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15 MINUTOS COM SAPIA: HENRIQUE SALVADOR, PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA REDE MATER DEI

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TRANSCRITO DA ENTREVISTA CONCEDIDA EM AÚDIO E VÍDEO QUE VOCÊ PODE ASSISTIR CLICANDO AQUI

RICARDO SAPIA: A partir de agora, você assiste o 15 Minutos com o Sapia.

Olá, o 15 Minutos com o Sapia de hoje conversa com Henrique Salvador, presidente do Conselho de Administração da Rede Mater Dei.

A Rede Mater Dei, que está hoje já em três estados do Brasil, mais
especificamente em Minas Gerais, em Belo Horizonte, Nova Lima, Betim, Contagem e
também em Uberlândia, no estado do Goiás, em Goiânia e na Bahia, em Salvador e Feira
de Santana.

Em primeiro lugar, muito obrigado por nos receber aqui na sede do Mater Dei, onde tudo
começou há 44 anos atrás, vamos para 45 anos, num hospital que foi fundado pelo seu
pai, doutor Salvador, e hoje está essa potência aí já em três estados e com tendência de
crescimento.

SEDE DA REDE MATER DEI BH

HENRIQUE SALVADOR: Bom, em primeiro lugar, muito obrigado pelo convite para estar aqui com você, conversando um pouco sobre a saúde.

Realmente, o Mater Dei foi fundado pelo meu pai, pela minha mãe, doutor Salvador e doutora Norma, em 1º de junho de 1980.


Então, nós fizemos agora 44 anos de existência, inicialmente com o Mater Dei Santo
Agostinho, depois a ampliação do Mater Dei Santo Agostinho no ano 2000.

MATER DEI CONTORNO EM BH

Em 2014, nós fundamos o Mater Dei da Contorno.

Que fez 10 anos agora.

Fez 10 anos, isso, em dia 1º de junho também.

MATER DEI BETIM CONTAGEM

Em 19 de janeiro de 2019, nós fundamos o Mater Dei Betim Contagem.

Depois, há dois anos, fundamos Salvador.

E fizemos algumas aquisições também, porque nós abrimos o capital da empresa,
fizemos um IPO em 14 de abril de 2021.

E, a partir daí, fizemos algumas aquisições que foram as que você mencionou, para os outros estados.

E também procuramos uma empresa de tecnologia, porque nós entendemos que, a partir de agora, a saúde vai precisar muito de suporte tecnológico, não apenas para atender os pacientes, mas também para suportar tudo aquilo que a gente faz.

E compramos também uma participação da A3Data, que é uma empresa de inteligência
artificial e análise de dados.

Então, tem sido um momento de muito crescimento.

Fizemos a transição agora em novembro também, da segunda para a terceira geração
da família.

Hoje, o CEO da empresa é o meu filho, José Henrique, que se preparou muito para isso.
Está com 38 anos, e meus três sobrinhos também fazem parte da direção.

A Renata, o Felipe e a Lara.

E também temos inúmeros diretores que vieram do mercado.

Alguns foram formados dentro do próprio Mater Dei, outros vieram de outras indústrias.

Eu menciono muitas pessoas, porque eu acho que prestação de serviço depende muito de pessoas.

Pessoas preparadas, pessoas que se qualificaram ao longo da vida para exercer o que
fazem.

Eu achei interessante você colocar, que é um detalhe que a gente sempre coloca quando tem a sucessão familiar.

Tem que entrar porque é meu filho.

Ele entrou por meritocracia.

Ele foi preparado para isso.

Na verdade, no início dos anos 90, nós nos aproximamos da fundação do Dom Cabral.

Eu tenho a honra de ser conselheiro da Dom Cabral há 13 anos.

E já naquela época, nós fizemos um acordo familiar para regular como seria a sucessão da segunda para a terceira geração e gerações subsequentes.

Então, por exemplo, o Zé Henrique, que é o CEO hoje.

O Zé Henrique formou-se em administração de empresas no IBMEC, depois foi para São
Paulo, trabalhou na DASA, trabalhou no Einstein, trabalhou no Sírio Libanês durante três
anos.

Depois voltou, foi gerente administrativo no Mater Dei, foi para Nova Iorque, fez o
MBA de dois anos na Columbia.

