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BH e Região Metropolitana

Carnaval de BH 2024 tem recorde de foliões e turistas nas ruas da cidade

O Carnaval de Belo Horizonte 2024 terminou nesse domingo (18) marcado pela segurança, diversidade, limpeza e alegria Depois de 23 dias intensos de folia por todas as regionais da cidade, a capital mineira apresenta números recordes nos principais indicadores, contabilizando 5,5 milhões de foliões, entre eles 262 mil turistas, e uma movimentação financeira de R$ 943 milhões

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Carnaval de BH 2024 tem recorde de foliões e turistas nas ruas da cidade

O Carnaval de Belo Horizonte 2024 terminou nesse domingo (18) marcado pela segurança, diversidade, limpeza e alegria. Depois de 23 dias intensos de folia por todas as regionais da cidade, a capital mineira apresenta números recordes nos principais indicadores, contabilizando 5,5 milhões de foliões, entre eles 262 mil turistas, e uma movimentação financeira de R$ 943 milhões. E a festa agradou: recebeu avaliação média de 8,7 e atendeu ou superou as expectativas de 78,8% dos foliões, segundo pesquisa realizada pelo Observatório do Turismo de Belo Horizonte.

Com o objetivo de identificar e monitorar as características dos foliões – moradores e visitantes – que participaram do Carnaval de Belo Horizonte em 2024, a Belotur aplicou sua tradicional pesquisa do folião. A avaliação média geral do Carnaval de Belo Horizonte 2024 foi de 8,7, seguindo a mesma nota do ano passado. A marca de 78,8% dos foliões tiveram suas expectativas atendidas plenamente e superadas em relação ao evento e, para 42,6%, elas foram superadas. Estes resultados destacam satisfação com a experiência vivida no Carnaval de Belo Horizonte.

Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (19), o prefeito Fuad Noman e o presidente da Belotur, Gilberto Carvalho, apresentaram os dados da folia em Belo Horizonte. “Os números apresentados hoje mostram que houve uma evolução do Carnaval de Belo Horizonte em relação à festa do ano passado. Tivemos mais foliões nas ruas, mais negócios foram gerados para a economia da cidade e tivemos um Carnaval em que as mulheres e os foliões puderam se divertir com mais segurança. Foi um Carnaval muito alegre. Temos que destacar que nós, Prefeitura e empresas parceiras, estamos aqui para dar a estrutura necessária e criar as condições para que a população possa se divertir. O Carnaval é do povo”, comemorou o prefeito Fuad Noman.

A pesquisa do Observatório do Turismo realizou 1,1 mil entrevistas com foliões entre os dias 9 e 13 de fevereiro, gerando informações quantitativas e qualitativas sobre dados socioeconômicos, hábitos de consumo, avaliação da infraestrutura e satisfação em relação ao evento. Os questionários foram aplicados presencialmente em 25 blocos de rua, com representatividade nas regionais e maior concentração de público e diversidade de estilos. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, com grau de confiança de 95%.´

Dentre os visitantes e moradores que declararam ter participado em edições anteriores, 57% afirmaram que o evento melhorou (os quesitos mais citados foram a organização, 49,6%; infraestrutura geral 23,6%; e segurança 13,9%) e 92,5% afirmaram que pretendem voltar na próxima edição do Carnaval de Belo Horizonte.

A pesquisa ainda destaca que, dentre os foliões, 83,3% são moradores e 16,7% são visitantes, número maior que no ano passado, quando 15,1% do público era formado por turistas. A maioria dos visitantes é do interior de Minas Gerais (59,8%), seguido por São Paulo (11,4%); Distrito Federal (8,2%); Paraná (3,8%); Espírito Santo (3,3%); Bahia, Goiás e Santa Catarina (2,2%). As principais cidades são Brasília (7,1%); São Paulo (6%); Divinópolis (4,9%) e Curitiba (4,3%). A estimativa do número de turistas na cidade foi de 262 mil pessoas (16,7% dos participantes).

Os visitantes permaneceram, em média, 3,8 dias no período do Carnaval, com o gasto médio individual diário per capita de R$ 437,69, tendo um aumento em relação a 2023, que registrou gasto médio de R$ 309,92. O total do gasto individual médio em 2024 foi de R$ 1.437,36 durante todo o evento.

