BH e Região Metropolitana
Mostra no Cine Santa Tereza enfoca a diversidade no cinema contemporâneo
Com uma variada seleção de filmes documentais e ficcionais, a “Mostra Todas as Cores” volta o olhar para o tema da diversidade no cinema contemporâneo Integrando o Circuito Municipal de Cultura, a programação acontece no Cine Santa Tereza, sempre às 19h, entre os dias 19 e 30 de junho – mês em que é celebrado o orgulho LGBTQIA+
Com uma variada seleção de filmes documentais e ficcionais, a “Mostra Todas as Cores” volta o olhar para o tema da diversidade no cinema contemporâneo. Integrando o Circuito Municipal de Cultura, a programação acontece no Cine Santa Tereza, sempre às 19h, entre os dias 19 e 30 de junho – mês em que é celebrado o orgulho LGBTQIA+. Ao todo, são 11 produções, nove nacionais e duas estrangeiras, que abordam diferentes aspectos do universo ligado à sigla, como as narrativas de amor e aceitação e os relatos de resistência e ativismo. Haverá filmes inéditos e sessões comentadas com cineastas e convidados.
A programação é totalmente gratuita, mediante retirada de ingressos on-line pela Sympla ou na bilheteria do cinema, 30 minutos antes das sessões. Outras informações estão disponíveis nas redes e no site do Circuito Municipal de Cultura, projeto realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (SMC) e da Fundação Municipal de Cultura (FMC), em parceria com o Instituto Odeon. Este evento é realizado em parceria com a Subsecretaria de Direitos de Cidadania.
Para a coordenadora do Cine Santa Tereza, Vanessa Santos, a “Mostra Todas as Cores” apresenta uma amplitude de temas e perspectivas. “O nome da Mostra vem no sentido de pensar todas as cores desta bandeira LGBTQIA+. Então, é importante dizer que são filmes que falam da diversidade de forma ampla. Da luta por direitos, das vivências afetivas. Das questões de gênero não só a partir das reivindicações, mas sobretudo das afetividades. A curadoria partiu desse olhar”, afirma.
Programação
A “Mostra Todas as Cores” começa na quarta-feira (19) com o filme “O Que Pode o Corpo?” (2024), de Leonardo Barcelos, ainda inédito nos cinemas. A sessão será comentada pelo diretor e também pelos artistas plásticos Marco Paulo Rolla e Janaina Tábula, com mediação do cineasta Ewerton Belico. O documentário tece um panorama vibrante das questões acerca do corpo e da performance no mundo atual, abarcando temas como a colonização e seus efeitos persistentes na sociedade, as lutas pela igualdade de direitos LGBTQIA+, por avanço dos movimentos feministas, além das reivindicações por reconhecimento e justiçados dos povos negros e indígenas.
Na quinta-feira (20), será exibido “Indianara” (2019), de Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa, documentário que conta a história de Indianara Siqueira. Líder por natureza, ela lidera um grupo de mulheres transgênero que lutam pela própria sobrevivência em um lugar tomado por preconceito, intolerância e polarização. Já na sexta, dia 21, é a vez de “Paloma” (2022), de Marcelo Gomes. Na trama, Paloma, uma mulher trans, anseia por casar-se com o namorado, Zé. Ela trabalha duro como agricultora em uma plantação de mamão e está economizando para pagar a festa, mas precisa enfrentar muitos desafios para realizar o sonho.
A Mostra continua no sábado (22), com o premiado “Deserto Particular” (2021), de Aly Muritiba, que reflete sobre os afetos masculinos no Brasil contemporâneo. O protagonista Daniel, que sempre foi um policial exemplar, um dia se envolve em um caso de violência e é demitido da corporação. Com a vida virada de cabeça para baixo, busca refúgio se relacionando com a misteriosa Sara, que desaparece misteriosamente. Atrás de respostas, Daniel acaba mergulhando em intensos processos de descoberta e aceitação de seus próprios afetos. O filme recebeu o prêmio do público da Mostra Venice Days, no Festival de Veneza e foi um dos escolhidos pelo Brasil para tentar indicação ao Oscar 2022.
