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DIA DO RESPEITO ÀS GALINHAS LEMBRA MATANÇA DE BILHÕES

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Uma data pouco conhecida, o Dia Internacional do Respeito às Galinhas, joga luz sobre uma realidade que muitas pessoas preferem ignorar: a violência por trás da exploração e consumo de galinhas e frangos. E este sábado, 4 de maio, é o dia. Em várias partes do mundo, ativistas dos direitos animais clamaram por respeito a essas aves que são as maiores vítimas terrestres da humanidade com fins de consumo.

Dá pra imaginar que a previsão de consumo dessas aves no Brasil, em 2024, vai se manter em estabilidade com o ano anterior, a 10,13 milhões de toneladas? São bilhões de aves cativas para consumo – cerca de 6 bilhões por ano, com base em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A grande maioria das aves são criadas usando métodos de pecuária intensiva. Segundo o Worldwatch Institute, 74 porcento da carne de aves de todo o mundo e 68 porcento dos ovos são produzidos desta forma.

Vidas ceifadas na infância

As galinhas podem viver 6 anos ou mais. As galinhas de aviário nem sonham com isso; normalmente elas levam menos de 6 semanas a atingir o tamanho que o mercado considera necessário para que sejam ceifadas.

Esta não é a realidade somente dos frangos, mas também das galinhas poedeiras, que são abatidas assim que o declínio na produção de ovos passa a ser considerado desinteressante para o mercado.

O mercado também considera outros fatores, como custo tido como elevado em decorrência do desenvolvimento de doenças que sugiram nesse contexto de produção ou quando as galinhas são galinhas, e seu comportamento é qualificado como “excessivamente indisciplinado”.

Crueldade com os pintinhos

Além disso, uma prática ainda muito comum na indústria de ovos e pouco conhecida pela maioria da população é a trituração de pintinhos machos vivos. Estudo publicado na revista ‘Environment and Planning E: Nature and Space’ aponta a situação dos pintinhos.

A pesquisa revela que, sete bilhões de pintinhos machos são triturados ou gaseados vivos pela indústria de ovos a cada ano. Isso porque eles não podem ser incorporados nesse mercado, uma vez que não botam ovos, e também não são queridos pela área de frangos de corte. Dessa forma, quando nascem pintinhos machos, eles são exterminados.

No total, custa um dólar para matar cada animal, o que soma sete bilhões de dólares ao ano, segundo o estudo. Frente ao aspecto ético, o sofrimento animal e os custos, agentes legislativos e cientistas buscam alternativas para a matança. Sob pressão de organizações de defesa dos direitos dos animais, países como Alemanha, Áustria e França proibiram o extermínio de pintinhos. Especialistas chamam atenção e alertam que essa não é a solução para o problema da crueldade animal.

Os pintinhos machos são considerados meros produtos indesejados tanto por uma condição biológica óbvia, que é a impossibilidade de botar ovos, como também por não terem genética que a indústria da carne aponta como adequada para se tornarem rentáveis, já que se desenvolvem lentamente.

Aves resistem a morrer

Relatos e imagens feitas por ONGs que defendem o direito animal mostram a crueldade: “Os frangos recebiam o choque [eletronarcose] pra diminuir a resistência e a contração muscular. A informação repassada é que o animal sofre menos, mas olhando para eles dava para perceber que ainda sentiam alguma coisa. Aves chegavam na zona de sangria ainda se debatendo, resistindo a morrer.” Da próxima vez que cruzar com algum caminhão transportando esses animais em caixas plásticas lembre-se que o destino é o matadouro.

Produção de frango e desmatamento

A produção de frango tem contribuído com o desmatamento em países como Brasil, Argentina e Paraguai, de acordo com recente pesquisa do Greenpeace, que teve destaque no jornal britânico ‘The Independent’.

O estudo do Greenpeace destaca que os frangos no Reino Unido são alimentados com soja proveniente de áreas onde florestas nativas forram derrubadas, assim também prejudicando a vida silvestre.

Um trecho da floresta é destruído todos os anos para cultivar soja, que é usada para alimentar aves no Reino Unido e no resto do mundo, segundo o relatório da entidade. A terra utilizada inclui a savana com maior biodiversidade do mundo, o cerrado brasileiro.

(com Vegazeta, Uol)