Depois ele retornou, foi diretor comercial, foi diretor de operações e assumiu a presidência da empresa agora em novembro.

A Renata tem uma trajetória semelhante, o Filipe e a Lara também.

A Lara inclusive retornou agora da NYU, onde ela fez o MBA também.

Trabalhou no Einstein, na Eretz.Bio, dois anos.

A Renata fez o MBA também em Boston.

O Felipe fez na London Business, em Londres.

Todos trabalharam e se qualificaram para isso, ou seja, é um processo de sucessão
estruturado.

Sucessão não é um evento, sucessão é um processo que inicia muitos anos antes.

RICARDO SAPIA: A gente vê certas dificuldades de hospitais, principalmente os hospitais públicos em todo o Brasil, e de repente a gente vê hospitais particulares num crescimento extraordinário, ou seja, a saúde é um movimento, faz parte da economia do país hoje.

O fato de esse hospitais particulares terem todo esse boom, esse crescimento, cada dia melhor, você vê hoje grandes aquisições, fusões entre grandes empresas, vocês mesmo adquiriram já
hospitais que funcionavam, e de repente você vê aí capengando o hospital público.

Isso é má administração?

É política do governo que é mal feita.

Como é que você coloca esse disparate tão grande entre o hospital público e o particular?

HENRIQUE SALVADOR: Na verdade, Sapia, eu penso assim um pouco diferente.

Eu acho que, eu não sei se todo mundo sabe, a maioria dos hospitais do Brasil tem até 50 leitos, são hospitais pequenos, que têm muita dificuldade de subsistir, de operar.

Um hospital, para ser viável, tem que ter pelo menos uns 120 leitos para ele poder ter
condições de operar com segurança e ser autossustentável.

Recentemente, agora, eu visitei duas ilhas de excelência públicas que eu fiquei muito impressionado, sabe?

InCor e HRim de SP

Eu visitei o InCor e visitei o Hospital do Rim, ambos em São Paulo.

São projetos maravilhosos, projetos que orgulham a medicina do Brasil, que orgulham a saúde
pública do Brasil.

Então, essa questão da gestão pública é a mesma coisa da gestão privada, na minha
visão.

Então, você tem redes hospitalares que vão muito bem e redes hospitalares que
também têm seus problemas, né?

Eu acho que o que é importante, no fundo, é o que você mencionou, é a gestão.

A capacidade, com os recursos que a gente tem, transformar aqui em alguma coisa que sustente a organização ao longo do tempo, né?

RICARDO SAPIA: Nós tivemos um boom de conhecimento para o público em geral, durante a pandemia, sobre o SUS, né?

O SUS acho que é o maior case de sucesso da saúde do mundo, né?Não existe SUS no mundo todo.

É o caminho, realmente, é o SUS?

Porque na questão, se você tivesse… Se você fosse convidado hoje para gerir um cargo público, no caso?

HENRIQUE SALVADOR: Olha, eu acho que o sistema de saúde do Brasil é um só.

Na verdade, esse negócio de público e privado, 25% dos brasileiros têm plano de saúde.

Se acabar a medicina privada, esses 25% de brasileiros vão para a saúde pública.

Aí, sim, nós vamos ter um problema de acesso complicado e complexo.

Eu acho que o SUS tem políticas muito importantes.

Políticas que são um exemplo e benchmark para o mundo inteiro.

A questão da política de vacinação, que foi retomada mais recentemente.

A questão de controle à AIDS.

Ou seja, tem exemplos relacionados ao SUS.

A maneira como o SUS enfrentou a pandemia.

Você vê que a pandemia, a gente esquece disso, mas cidades como Londres, cidades como Nova Iorque, cidades como Milão tiveram problemas seríssimos durante a pandemia.

E no Brasil, nós tivemos alguns problemas, por exemplo, em Manaus, em algumas cidades, mas muito longe daquilo que ocorreu em outros países.

Então, o SUS realmente é um patrimônio do brasileiro.

Eu acho que não tem a menor dúvida de que esse sistema nosso público-privado coexistindo de forma harmônica.

E coexistindo, como ele coexiste, regulado por uma agência nacional.

