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Italiana Valentina Petrillo, a primeira atleta trans nos Jogos Paralímpicos

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Velocista de 50 anos garantiu vaga nas semifinais dos 400m

A velocista italiana Valentina Petrillo disputou, nesta segunda-feira (2), as eliminatórias dos 400 m (T12), fazendo história nos Jogos Paralímpicos ao se tornar a primeira atleta transgênero a participar do evento.

Petrillo, de 51 anos e com uma doença que lhe faz perder progressivamente a visão, terminou em segundo lugar na bateria, com o tempo de 58seg35, classificando-se para as semifinais que foram realizadas nesta segunda-feira.

Terminou a bateria das semifinais em terceiro lugar e não se classificou as finais.

Apesar dos problemas de visão e ao contrário de alguns de seus rivais, Petrillo compete sem guia.

Em uma entrevista antes dos Jogos, Petrillo afirmou que competir em Paris seria “o momento mais importante” da sua carreira esportiva e “um sonho” de criança.

Depois de perder por pouco os Jogos de Tóquio, há três anos, Petrillo, que completou seu processo de transição em 2019, conseguiu se classificar para os Jogos Paralímpicos.

Ela já havia tentado isso três décadas antes, em Atlanta-1996, antes da transição.

— Quando eu era homem, não me sentia eu mesma.

Sempre corria com o freio de mão puxado, não era uma pessoa feliz, tão feliz como sou agora, mesmo sendo alguns anos mais velha.

Depois de se dedicar ao futebol de cinco em uma categoria para pessoas com deficiência visual (semelhante ao futsal) e de representar a Itália nos torneios mais importantes, Petrillo acabou voltando a suas origens – o atletismo – e principalmente aos 200 m (prova na qual também competirá em Paris), inspirada em seu ídolo Pietro Mennea, campeão olímpico dos 200m em Moscou-1980 e bronze na mesma prova e no revezamento 4x100m em Munique-1972

Para poder competir nestas provas de velocidade, Petrillo teve que se submeter a um tratamento hormonal que lhe permitiu dividir a sua taxa de testosterona por quatro e assim cumprir as regras impostas pela federação internacional de atletismo.