No domingo (23), será exibido o drama “Inferninho” (2018), de Pedro Diógenes e Guto Parente, que também recebeu premiações em importantes festivais nacionais e internacionais, como o Queer Lisboa, o Festival do Rio e o Janela Internacional de Cinema do Recife. Na trama, Deusimar é a dona do Inferninho, bar que é um refúgio de sonhos e fantasias. Ela quer deixar tudo para trás e ir embora, para um lugar distante. Jarbas, o marinheiro que acaba de chegar, sonha em ancorar e fincar raízes. O amor que nasce entre os dois vai transformar o cotidiano do bar.
Segunda semana
A programação da “Mostra Todas as Cores” retorna na terça-feira (25), com uma sessão comentada do filme “Corpolítica” (2023), de Pedro Henrique França. O documentário investiga o vazio de representatividade LGBTQIA+ no cenário político do Brasil, país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo. Diante de um recorde de candidaturas LGBTQIA+ nas eleições brasileiras de 2020, em um momento histórico no país e no mundo, candidatos e políticos relatam suas experiências e as violências vividas. A sessão será comentada pela cientista política Leopoldina Lavor, com mediação do jornalista Gabriel Andrade.
Na quarta-feira (26), o filme “Rafiki” (2018), da queniana Wanuri Kahiu, apresenta uma história de amor entre duas jovens mulheres, em um país que ainda criminaliza a homossexualidade. Kena e Ziki há muito tempo ouvem dizer que “boas meninas quenianas se tornam boas esposas quenianas” – mas elas anseiam por algo mais e se encorajam a perseguir seus sonhos numa sociedade conservadora. Quando o amor floresce, elas devem escolher entre felicidade e segurança. Prestigiado no circuito cinematográfico mundial, “Rafiki” teve sua estreia no Festival de Cannes e fez história como sendo o primeiro longa queniano a ser exibido como parte da programação oficial do evento. A sessão na “Mostra Todas as Cores” será comentada pela cineasta Natalie Matos e mediada pelo jornalista Gabriel Araújo.
Outro filme da programação, ainda inédito nos cinemas de Belo Horizonte, é o documentário “Toda Noite Estarei Lá” (2023), de Mel Rosário, que leva para a tela do Cine Santa Tereza, na quinta-feira (27), importantes debates. Impedida de frequentar um culto, Mel não desiste de professar a sua fé. Toda noite ela prepara cartazes para lutar pelos seus direitos, à espera do dia que poderá voltar a entrar. O documentário acompanha a luta da cabeleireira transsexual por fazer valer o seu direito constitucional à liberdade. A sessão será comentada pela atriz e comunicadora Bramma Bremmer e também terá mediação de Gabriel Araújo.
A “Mostra Todas as Cores” continua na sexta-feira (28) com “Medusa Deluxe” (2022), do britânico Thomas Hardiman, em que extravagância e excesso colidem com uma trama de mistério, em um filme de gênero. A ficção aborda um misterioso assassinato durante uma disputada competição de cabeleireiros. A morte de um dos seus incita a divisão dentro de uma comunidade cuja paixão por cabelos beira a obsessão. No sábado (29), é a vez de “A Filha do Palhaço” (2022), de Pedro Diógenes, drama que recebeu o prêmio do júri popular na 26a Mostra de Cinema de Tiradentes. No filme, a adolescente Joana aparece para passar uma semana com o pai, Renato, um humorista que faz shows em churrascarias, bares e casas noturnas de Fortaleza, no Ceará, interpretando a personagem Silvanelly. Apesar de mal se conhecerem, pai e filha vivem experiências que transformarão sua relação e suas vidas. Fechando a programação, no domingo (30), será exibido “Sócrates” (2018), primeiro longa do diretor Alexandre Moratto, que foi indicado a três categorias da Spirit Award, prestigiada premiação estadunidense considerada um dos indicadores do Oscar. O drama brasileiro conta a história de um jovem de 15 anos da periferia de São Paulo que, depois da morte repentina da mãe, deve sobreviver por conta própria enquanto enfrenta sua dor.
