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Gilberto Gil, que faz 82, foi homenageado em musicais e assinou espetáculo da Broadway
Compositor já foi retratado em espetáculos em homenagem a outros músicos, mas nunca ganhou biografia
Comemorado com alguma pompa, até pouco comum para datas não redondas, o aniversário do cantor e compositor Gilberto Gil nesta quarta-feira, 26, suscitou textos em jornais e até algumas reportagens especiais. Com obra magistral construída ao longo de 60 anos de trajetória artística, o compositor também tem uma colaboração para as artes cênicas.
Embora mais tímida e menos profícua do que seu colega Chico Buarque , a obra criada por Gilberto Gil para o teatro embalou dois espetáculos do grupo Corpo, montados em 2019 e em 2022. Gil e Gil Refazendo , este último uma celebração aos 80 anos completados pelo músico há dois anos, contaram com trilha exclusiva coreografada por Rodrigo Pederneiras.
É verdade que o músico jamais compôs necessariamente para o teatro musical ao longo de seis décadas de carreira, mas foi Gil o responsável por assinar as versões em português da primeira montagem brasileira da versão musical de O Rei Leão , blockbuster da Broadway que teve sua primeira produção nacional em 2013.
À época, o músico sofreu críticas pelas versões nem sempre tão fluentes no decorrer da história. Nesta nova montagem, em cartaz desde 2023 no palco do mesmo Teatro Renault, as traduções de Gil ganharam uma revisão assinada por Bianca Tadini e Luciano Andrey.
Contudo, mesmo que não tenha mergulhado com fluidez no mundo dos musicais, Gil recebeu algumas homenagens do gênero ao longo dos últimos anos, sendo a mais importante o musical Aquele Abraço , uma celebração à sua obra escrita por Gustavo Gasparini.
Fugindo da fórmula fácil, o espetáculo usou das canções do compositor para falar de assuntos como o movimento tropicalista, a negritude, o amor, a religiosidade, a tecnologia, o futurismo e suas origens na Bahia, com os temas vida e morte sempre percorrendo os 11 blocos temáticos da produção, que enfileirou temas como Expresso 2222, Cérebro Eletrônico, Drão, Copo Vazio, Metáfora, Tempo Rei, Não Tenho Medo da Morte e, claro, Aquele Abraço .
Sua trajetória também foi celebrada em Viramundo , espetáculo de dança produzido pelo Balé do Teatro Castro Alves, em Salvador, em celebração aos 80 anos do músico. A direção e as coreografias foram assinadas por Duda Maia.
Musicais como Rita Lee Mora ao Lado e Rita Lee – Uma Autobiografia Musical também contam com a presença do músico personificado em cena graças à sua importância na trajetória da amiga Rita Lee Jones (1947-2023), com quem dividiu uma turnê em 1977, Refestança .
Entretanto, nenhuma destas homenagens teve o teor biográfico que o mercado do teatro musical busca incessantemente em espetáculos sobre a trajetória de artistas da música popular. Por falta de interesse ou por falta de autorização, a história de Gil segue restrita à memória nacional por meio de suas composições, entrevistas e declarações.
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