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BH e Região Metropolitana

PBH entrega prêmio às Mestras e Mestres da Cultura Popular de Belo Horizonte

Reconhecer, valorizar e divulgar a atuação de Mestras e Mestres responsáveis pela transmissão e perpetuação de saberes, celebrações e formas de expressão que compõem o patrimônio cultural da nossa cidade Esse é objetivo do já tradicional “Prêmio Mestres da Cultura Popular de Belo Horizonte” que, em 10 anos, reverenciou 84 Mestres atuantes em diversas regiões da cidade

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PBH entrega prêmio às Mestras e Mestres da Cultura Popular de Belo Horizonte

Reconhecer, valorizar e divulgar a atuação de Mestras e Mestres responsáveis pela transmissão e perpetuação de saberes, celebrações e formas de expressão que compõem o patrimônio cultural da nossa cidade. Esse é objetivo do já tradicional “Prêmio Mestres da Cultura Popular de Belo Horizonte” que, em 10 anos, reverenciou 84 Mestres atuantes em diversas regiões da cidade. A 6ª edição do Prêmio, finalizada em 2024, contemplou 25 Mestres. Além da premiação no valor de R$15 mil, cada mestre receberá um certificado alusivo ao título de “Mestre da Cultura Popular de Belo Horizonte”.

Para entregar a premiação aos vencedores, a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, preparou uma celebração especial, que contará com a presença das Mestras e dos Mestres contemplados nas seis edições da Premiação. Todos eles também serão homenageados com uma escultura de autoria do artista mineiro Jorge dos Anjos. O evento terá ainda apresentações artísticas do Grupo Folclórico Aruanda. A cerimônia acontece neste sábado, dia 29 de junho, a partir das 11h, no Teatro Francisco Nunes. A entrada é livre e gratuita, sujeita à lotação do espaço.

A secretária municipal de Cultura e presidente interina da Fundação Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, destaca a importância deste reconhecimento público. “As Mestras e os Mestres da Cultura Popular cumprem um papel fundamental na sociedade, que é a transmissão dos saberes, das tradições, costumes e histórias que fazem parte da nossa identidade cultural. O Prêmio Mestres da Cultura Popular traz uma contribuição muito importante para que estas ações continuem sendo referências históricas para a cidade”, completa.

Para Carlos Henrique Bicalho, diretor de Patrimônio Cultural da Fundação Municipal de Cultura, a premiação colabora para que as práticas culturais populares e tradicionais sejam mantidas. “Não podemos deixar que tradições e costumes que compõem a nossa cultura se percam ou sejam esquecidas. Nossos mestres e mestras da cultura popular desempenham um papel fundamental na preservação, valorização e transmissão do patrimônio cultural local”, destaca.

O 6º Prêmio Mestres da Cultura Popular de Belo Horizonte contou com 91 inscrições. A diversidade de categorias presentes nesta edição da premiação demonstra a abrangência de expressões culturais abarcadas no Edital e a rica diversidade da cultura popular presente em Belo Horizonte. As Mestras e os Mestres indicados para participar do 6º Prêmio são reconhecidos como pessoas de referência por suas comunidades e são vinculados a vários segmentos da cultura popular de BH como bordado, capoeira, cultura alimentar, ofício de carroceiro, dança afro, reinados, candomblé, kimbanda, boi da manta, literatura de cordel, costura, hip-hop, medicina popular, omolokô, samba, viola, cavalo marinho e benzeção.

Mestras e mestres contemplados na 6ª edição

Eunice do Prado Miguel (in memorian)

Tinha 99 anos, era  Makota desde 1987, e atuava no Terreiro Nzo Jindanji  Kuna Nkosi, no Bairro Concórdia.

Evelina Pereira da Silva

Também conhecida como “Dona Amélia”, tem 83 anos e é Rainha Conga Guarda de Congo Nossa Senhora do Rosário do Bairro Urca e benzedeira no bairro Urca, na Pampulha desde 1976.

Carlos Alberto dos Santos

Conhecido como Cacá, tem 68 anos e há 34 anos é um guardião da Velha Guarda do Samba através de seu bar, no bairro São Paulo (Bar do Cacá), lugar de referência para o samba de BH.

Cecilia Maria Cesário

Também conhecida como “Mãe Cecília”, tem 85 anos e atua no Centro Espírita Pai João de Aruanda desde 1991, no Bairro Letícia.

César Augusto da Silva

Tem 54 anos e é uma importante liderança da religião de Matriz Africana e Instrutor de Língua Yorubá para iniciantes, desde 1992, no Ilê Axé  Oyá Kurugesi, no Bairro Paraíso.