Que regula o privado.

Mas também com oportunidades de interação entre um e outro.

É um grande patrimônio que o brasileiro tem.

RICARDO SAPIA: Vale a pena hoje investir na saúde?

Ou seja, se eu quiser investir um dinheiro, vale a pena comprar ações da rede Mater Dei?

HENRIQUE SALVADOR: Olha, eu acho que investimento em Bolsa de Valores é sempre um risco.

A pesso tem que ter estômago para aquilo.

Porque eu aprendi aí nesses três anos.

Que nós estamos aí lidando com as questões de Bolsa.

Que a gente não tem controle sobre o que acontece, por exemplo, em relação ao valor de um papel, o valor de uma ação.

Mas eu não tenho a menor dúvida de que a indústria da saúde como um todo,
ela é uma indústria sólida e uma indústria que no Brasil vai ser sempre importante.

Eu não vejo, por exemplo, como o Brasil não contar com a excelência dos hospitais
privados.

Que são hospitais que investem em qualificação de pessoas, investem em
qualidade de atendimento, inclusive a maioria deles sendo auditados e certificados por
organismos internacionais.

Muito investimento em tecnologia, em gestão.

Então, eu acho que, sem dúvida, a indústria da saúde ela é uma indústria muito importante na
economia brasileira como um todo.

RICARDO SAPIA: Quem me conhece nos meus 35 anos de jornalismo sabe que eu não estou passando pano em nada.

Se está errado, eu falo que está errado.

Se está certo, eu falo que está certo.

Porque, infelizmente, ano passado eu sofri um acidente de motocicleta na Bahia.

Mas fiquei lúcido, apesar de ter me quebrado bem, quebrei costela, oito costelas, a cara ficou
toda estragada, mais ainda do que já era.

E aí eu pedi para me levarem para o Mater Dei, porque eu tenho aquele conhecimento do Mater Dei daqui.

MATER DEI SALVADOR

Falei, me leve para o Mater Dei.

Mas como estava muito feia a situação, na hora falaram, não tem condições, tem que deixar no hospital mais próximo, e deixou no hospital mais próximo, em Lauro de Freitas, que é, divisa para quem não sabe, que é na Grande Salvador.

E lá eu fiquei na UTI por uns dias e tal, cinco ou seis dias depois.

Assim que eu tive alta, o primeiro hospital que eu fui foi para o Mater Dei, para ser…
Olhando por outros problemas que eu tive, eu tive um problema de labirintite, por
função do acidente, fui tratado por uma médica mineira, que foi para lá, ela e o marido,
o marido acho que é ortopedista, e ela é otorrino.

O seu carinho. E eu senti que é o mesmo atendimento daqui, quer dizer, a mesma qualidade de atendimento.

Isso é o grande diferencial hoje, quer dizer, se eu for no Mater Dei em Feira de Santana,
ou for no Mater Dei em Goiânia, ou em Uberlândia, ou no de Nova Lima, ou no daqui, ou
no da Contorno, é sempre essa excelência de tratamento.

HENRIQUE SALVADOR: Na verdade, o crescimento, um dos desafios do crescimento é exatamente esse, é a integração das unidades, e é você levar a cultura mater, a cultura mãe, para as demais unidades, respeitando aquilo que essas unidades têm também de diferente, e aquilo que as fazem também líderes onde elas estão.

Eu aprendi uma coisa nessa caminhada nossa, que a cultura local e regional
faz muita diferença também.

A maneira como o baiano, como o goiano, como o uberlandense enxerga a saúde é
diferente nos diversos locais, é diferente de Belo Horizonte.

Então essa é uma luta constante que nós temos.

Se adaptar a isso.

Personalizado, um atendimento urbanizado, um atendimento diferenciado para onde a
gente for.

E aí, uma coisa que você acabou de comentar agora que eu acho que é importante, a gente tem que ter semeadores.

Então foram médicos, por exemplo, daqui para alguns locais, para alguns desses hospitais, exatamente para tentar levar um pouco para a cultura.

Além de médicos, foram executivos, foram enfermeiros.

Nós procuramos realmente integrar esses hospitais dentro de um padrão e de uma cultura que a gente acredita.

