BH e Região Metropolitana
Atividades nos CRAS fortalecem autonomia de mulheres em Belo Horizonte
A Prefeitura de Belo Horizonte realizou durante o mês de março diversas atividades dedicadas às mulheres nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) Entre oficinas, debates e rodas de conversa nas 34 unidades instaladas no município, o objetivo é comum: garantir a proteção social, prevenir violações de direitos e fortalecer a autonomia das usuárias dos serviços socioassistenciais ao longo de todo o ano
A Prefeitura de Belo Horizonte realizou durante o mês de março diversas atividades dedicadas às mulheres nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS). Entre oficinas, debates e rodas de conversa nas 34 unidades instaladas no município, o objetivo é comum: garantir a proteção social, prevenir violações de direitos e fortalecer a autonomia das usuárias dos serviços socioassistenciais ao longo de todo o ano.
O CRAS Santa Rosa, por exemplo, reuniu mulheres e meninas do território para a atividade “Nós, mulheres: um olhar para si”. A proposta de uma roda de conversa reflexiva sobre os estereótipos relacionados à mulher, as pressões estéticas e objetificação dos corpos femininos, o autocuidado e a importância das redes de apoio frente a sobrecarga cotidiana de cuidados e as violências que recaem sobre o universo feminino. A atividade, no entanto, não se resume ao mês de março. O grupo “Nós Mulheres” periodicamente reúne mulheres de diversos bairros referenciados ao CRAS Santa Rosa, como São Francisco, Vila Santa Rosa, Universitário, Santa Rosa, Vila Aeroporto, Aeroporto, Parte do Indaiá e Vila Real.
Os grupos de convivência de mulheres são espaços fundamentais para as usuárias da política de assistência social, permitindo o diálogo aberto, o compartilhamento das necessidades sociais e a construção de soluções conjuntas e coletivas. O grupo “Nós Mulheres”, iniciativa do CRAS Santa Rosa, na regional Pampulha, busca promover um espaço de conversas e debates, além de fomentar a autonomia das mulheres do território e possibilitar o acesso a outros serviços socioassistenciais do município. A partir dos encontros, as participantes foram inseridas em cursos de qualificação profissional, participaram de visitas em espaços culturais e oficinas de arte, além de serem encaminhadas a outros serviços oferecidos pelo poder público.
Thaynara Nascimento, 26 anos, atualmente tem formação profissional como manicure graças a um dos cursos disponibilizados para as usuárias do CRAS Santa Rosa. Ela conta como esta iniciativa é um exemplo de como o grupo impacta positivamente a vida das participantes. Como acontece com muitas outras mulheres, ela procurou o CRAS para atualizar seus dados no Cadastro Único e foi convidada para conhecer outras possibilidades dentro da unidade. “Me convidaram para os encontros do grupo de mulheres. Vim para o primeiro, me engajei para participar do curso e continuo participando. Todos os encontros temos discutido um tema diferente. Pensamos juntas sobre as demandas que nós temos,” destaca.
Papel do CRAS na autonomia das mulheres
Os CRAS são unidades socioassistenciais que cumprem papel fundamental na garantia dos direitos sociais, e as mulheres de famílias em situação de vulnerabilidade social são as que mais buscam os serviços e benefícios disponibilizados nas unidades. Para ilustrar, das mais de 300 mil famílias inscritas no Cadastro Único no município, 227 mil são chefiadas por mulheres. O número representa quase 75% do público total atendido.
Além de ser uma das portas de entrada para o acesso ao Cadastro Único, os CRAS também contam com outros serviços, como o de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif), que tem como foco o trabalho social com famílias de forma continuada, buscando garantir a função protetiva, fortalecendo e refazendo vínculos familiares e comunitários, além de promover o acesso a direitos que impactem positivamente na qualidade de vida dos usuários, com ações de caráter preventivo, protetivo e proativo. Ainda, conta com o Serviço de Convivência e de Fortalecimento de Vínculos (SCFV), como estratégia de mais proteção social aos membros das famílias acompanhadas pelo Paif, em observância aos ciclos de vida. É efetivado nas unidades também o Programa Maior Cuidado, garantindo proteção e cuidado no domicílio para pessoas idosas e seus cuidadores. Em casos de eventualidades que agravam as vulnerabilidades sociais das famílias acompanhadas pela Unidade, é aferido o Benefício Eventual – Avise.
Fabíola Costa, 54 anos, mãe e operadora de caixa, é usuária do CRAS Santa Rosa e participa do grupo Nós Mulheres desde que foi criado. Ela destaca a importância do apoio recebido pela equipe de referência. “Este grupo me ajudou muito e me proporcionou um ambiente acolhedor onde pude compartilhar experiências com outras mulheres. A partir do grupo tive a certeza que posso construir novas oportunidades e caminhos,” salienta.
O subsecretário de Assistência Social, José Crus, afirma que a autonomia é uma das seguranças sociais efetivadas no SUAS. “São estratégias como essas que ampliam o caráter protetivo das famílias, ampliam acessos a outros direitos sociais, efetivam proteção e cuidado àquelas que mais requerem proteção social do Estado. A prevenção de violações de direitos e de rupturas de vínculos familiares e sociais é a força motriz das atividades coletivas que são realizadas nas unidades do SUAS”, detalha.