Dia D para Zambelli: CCJ pauta recurso da defesa e processo de cassação pode ser liberado para o Plenário hoje

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Deputada tenta última cartada na Comissão para anular decisão do Conselho de Ética; acusação envolve ligação com o “hacker da Vaza Jato” e invasão ao sistema do CNJ.

Por Luís Ricardo Garcia Sapia 2 de dezembro de 2025

BRASÍLIA – A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados pode definir, na tarde desta terça-feira (2), o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Está na pauta do colegiado a análise do recurso apresentado pela defesa da parlamentar contra a decisão do Conselho de Ética, que já recomendou a cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar.

Zambelli vive seu momento mais crítico no Legislativo. Isolada politicamente e alvo de inquéritos no STF, ela tenta convencer a CCJ de que houve “falhas processuais” e “cerceamento de defesa” durante a tramitação de seu caso no Conselho de Ética.

O Que Está em Jogo Hoje

É importante esclarecer ao leitor: a CCJ não julga hoje se Zambelli é culpada ou inocente. A função da comissão nesta etapa é puramente técnica e regimental. Os deputados vão votar se o processo conduzido no Conselho de Ética seguiu as regras da Casa.

  • Se o recurso for aceito: O processo volta para o Conselho de Ética, ganhando uma sobrevida de meses (o que a defesa deseja).
  • Se o recurso for rejeitado (cenário mais provável): O processo de cassação é dado como “apto” e segue imediatamente para a mesa do presidente da Câmara, Arthur Lira, para ser pautado no Plenário.

Relembre o Caso

O processo de cassação foi motivado pelas investigações da Polícia Federal que apontam o envolvimento direto de Zambelli com o hacker Walter Delgatti Netto. Segundo a acusação, a deputada teria articulado a invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para inserir um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes e documentos fraudados.

Delgatti, em delação premiada, afirmou ter recebido pagamentos da equipe da deputada e orientações diretas dela para tentar desacreditar o sistema judiciário brasileiro.

Clima no Congresso

Nos bastidores, a avaliação é de que Zambelli perdeu a blindagem que possuía. Até mesmo setores do PL (seu partido) já admitem, em reserva, que “não há mais como segurar” a situação diante das provas apresentadas pela PF. Se o caso chegar ao Plenário, são necessários 257 votos (maioria absoluta) para que ela perca o mandato e fique inelegível por oito anos.

A sessão da CCJ está prevista para começar às 14h30.

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