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Brasil

Paralimpíadas: Quem são as gêmeas da natação que fizeram dobradinha

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Da arquibancada, Seu Eraldo — que usava uma camisa especial para a ocasião — acompanhou, torceu e comemorou.

No dia do aniversário, ele viu as filhas gêmeas Débora e Beatriz Carneiro conquistarem prata e bronze, respectivamente, nos 100m peito da classe SB14 nos Jogos Paralímpicos de Paris.

Logo que saíram da piscina, elas fizeram questão de recordar que a data era importante para a família não apenas pelas medalhas conquistadas minutos antes.

ERALDO E MÕNICA

“Estamos aqui para agradecer ao meu pai.

Graças a ele a gente está aqui, graças à Mônica [madrasta] também.

Nos sentimos muito honradas, pai.

Temos mais um presente para a sua vida: medalhas”, disse Débora, a reportagem.

Naturais de Maringá, no Paraná, Débora e Beatriz Carneiro têm 26 anos e foram diagnosticadas com deficiência intelectual.

No começo da infância, os pais não repararam sinais da doença, mas, quando elas tinham quatro anos, professoras começaram a reparar em um atraso na aprendizagem e avisaram a família — a dificuldade com números era evidente, e a alfabetização também foi prejudicada.

“A gente ia só pra dormir”, apontou Débora, em uma entrevista em 2022.

“A gente copiava tudo o que o professor escrevia no quadro, mas nada fazia sentido”, disse Beatriz.

Vada, mãe das nadadoras, morreu em 2009, em decorrência de um câncer de pulmão.

Eraldo, então, assumiu a criação das gêmeas, e também apoiou os compromissos esportivos.

A missão, mais tarde, ficou dividida com Mônica, a segunda esposa dele e também citada pelas atletas em Paris.

As irmãs nadam desde pequenas, mas o esporte começou a ser levado mais a sério quando tinham 12 anos.

Foi nessa época que começaram a se destacar.

Eraldo, em uma pesquisa na internet, achou o esporte paralímpico e viu que os índices que as filhas alcançavam na água eram parecidos aos das atletas que já estavam nesta caminhada.

Nas redes sociais, as jovens costumam compartilhar registros de treinos, competições que participam e vídeos “de TikTok” , de dancinhas a dublagens.

Há, inclusive, um perfil dedicado a elas, chamado “As gêmeas da natação”.

A primeira competição fora do país que elas participaram foi em 2017, no México, no Mundial.

De lá para cá, foram diversos pódios.

E dobradinha não é novidade para a família.

No Mundial de Manchester, no ano passado, Débora foi ouro e Beatriz prata nos 100m peito.

Débora está na segundo edição dos Jogos Paralímpicos e chegou ao pódio pela primeira vez.

Já Beatriz disputa as Paralimpíadas pela terceira vez, e foi bronze em Tóquio e também no revezamento 4×100 livre S14 já em Paris.