Quando observado o comportamento dos moradores, o gasto médio total per capita (durante todos os dias do evento) foi de R$ 432,44, um acréscimo se comparado ao último ano, que registrou R$ 365,04. Os visitantes se hospedaram em sua maioria em casa de parentes e amigos (65,1%); hotéis e pousadas (23,3%); e Airbnb (5,2%).

Conforme constatado na pesquisa, 53,3% dos visitantes se identificam com o gênero feminino e 46,2% com o gênero masculino. A idade média dos visitantes foi de 29 anos e a renda familiar mensal, com maior ocorrência, foi a faixa acima de 10 salários mínimos (22,3%). Quando observados os resultados para os moradores, tem-se que a maior parte (56,3%) se identifica com gênero feminino e 42,9% com o gênero masculino. Do público entrevistado, 65% são solteiros e 47,3% têm ensino superior.

Ainda foi perguntado sobre a importância de promover o respeito à diversidade sexual e de gênero nos eventos públicos, com notas de 1 a 10, sendo 1 pouco importante e 10 muito importante. Os foliões deram a nota de 9,6 para esta política pública. Entre os participantes da pesquisa, 25,7% mencionaram fazer parte da LGBTQIAPN+.

Movimentação no Aeroporto e na Rodoviária

Os desembarques na Rodoviária de Belo Horizonte, de acordo com o Terminas BH, aumentaram em 4,7% em relação ao mesmo período do último ano. Em 2023, ocorreram 63.943 desembarques entre os dias do feriado do Carnaval. Em 2024, foram 66.962 desembarques na capital mineira. Já o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, conforme apurado com o BH Airport, recebeu 179 mil passageiros no período do feriado do Carnaval de 2024, um aumento de 3,5% em relação à mesma época do ano anterior.

Rede Hoteleira

O Carnaval de Belo Horizonte 2024 movimentou o setor hoteleiro neste mês de fevereiro, em especial entre os dias 9 e 13 de fevereiro. A taxa de ocupação de toda a cidade atingiu 71,36%, superando a porcentagem de 68,92% do último ano. Já a região Centro-Sul alcançou a média de 80,89%, muito acima da média de 2023 quando chegou a 71,27%. Todos os dados sobre a ocupação hoteleira da cidade são da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIHMG).

Programação no Parque Municipal

Cerca de 1,5 mil foliões participaram do Kandandu, encontro de blocos afro que abriu a Programação de Carnaval no Parque Municipal Américo Renné Giannetti nos dias 9 e 10 de fevereiro. A festa terminou sem qualquer dano ao espaço ou aos cerca de 400 gatos que vivem no parque. A Prefeitura de Belo Horizonte montou um esquema especial com duas ambulâncias e equipe especializada em resgate de fauna para estarem no local, formada por quatro médicos-veterinários socorristas e bombeiros civis.

Um dos veículos funciona como uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) móvel, totalmente equipado para casos de emergência. Não houve necessidade de nenhum atendimento por parte da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que monitorou todo o evento. Durante as rondas, verificou-se que os animais não foram afetados pela festa.

Os cuidadores dos gatos que são parceiros da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica realizaram normalmente as atividades juntos aos animais nos dois dias de programação, dentro das normas acordadas com a administração do espaço.

O Kandandu foi a única programação do Carnaval de Belo Horizonte 2024 realizada no parque, com palco montado em uma área de gramado ao lado do Palácio das Artes. A Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte (GCMBH) não registrou nenhuma ocorrência nos dias de programação do carnaval do Parque Municipal. Na sexta-feira (9), o efetivo empenhado para o local foi de 65 guardas municipais. No sábado (10), 88 agentes atuaram no patrulhamento do evento.

Blocos de Rua

Desde o dia 27 de janeiro, a maior festa de rua de Minas Gerais tomou novamente a cidade com muita alegria, cores e diversidade. A folia belo-horizontina contou com uma programação extensa e descentralizada, com 418 cortejos, recorde em comparação aos outros anos, saindo pelas nove regionais do município. Do total, 168 desfiles foram realizados pela primeira vez, demonstrando o crescimento da festa por todos os pontos da cidade.