Dino de Oliveira Marangoni

Tem 63 anos e atua como equilibrista, malabarista e palhaço, ator, professor circense, compositor, pesquisador da arte cômica e pesquisador do folclore e da cultura popular.

Elisabeth Maria Lisboa

Também conhecida como Mãe Beth, tem 65 anos e tem como atividade cultural a culinária tradicional e comida de terreiro, desde 1994, no Ilê Axé Afonjá Oxeguiri, no Bairro Concórdia.

Isabel Antônia Coutinho

Tem 74 anos, atua como líder comunitária e religiosa da Associação Cultural Afro-Brasileira Tenda Espírita Umbandista Pai João e Vovó Catarina de Aruanda – Nzo-Kabila, desde 1970, no Bairro Concórdia.

Joana de Araújo Silva

Também conhecida como “Mãe Inaré”, tem 79 anos, atua desde 1979 como Mãe de Terreiro no Centro Espírita Adequá Nanã Buruquê e Oxalá, no Bairro Camargos.

João Bosco de Araújo

Também conhecido como “Tat’etu  de Nkise Arabequem”, tem 69 anos, e atua como Tateto de Nkise desde 1975, no Conjunto Túnel de Ibirité, no Barreiro.

José das Graças Rolim

Tem 76 anos e atua como Mestre Bonequeiro desde 1980, em diversos locais de Belo Horizonte, entre eles os bairros Jardim Alvorada (Regional Pampulha) e Piratininga (Regional Venda Nova).

Júnia Bertolina da Silva

Tem 58 anos, atua como artista e arte-educadora de Dança Afro e Corporeidades Negras desde 1995 na Cia. Baobá.

Kelma Zenaide da Silva

Tem 52 anos, atua como Culinarista desde 1993 no Bairro Serra Verde, tendo como referência a cultura alimentar de matrizes africanas.

Maria de Jesus Carlota

Tem 87 anos, atuante no Sagrado de Matriz Africana desde 1950. Liderança religiosa no Centro Cultural Religioso Angolense e Umbandista Nanã e Xangô, no Bairro Flávio Marques Lisboa.

Maria Eni Viana Santana

Também conhecida como “Dona Aninha” ou “Tia Aninha”, tem 87 anos é Benzedeira e Mãe de Santo desde 1976, no Terreiro Pai Joaquim de Embaé, no Bairro São Lucas.

Maria Nilce Lopes Cardoso

Tem 70 anos, e atua como Benzedeira desde 1971 no Bairro Pirajá.

Neli Martins de Souza

Também conhecida como “Yá Neli” ou “Mãe Neli”, tem 73 anos e atua como Benzedeira/Raizeira e Mãe de Santo desde 2003, no Bairro Santa Terezinha.

Nelson Mateus Nogueira

Também conhecido como “Tat’etu Nepangi”, tem 96 anos, é pessoa fundamental da história dos sagrados de matrizes africanas em Belo Horizonte. É um dos precursores da Festa de Pretos Velhos e Iemanjá e atua como Tat’etu de Nkise desde 1961, no Bairro Sarandi.

Norberto Fernandes Damasceno

Mestre Beto Onça tem 61 anos e atua como Mestre de Capoeira desde 1978.

Olegário Alfredo da Silva

Tem 70 anos, atua como Cordelista, Xilogravurista e Rabequeiro há cerca de 50 anos em várias cidades, escolas, comunidades e festas literárias.

Reinaldo de Oliveira

Mestre Rei, tem 62 anos e atua como Mestre de Capoeira desde 1976 na Igreja das Mercês no Bairro Paraíso.

Ricardo Casimiro Gasparino

Tem 53 anos e atua como Capitão de Reinado e Mestre do Boi da Manta desde 1994, no Bairro Concórdia.

Sebastião Alves Lima

Tem 61 anos e é Mestre Carroceiro desde 1968, atua no Barreiro e Região Metropolitana.

Iracema Pereira Moreira

Tem 77 anos e é Rainha Perpétua da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá desde 1989, no Bairro Itaipu.

Fauze Elias Nacle

Tem 80 anos e é referência para o carnaval de Belo Horizonte sendo fundador e presidente do Bloco Caricato Corsários do Samba, atuante desde 1961, no Bairro Floresta.

Premiação consolidada

A primeira edição do Prêmio Mestres da Cultura Popular ocorreu em 2014, quando foram agraciados três mestres da cidade, entre 30 inscritos; a segunda premiação, em 2015, contou com 19 candidatos e três contemplados. O prêmio foi retomado em 2019, com a 3ª edição, quando novamente foram três contemplados, dentre 47 concorrentes. A edição também prestou uma homenagem póstuma a Wanda de Oliveira (Dona Wanda, falecida em 2019, no decorrer do concurso), matriarca, parteira e benzedeira na Comunidade Quilombola de Mangueiras. Na 4ª edição do Prêmio, foram 93 inscritos e 25 trajetórias contempladas, número oito vezes maior que a edição anterior, somando R$375 mil em premiações e evidenciando o reconhecimento do Poder Público à importância das culturas populares. Iniciada em 2021 e finalizada em 2022 a 5º edição da premiação obteve 86 inscrições e 25 contemplados com premiação de R$ 15 mil para cada um dos selecionados.

