BH e Região Metropolitana
Prevenção contra incêndio é destaque do projeto Ambientar no Lagoa do Nado
Ensinar as crianças e os adultos sobre a importância da preservação do meio ambiente, evitando a queimada e valorizando a presença dos profissionais que combatem incêndios florestais Esse é o principal objetivo da “Oficina do Fogo”, atividade de educação ambiental que faz parte do projeto Ambientar, que movimentou o Parque Municipal Lagoa do Nado, nesse final de semana
Ensinar as crianças e os adultos sobre a importância da preservação do meio ambiente, evitando a queimada e valorizando a presença dos profissionais que combatem incêndios florestais. Esse é o principal objetivo da “Oficina do Fogo”, atividade de educação ambiental que faz parte do projeto Ambientar, que movimentou o Parque Municipal Lagoa do Nado, nesse final de semana.
A atividade é feita em parceria com a Brigada 1, voluntários da capital e parceiros da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB). O Ambientar é um projeto realizado mensalmente pela Fundação, Guarda Civil Municipal (GM), ONG Brigada 1 e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Com o devido acompanhamento dos pais, durante a “Oficina do Fogo” são colocados nas crianças, equipamentos de proteção que um brigadista usa para ir pro fogo, como gandolas, capacetes, óculos e luvas. Na sequência, os brigadistas simulam um incêndio, colocando alvos de madeira com formato das chamas na floresta, como se fosse fogo. Ana Carina Roque é Agente de Serviço Ambiental da FPMZB e responsável pela “Oficina do Fogo”. Segundo ela, o objetivo do trabalho é conscientizar, principalmente os pequenos, sobre o assunto.
“Com essa forma de brincar, a gente consegue ensinar e transmitir essa informação, essa ideia, sensibilizando as crianças, jovens e adultos de que é importante combater os incêndios florestais, desde que se tenha treinamento e equipamentos adequados. De forma lúdica, mostramos como é importante o trabalho dessas pessoas que ficam à frente das chamas, que é um trabalho perigoso e difícil, mas que ajuda a preservar a biodiversidade e o meio ambiente”, diz a Agente Ambiental explicando ainda que todos os brigadistas que participam da ação, trabalham de forma voluntária.
Para a bióloga Ludmila Mendonça, mãe do Eduardo, de 3 anos e que participou da ação, passar esses ensinamentos para as crianças pode fazer diferença no futuro. “Eu acho muito importante essa atividade. Ele está gostando demais e achei fantástico aprender na prática que esse trabalho do brigadista é muito importante. É mais fácil educar uma criança do que um adulto. A criança prospera nisso tudo que é ensinado pra ele aqui. Isso é fundamental para que ele aprenda a ter essa consciência de que colocar fogo nas matas é algo muito ruim para todas as pessoas, plantas e animais”, disse Ludmila.
Fogo e estiagem
Durante todo o ano é fundamental chamar a atenção das pessoas para a prevenção e o combate aos incêndios florestais, mas com o fim do período chuvoso, isso se torna ainda mais urgente. “A gente começa a entrar agora numa época de redução das chuvas, a estiagem, que é uma época que começam a ter mais incêndios florestais que muitas vezes são resultado de ações humanas como queima de lixo, fogueiras, rituais religiosos que envolvem fogo e velas e queima de restos de poda, por exemplo”, disse Ana Carina.
Segundo ela, é preciso estar atento a toda ação que envolve o fogo para que não se perca o controle. “Se a pessoa não monitora o fogo, ele pode perder o controle e virar incêndio. O incêndio florestal é todo fogo que se perde o controle. Muitos ambientes foram moldados convivendo por milhares de anos com esse elemento natural. Mas quando a gente provoca um incêndio de forma intencional ou acidental, ele pode destruir. E é justamente quando as chuvas param e a vegetação começa a ficar ressecada e desidratada que ele ganha maior força. Por isso é muito importante que as pessoas em Belo Horizonte tenham em mente as formas de se evitar os incêndios florestais”, concluiu a agente da Fundação.
Outras ações
Durante a manhã desse domingo, quem foi ao Parque Lagoa do Nado, pôde ver as atividades do projeto “Ambientar” que contou com jogos, exposições de insetos e peixes, oficinas e bate-papos com temáticas ambientais. A programação teve como tônica o Dia Mundial da Terra, comemorado nesta segunda-feira, 22 de abril. Parceira desse trabalho, a Universidade Federal de Minas Gerais esteve presente com alguns projetos, entre eles a Liga Acadêmica de Estudos em Biodiversidade de Insetos, que levaram para os visitantes uma vasta exposição de insetos recolhidos no próprio campus da universidade. Os alunos são parceiros do projeto desde meados de 2023.
“Quando a gente vê o público chegando aqui e vendo os bichos é muito gratificante. Nós trabalhamos basicamente com insetos colhidos para nossas próprias pesquisas e o pessoal gosta muito de ver porque não conhece o tamanho da diversidade que temos em nosso país, principalmente de insetos, que é um grupo tão desvalorizado. Quando a gente mostra, a gente vê que eles se interessam muito. Esse é um trabalho de educação ambiental muito legal de fazer. Crianças e adultos se interessam. Pais que fazem caminhada e trilhas aqui no parque sempre têm perguntas pra fazer pra gente”, explica Eduardo Vilaça, aluno da universidade.
O Projeto Ambientar é promovido uma vez por mês nos parques de BH e, além do trabalho de prevenção e combate ao fogo, mostra para a população a atuação de instituições públicas municipais na proteção da fauna e da flora e a importância da preservação da biodiversidade e dos parques para a qualidade de vida em toda a cidade por meio de atividades promovidas pela Prefeitura e instituições parceiras.
O parque
Localizado na região norte de Belo Horizonte, entre os bairros Planalto e Itapoã, o Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado possui uma área de aproximadamente 311 mil metros quadrados e foi implantado em 1994. Com uma infraestrutura composta por biblioteca, sala multimeios, teatro de bolso, teatro de arena, quadras poliesportivas, pista de skate, campo de futebol, pista para caminhadas e viveiro de mudas, o parque realiza diversas atividades de educação ambiental pois possui uma vegetação composta por espécies do Cerrado e por uma Mata Ciliar que circunda uma lagoa de 22 mil metros quadrados.