A Prefeitura de Belo Horizonte é pioneira na criação de editais de auxílio financeiro direto para os blocos de rua, o que demonstra o comprometimento em oferecer para os turistas e moradores uma das melhores experiências de Carnaval do país, assim como o compromisso em valorizar os atores da festa. Neste ano, a Belotur contemplou 105 blocos, com investimentos de R$ 21,5 mil (50 blocos na Categoria A); R$ 12,5 mil (35 blocos na categoria B); R$ 7,5 mil (20 blocos na categoria C). O valor global aportado foi de R$ 1,66 milhões.

Escolas de Samba e Blocos Caricatos

A Escola de Samba Estrela do Vale, do Vale do Jatobá, região do Barreiro, e o Bloco Caricato Estivadores do Havaí, do bairro Havaí, região Oeste, foram os grandes campeões dos desfiles do Carnaval de Passarela de Belo Horizonte. Com o enredo ‘Vem Curtir Esta Viagem com o Pai da Aviação’, a Escola de Samba Estrela do Vale levantou as arquibancadas da avenida Afonso Pena e se consagrou como a grande campeã dos Desfiles das Escolas de Samba do Carnaval de Belo Horizonte de 2024 com 178,8 pontos. Proveniente do bairro Santa Cecília, região do Barreiro e criada em 2009, a agremiação levou o prêmio de R$ 95,4 mil. Nos Desfiles dos Blocos Caricatos, o vencedor foi o Bloco Estivadores do Havaí, que se sagrou bicampeão com o tema ‘África Como Você Nunca Viu’, faturando o prêmio de R$31,8 mil.

Seguindo o trabalho de valorização aos atores do carnaval da cidade, a Belotur aumentou os valores investidos nos desfiles das agremiações. Foi disponibilizado para as Escolas de Samba do Grupo Especial o valor de R$ 243,8 mil. O auxílio financeiro disponível para o Grupo de Acesso foi de R$ 146,2 mil. Já para os Blocos Caricatos o investimento foi de R$ 67,4 mil. O montante total investido foi de R$ 3,12 milhões, sendo R$ 2,53 milhões para as Escolas de Samba e R$ 589,3 mil para os Blocos Caricatos. Em 2023, o total aportado foi de R$2,25 milhões.

Segurança

Oferecer à população um Carnaval seguro, onde a alegria e a diversão tomassem conta das ruas, sem dar espaço à violência, a danos ao patrimônio público ou a ocorrências de importunação sexual. Essa era a meta da PBH, e o trabalho da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte (GCMBH) e do Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte (COP-BH) foram fundamentais para o sucesso da folia.

Com a participação de mais de 20 instituições e cerca de 500 colaboradores atuando de forma conjunta, o Posto de Comando montado no COP-BH, durante 14 dias, permitiu o acompanhamento da festa em tempo real, com ações planejadas e rápida tomada de decisões.

O monitoramento contou com 4.589 câmeras espalhadas por toda a cidade, sendo 819 novas e modernas, dotadas de softwares analíticos e inteligência artificial, com capacidade de detectar movimentos ou situações de risco que demandassem atenção especial por parte das forças de segurança. No Carnaval de 2023, o total era de 3.737 câmeras para o videomonitoramento.

A capacidade de visualização remota da cidade foi otimizada com a utilização de 12 drones que fizeram o acompanhamento do desfile de 51 blocos, transmitindo imagens aéreas dos cortejos em tempo real para as telas do Posto de Comando. O COP-BH registrou 290 ocorrências integradas, que demandaram a atuação conjunta entre duas ou mais instituições. A maioria foi relacionada à intoxicação por bebidas alcoólicas.

Equipes volantes

O Posto de Comando do Carnaval contou ainda com a atuação de 154 equipes volantes integradas, compostas por fiscais, guardas municipais e apoio de policiais militares, que somou o empenho de 964 servidores. As equipes foram distribuídas entre as nove regionais da capital para atender ocorrências que demandavam uma ação fiscal integrada, coibindo a venda de bebidas em garrafas de vidro e a obstrução não programada de vias, entre outras irregularidades.