O artista Jorge dos Anjos assina a escultura que será entregue aos Mestres

Jorge dos Anjos, celebre artista mineiro, é escultor, desenhista e pintor. Suas obras são inspiradas nas culturas e heranças africanas e foram expostas no Brasil, Estados Unidos, Europa e África. A paisagem de Belo Horizonte é marcada pela imponência de suas obras feitas em aço corten, tais como: o “Portal da Memória”, na Lagoa da Pampulha; “Aya – Árvore da Vida pela Vida”, no Centro de Referência da Juventude e “Zumbi: Liberdade e Resistência”, na Avenida Brasil.

Para homenagear as Mestras e Mestres e criar a identidade do Prêmio Mestre da Cultura de Belo Horizonte, Jorge dos Anjos concebeu uma obra inspirada na representação de Oxalá, símbolo de paz, equilíbrio, harmonia e sabedoria deste povo.

Mestras e mestres premiados nas outras 5 edições do prêmio

1º Edição – 2014

●        Dalila Senra Fabrini – Dona Dalila (em memória)

●        José Luiz Lourenço – Mestre Conga

●        Isabel Casimira das Dores Gasparino – Dona Isabel (em memória)

2ª Edição – 2015

●        Zilda Pereira Lisboa – Tia Zilda

●        Serafina Terezinha Pereira – Dona Fininha (em memória)

●        Antônio Maria Cavalieri – Mestre Cavalieri (em memória)

3ª Edição – 2019

●        Efigênia Maria da Conceição – Mametu Muiande

●        Paulino Caldeira Barros

●        Nelson Pereira da Silva

4ª Edição – 2020


●        Palmira Barbosa Ramos

●        Irene Bispo Martins

●        José Francisco Candido

●        Maria Nascimento da Silva

●        Max Borges Monteiro

●        Geraldo Antônio da Silva

●        Isabel Casimira Gasparino

●        Maurício Lino Moreira

●        Sidney Ferreira da Silva

●        Eni Carajá Filho

●        Ricardo de Moura

●        Marcos Rhossard Prado

●        Wanderson dos Santos

●        Maria Gonçalves Santos

●        Ana Eliza de Souza

●        Dulcinea Fernandez

●        Amadeu Martins

●        Joviano Efigênio de Brito

●        William Douglas Guimarães

●        João Bosco Alves da Silva

●        Ione Maria de Oliveira

●        Adriane dos Santos Silva Quintão

●        Rodolfo Alexandre Cascão Inácio

●        Hélio Valeriano de Souza

●        Raimundo Nonato da Silva


5ª Edição – 2022/2023

●        Hélio dos Santos Ferreira

●        Geraldo André da Silva

●        Iêda Paixão de Oliveira Ferreira Novaes

●        Vânia Aparecida Pires da Cruz

●        Ângela Maria Miguel – Nengua Monasanji

●        Célia Gonçalves Souza – Makota Celinha

●        Ana Clelia Moreira Pinto

●        Maria das Graças Andrade da Silva – Vó Maina

●        Ulisses Luiz Mafaldo – Ulisses de Yemanjá

●        Aparecida Ana de Arruda Vieira

●        Julio Cesar Santiliano –  Pai Italeuazé

●        Guaraci Maximiano dos Santos – Pai Guaraci

●        Evandro dos Passos Xavier

●        Daisy Lisboa Januário

●        Maria de Fátima Nogueira – Mam’etu Kitaloyá

●        Vimara Tarcizia do Nascimento Silva

●        Cassia Cristina da Silva – Makota Kidolailê

●        Carlos Augusto de Farias

●        Raimundo Ferreira de Sousa – Mestre Ray

●        Kelly Simone da Cruz Conceição Santos

●        Maria Bernadete Fonseca Fiorini

●        Higino Simplício de Almeida

●        Jurandir Francisco do Nascimento

●        Edson Moreira da Silva

●        Jaime Alves Pimenta

Serviço

Cerimônia de Premiação – Prêmio Mestres da Cultura Popular de Belo Horizonte

Data: sábado (29), às 11h

Entrada gratuita: sujeito à lotação do espaço

Local: Teatro Francisco Nunes – Av. Afonso Pena, S/N – Parque Municipal Américo Renné Giannetti