Cine Santa Tereza
Inaugurado na década de 40 e fechado nos anos 80, o Cine Santa Tereza, por quase quatro décadas, exerceu um importante papel na criação de memórias afetivas e na relação dos moradores com a cultura e a sétima arte. Revitalizado e reaberto em 2016, a partir de uma demanda dos próprios moradores do bairro via orçamento participativo, o Cine Santa Tereza é hoje um dos últimos cinemas de rua da cidade, abrigado em um prédio histórico, cuja fachada encontra-se em processo de tombamento como patrimônio de Belo Horizonte. É um equipamento cultural mantido pela Prefeitura de Belo Horizonte tem a missão de difundir e democratizar o acesso ao cinema e ao audiovisual na cidade, exibindo uma programação diversa e valorizando as produções locais, regionais e nacionais.
Circuito Municipal de Cultura
O Circuito Municipal de Cultura foi criado com o compromisso de oferecer uma programação contínua, em diversos formatos, a partir de ações descentralizadas nas nove regionais da PBH. Desde então, o projeto tem realizado shows, espetáculos cênicos, intervenções urbanas, exibição de filmes e mostras temáticas, além de atividades de reflexão e formação em diferentes linguagens artísticas, reforçando seu importante papel de fomento.
Entre dezembro de 2019, quando foi lançado, e março de 2024, o Circuito Municipal de Cultura realizou 1.019 atividades artísticas e culturais, que alcançaram um público estimado de aproximadamente 565 mil pessoas. Incluindo ações presenciais, virtuais e híbridas, a programação ocorrida durante esse período histórico do projeto movimentou a contratação de milhares de artistas e profissionais.
Serviço | Circuito Municipal de Cultura
“Mostra Todas as Cores”
Quando.
De 19 a 23 de junho (quarta-feira a domingo); de 25 a 30 de junho (terça-feira a domingo) – 19h
Onde.
Cine Santa Tereza (Rua Estrela do Sul, 89 – Santa Tereza)
Quanto.
Os ingressos são gratuitos, podem ser retirados on-line pelo site da
Sympla
ou na bilheteria do cinema, 30 minutos antes das sessões
Programação | “Mostra Todas as Cores”
Quarta-feira (19) – 19h
“O Que Pode o Corpo?” (Leonardo Barcelos | Brasil | 2024 | Documentário | 73 min)
Sessão comentada por Leonardo Barcelos, Marco Paulo Rolla e Janaina Tábula, com mediação de Ewerton Belico
Quinta-feira (20) – 19h
“Indianara”
(Aude Chevalier-Beaumel / Marcelo Barbosa | Brasil | 2019 | Documentário | 84 min)
Classificação: 16 anos
Sexta-feira (21) – 19h
“Paloma” (Marcelo Gomes | Brasil | 2022 | Drama | 104 min)
Classificação: 16 anos
Sábado (22) – 19h
“Deserto Particular” (Aly Muritiba | Brasil | 2021 | Drama | 120 min)
Classificação: 14 anos
Domingo (23) – 19h
“Inferninho” (Pedro Diógenes / Guto Parente | Brasil | 2018 | Drama | 82 min)
Classificação: 12 anos
Terça-feira (25) – 19h
“Corpolítica” (Pedro Henrique França | Brasil | 2023 | Documentário | 102 min)
Classificação: 12 anos
Sessão comentada por Leopoldina Lavor e mediada por Gabriel Andrade
Quarta-feira (26) – 19h
“Rafiki” | (Wanuri Kahiu | Kenia | 2018 | Drama | 83 min)
Classificação: 14 anos
Sessão comentada por Natalie Matos e mediada por Gabriel Araújo
Quinta-feira (27) – 19h
“Toda Noite Estarei Lá” (Mel Rosário | Brasil | 2023 | Documentário | 72 min)
Classificação: Livre
Sessão comentada por Bramma Bremmer e mediada poe Gabriel Araújo
Sexta-feira (28) – 19h
“Medusa Deluxe” (Thomas Hardiman |Reino Unido | 2022 | Drama | 101 min)
Classificação: 16 anos
Sábado (29) – 19h
“A Filha do Palhaço” (Pedro Diógenes | Brasil | 2022 | Drama | 99 min)
Classificação: 16 anos
Sábado (30) – 19h
“Sócrates” (Alexandre Moratto | Brasil |2018 | Drama | 71 min)
Classificação: 16 anos
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