Trump Autoriza Operações da CIA e Pondera Ataques Terrestres na Venezuela em Escalada de Tensão Militar

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Washington/Caracas

O cenário de tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela atingiu um novo e perigoso patamar nesta quarta-feira (15), após o presidente Donald Trump confirmar ter autorizado a Agência Central de Inteligência (CIA) a conduzir operações secretas no país sul-americano. A decisão, somada à declaração de que Washington pondera a realização de ataques militares, incluindo ações terrestres, contra cartéis de drogas em território venezuelano, eleva dramaticamente a retórica belicista na América Latina.

A autorização secreta da CIA foi primeiramente reportada por veículos da imprensa americana e, posteriormente, admitida pelo presidente Trump. Fontes ligadas ao governo americano indicam que o objetivo primário das operações é intensificar a pressão sobre o regime de Nicolás Maduro e, possivelmente, auxiliar em sua remoção do poder. A estratégia, que teria sido elaborada em conjunto com o Secretário de Estado e o diretor da CIA, faz parte de um plano para desestabilizar o que o governo Trump rotula de “narcoestado”.

A Justificativa: Guerra Contra o Narcotráfico

Oficialmente, a Casa Branca tem enquadrado a recente escalada militar como uma “operação antidrogas”. Trump reafirmou essa justificativa ao considerar a opção de ataques terrestres contra cartéis. “Esta é uma operação antidrogas. Vamos combater os cartéis de drogas onde quer que estejam, onde quer que operem contra os interesses dos EUA”, declarou um porta-voz do governo, reiterando que o presidente Maduro é considerado um “narcoterrorista” com ligações a grupos criminosos.

O aumento da presença militar dos EUA no Caribe desde setembro, com o envio de destróieres de mísseis guiados, submarinos e caças F-35, tem sido criticado como desproporcional à missão declarada de combate ao narcotráfico. Analistas de defesa apontam que a movimentação é grande demais para uma simples interdição de drogas, mas pequena para uma invasão em grande escala, indicando ser, antes de tudo, um ato de intimidação e pressão.

Reações de Caracas e a Mobilização de Milícias

Em Caracas, o anúncio gerou uma reação imediata e contundente. Nicolás Maduro classificou a autorização da CIA como um “golpe de Estado orquestrado” pelos Estados Unidos e denunciou a “grave escalada de agressões”.

Como resposta, o governo venezuelano intensificou a mobilização das Forças Armadas e das milícias populares. No último fim de semana, foram realizados treinamentos em massa, e o país ativou novas Zonas de Defesa Integral (ZODI) como parte de seu Plano Independência 200, uma estratégia de defesa contra uma possível ameaça de invasão.

Maduro também divulgou uma carta enviada a Trump, e o governo venezuelano solicitou uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU, alegando que as ações militares dos EUA colocam em risco a paz e a estabilidade na América Latina.

Implicações na Região

A postura agressiva de Washington tem gerado preocupação em toda a América Latina.

  • Brasil: O país, que faz fronteira com a Venezuela, tem reforçado suas posições militares em Roraima, monitorando de perto a situação devido ao risco de um aumento no fluxo de refugiados e à possibilidade de um conflito desestabilizador na região.
  • Comunidade Internacional: A maioria dos países latino-americanos manifestou preocupação com a escalada e tem pedido moderação, temendo uma intervenção militar que possa desencadear uma crise humanitária e política ainda maior no continente.

A tensão atinge o auge na mesma semana em que o governo Trump anunciou mais um ataque aéreo contra uma embarcação que alegava estar ligada a “narcoterroristas”, e o Departamento de Estado continua a oferecer uma recompensa de US$ 50 milhões pela captura de Maduro. Com a confirmação da atuação da CIA e a ameaça de incursões em terra, o destino da Venezuela e a estabilidade regional pairam sob grande incerteza.

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