O Hospital Salvador, por exemplo, já é certificado pela Joint Commission Internacional,
assim como os hospitais daqui.

Mas atendimento hospitalar e atendimento médico tem um lado que é um lado muito
processo, mas tem um lado que é um lado da entrega de serviço.

Esse tem que ser customizado.

Que é o olho no olho, que é o toque, que é o carinho.

Isso é que às vezes é um pouco mais difícil levar.

Mas a gente tem procurado integrar as unidades dentro desse princípio.

RICARDO SAPIA: É, o Salvador que eu conheci e o daqui, nasceu minha
filha aqui, a Mariana, a filha 06, nasceu aqui.

Eu conheço essa excelência exatamente.

Bom, o nosso tempo está acabando, eu não posso deixar de falar sobre uma paixão sua, que é o Clube Atlético Mineiro.

Você, além de um torcedor do Galo, você faz parte da SAF do Galo, junto com mais três
empresários?

Não, eu não.

RICARDO SAPIA: Ah, você não entrou na SAF?

HENRIQUE SALVADOR: Não, não.

Eu sou conselheiro do Atlético, sou torcedor do Atlético.

Meu pai foi quem nos contaminou.

Com essa paixão, ele brincava com a gente quando a gente era pequeno e falava o seguinte, olha, você tem três opções de time para você torcer.

Juvenil, infantil ou profissional do Atlético.

Não tem outra escapatória.

Essa paixão pegou mesmo, mas eu não tenho envolvimento nenhum com nada do Atlético, a não ser o fato de ser torcedor e ser conselheiro.

RICARDO SAPIA: Ah, interessante.

HENRIQUE SALVADOR: O Atlético é uma das paixões da minha vida.

RICARDO SAPIA: E como é que você vê, apesar de ser só conselheiro, você é amigo dos diretores ou dos proprietários da SAF.

Você os conhece tem relacionamento com eles.

Como é que é esse novo modelo de negócio?

Você acha que é o caminho também para o futebol?

HENRIQUE SALVADOR: Acho que sim.

RICARDO SAPIA: Hoje nós temos não só o Atlético, tem o Cruzeiro, tem o Atlético
Paranaense, tem o Bahia, são vários clubes hoje no Brasil.

HENRIQUE SALVADOR: Eu acho que o futebol precisa de ser profissionalizado também.

O futebol precisa também de ser encarado como empresa e uma empresa que precisa
dar resultado.

Resultado sobre diversos aspectos, não é só resultado financeiro.

Resultado inclusive em termos de títulos, em termos de retorno para a torcida, em
termos de investimentos.

E eu acho que essa visão empresarial, principalmente das pessoas que estão frente à
SAF e do Atlético, eu acho que vai trazer muitos benefícios para o clube.

Acho que er um passo importante que precisava de ser dado e, sem dúvida alguma, no médio e
longo prazo, o Atlético vai se beneficiar muito disso.

RICARDO SAPIA: Eu brinco com a minha esposa qu o Atlético seja vice-campeão em todos os campeonatos que estiver disputando com o meu Palmeiras.

Está acabando o 15 Minutos com o Sapia, não posso deixar de mostrar aqui, existe uma
história na Família Salvador que o Dr. Salvador presenteia sempre os amigos e os filhos
e os netos com livros.

E ele chegou aqui na sala um pouco antes da gente começar a gravar e comentei sobre isso, ele perguntou o que eu gostava de ler, eu disse que gosto de ler muito sobre história e a gente acabou de receber aqui um livro de presente, Jorge Bastos Moreno, A História de Mora.

Mora é a esposa de Ulysses Guimarães, contando a história de Ulysses Guimarães.

Vou devorá-lo, queria agradecer, já fico aqui meu agradecimento ao senhor e ao seu pai
também.

HENRIQUE SALVADOR: O livro é muito interessante, vale a pena ler, ele conta passagens dos
bastidores da política brasileira na visão da esposa do Ulysses Guimarães.

RICARDO SAPIA: Muito obrigado pela sua participação.

HENRIQUE SALVADOR: É um prazer estar com vocês e um sucesso.

RICARDO SAPIA: O 15 Minutos com o Sapia fica por aqui, gente se vê na próxima semana.

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