexual.
  • Adaptação: Mais rústica e adaptável a diversos ambientes e sistemas de criação, incluindo o pasto, e mais tolerante ao calor que a Holandesa.
  • Produção Média: De 3.500 a 5.500 kg de leite em 305 dias de lactação.
  • Localização: Encontrada em quase todo o Brasil, com maiores rebanhos no Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.

3. Raça Girolando:

  • Características: É uma raça sintética genuinamente brasileira, resultado do cruzamento entre as raças Holandesa (taurina) e Gir Leiteiro (zebuína). O grau de sangue mais comum é 5/8 Holandês e 3/8 Gir. Combina a alta produtividade da Holandesa com a rusticidade e adaptabilidade ao clima tropical do Gir.
  • Adaptação: Excelente adaptabilidade às condições brasileiras, resistência a parasitas e capacidade de produção em sistemas a pasto.
  • Produção Média: A média varia conforme o grau de sangue, mas busca-se um bom volume com rusticidade.
  • Localização: Amplamente difundida em todo o Brasil, sendo uma das raças mais procuradas para produções em maior escala em climas quentes.

4. Raça Gir Leiteiro:

  • Características: Raça zebuína de origem indiana, selecionada para a produção de leite. Destaca-se pela rusticidade, tolerância ao calor, resistência a parasitas, longevidade e boa fertilidade.
  • Adaptação: Muito bem adaptada às condições climáticas do Brasil, especialmente em regiões quentes e secas.
  • Produção Média: Geralmente menor em volume que a Holandesa, mas com leite de boa qualidade e alta persistência.
  • Localização: Mais comum nas regiões Norte e Nordeste, e amplamente utilizada em cruzamentos.

5. Raça Pardo-Suíço:

  • Características: Raça taurina de dupla aptidão (leite e carne), de porte médio e pelagem parda. Conhecida pela sua longevidade, fertilidade e boa produção de leite.
  • Adaptação: Mais adaptada a climas amenos, mas com boa capacidade de adaptação.
  • Produção Média: Cerca de 2.500 kg em 200 dias de lactação, com precocidade de primeira cria por volta dos 30 meses.
  • Localização: Predominantemente nas regiões Sul e Sudeste.

6. Raça Guzerá (Leiteiro):

  • Características: Raça zebuína de dupla aptidão (leite e carne), muito rústica e eficiente no aproveitamento de alimentos de baixo valor nutricional. Possui boa longevidade produtiva e reprodutiva.
  • Adaptação: Excelente adaptação a regiões áridas e semiáridas, com grande resistência a doenças e parasitas.
  • Produção Média: Produção de leite considerável para uma raça zebuína, com potencial de crescimento.
  • Localização: Principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

Além dessas, outras raças como Sindi e Caracu também contribuem para a produção leiteira no Brasil, muitas vezes em sistemas de cruzamento para otimizar a produção e a adaptabilidade. A escolha da raça ideal depende de fatores como o sistema de produção (confinamento ou pasto), o clima da região, o objetivo do produtor (volume ou qualidade do leite, ou dupla aptidão) e a infraestrutura disponível.

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