A adoção de um Protocolo Integrado para a dispersão dos blocos já vinha sendo praticada anteriormente e se consolidou neste ano, garantindo uma ação padronizada, com medidas coordenadas para o desligamento de som, a dispersão de ambulantes e dos foliões, a limpeza da área e a reabertura de trânsito, para o restabelecimento rápido da normalidade das vias da cidade. Neste ano, o número de ocorrências nos horários de dispersão noturno caiu 81% em relação a 2023: foram sete casos, contra 37 registros no ano passado.

Guarda Municipal

A Guarda Civil Municipal atuou no patrulhamento caracterizado pela relação de proximidade com os foliões, com rondas a pé para acompanhar o trajeto dos blocos e presença em todos os demais espaços com eventos. Os agentes tiveram uma atuação pautada pela garantia do respeito às diversidades entre foliões de diferentes classes sociais, cor de pele, orientação sexual e idade, assim como o combate à importunação sexual, que este ano foi fortalecido com o Grupamento de Proteção à Mulher “Guardiã Maria da Penha”, criado em abril de 2023.

As agentes femininas subiram nos trios e também circularam entre as foliãs, distribuindo tatuagens removíveis da campanha NÃO É NÃO, que agora é lei federal. O alerta repassado foi de que a folia poderia terminar na cadeia para quem insistisse em paqueras não correspondidas, em fazer brincadeiras de cunho sexual ou em manter contato à força com qualquer pessoa, após uma recusa da outra parte.

Outra novidade desde ano foi a atuação do Grupamento de Apoio ao Turista, composto de guardas bilíngues com domínio do inglês, espanhol, francês e japonês para auxiliar turistas estrangeiros. Eles auxiliaram 592 turistas de outros países.

Segurança

Para manter a sensação de segurança como uma das principais motivações do folião ao escolher o Carnaval de Belo Horizonte, uma média diária de 1,1 mil guardas municipais atuaram na cidade, marcando 8.853 presenças em desfiles e espaços diversos. Durante todo o período, foram realizadas 1.292 abordagens a pessoas em situação suspeita e 13.914 pessoas foram alertadas pelos agentes com dicas de autoproteção, por estarem usando celular ou expondo objetos de valor em público.

Os guardas municipais atenderam a 9.417 solicitações de informações feitas por foliões e fizeram a detenção de 90 suspeitos de crimes e delitos, encaminhando-os para delegacias da Polícia Civil. Foram registradas 125 ocorrências.

Mobilidade

A operação de mobilidade para o Carnaval de Belo Horizonte 2024 contou com o trabalho de cerca de 440 profissionais da BHTrans e da Superintendência de Mobilidade do Município (SUMOB), atuando diretamente nas ruas ou no COP-BH. Durante os desfiles de blocos na capital, foram feitas aproximadamente 4 mil interdições nas ruas da cidade.

As áreas delimitadas para os desfiles de blocos foram ampliadas de sete para oito, sendo cinco na área central, uma em Santa Tereza, uma na Pampulha e uma na Avenida dos Andradas. Essa estrutura fixa de interdições de vias e desvios no trânsito foi fundamental para garantir a segurança durante os desfiles, preservando a mobilidade e minimizando os impactos para quem precisou se deslocar para  trabalhar. A Rota Hospitalar, que liberou o acesso às regiões dos hospitais, foi uma das prioridades durante a folia.

A parceria entre a Prefeitura de BH e a Google permitiu que 100% das intervenções de trânsito para os desfiles dos blocos estivessem disponibilizadas no Waze e no Google Maps. A iniciativa foi um sucesso, orientando os motoristas sobre os locais interditados e o melhor caminho para chegar ao destino. Mais de 800 alterações semafóricas foram feitas para adequar a sinalização às demandas momentâneas e operacionais do trânsito.Durante o período do Carnaval, 1.401 linhas de ônibus tiveram os itinerários desviados e mais de 270 banners foram implantados nos pontos de ônibus alertando para as alterações no transporte coletivo. As informações também puderam ser acessadas pelo celular, por meio da tecnologia de compartilhamento de dados da Prefeitura que alimentou os aplicativos sobre o transporte aos usuários da capital.

Foram realizadas 14,6 mil  viagens de transporte coletivo por dia, com cumprimento de mais de 95% das viagens programadas. Foram implantados 17 pontos de táxi no entorno das áreas reservadas para desfiles dos blocos, e faixas indicavam os locais de interdições aos foliões.Uma das novidades deste ano no transporte coletivo foi a ampliação do serviço Ponto Fora do Ponto. Com o objetivo de dar mais segurança aos usuários, principalmente para as mulheres, os ônibus estavam autorizados a parar fora do ponto. O serviço funcionou 24 horas por dia durante o Carnaval e o Pós-Carnaval.

O Posso Ajudar realizou 7.044 atendimentos, com informações sobre trânsito e transporte, além de prevenção às infecções sexuais e serviços da rede SUS-BH. Os postos do serviço estavam distribuídos em quatro pontos estratégicos da cidade, três na região do Centro e um na Savassi. A operação Cata Perdido transportou mais de 100 usuários do transporte coletivo que tinham dificuldades para acessar os novos pontos de ônibus.

As postagens de serviço sobre os desfiles dos blocos, interdições do trânsito e transporte coletivo tiveram mais de 1,4 milhão de visualizações nas redes sociais da BHTrans.

Limpeza Urbana

A Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) montou um esquema especial que garantiu a limpeza da cidade logo após os desfiles dos blocos. Um efetivo aproximado de 1.450 garis trabalhou exclusivamente nos locais da folia, atuando antes da passagem dos blocos, durante os desfiles e depois da dispersão dos foliões. As equipes recolheram 1.022 toneladas de resíduos, de 27 de janeiro a 18 de fevereiro.

A contratação de garis para trabalharem exclusivamente no Carnaval permitiu que todos os serviços rotineiros de limpeza urbana fossem mantidos normalmente na cidade durante o período da folia. Também foram disponibilizados, durante o Carnaval, contêineres de 240 litros para as pessoas descartarem seus resíduos.

A coleta seletiva durante os desfiles dos blocos recolheu 29,7 toneladas de recicláveis. O trabalho foi feito por 240 catadores de materiais recicláveis, que trabalharam de 10 a 13 de fevereiro. A Prefeitura disponibilizou a estrutura dos três centros de triagem para onde os catadores levaram o material recolhido (Savassi, Santa Tereza e Centro), banheiro químico, alimentação (lanche da manhã, almoço e lanche da tarde), água e suporte operacional.

Foram coletadas 4 toneladas de vidro, em 22 contêineres especialmente instalados pela SLU. Para a lavação das ruas, foram gastos 3,2 milhões de litros de água, 47.333 litros de água sanitária e 1.159 quilos de sabão.

Fiscalização

A Fiscalização de Controle Urbanístico e Ambiental da Prefeitura de Belo Horizonte atuou com um efetivo de mais de 600 profissionais, entre fiscais e agentes. As equipes distribuídas em todas as regionais realizaram 4.056 ações fiscais, quantia superior a quase 35% no comparativo com a edição do Carnaval do ano passado.

A fiscalização priorizou ações educativas e orientativas e vistoria das normas relacionadas à segurança dos foliões, a exemplo de cumprimento da programação dos blocos, dispersão de ambulantes no encerramento do desfile e licenciamento de eventos em espaços públicos e privados. As abordagens aos ambulantes buscaram conferir a documentação de licença e produtos comercializados.

Além das atividades nos locais de desfiles dos blocos as equipes executaram 302 vistorias de poluição sonora demandadas pela comunidade tendo como fontes de ruídos os estabelecimentos comerciais e eventos. No balanço da atuação dos fiscais consta 39 apreensões, entre produtos comercializados em desconformidade com os termos da licença e produtos vendidos por ambulantes não credenciados.

Grande parte foi de bebidas em vasilhames de vidros, cuja comercialização é proibida por trazer riscos à segurança do público.

Nos dias que antecederam a folia, equipes de fiscalização realizaram a  campanha educativa “Carnaval é na lata!”, que incluiu visitas a todos os bares e restaurantes instalados nas 800 vias que foram palco de desfiles dos blocos.

Saúde

O trabalho da Secretaria Municipal de Saúde durante o Carnaval 2024 foi organizado para garantir ações de promoção à saúde, prevenção de doenças, cuidados assistenciais e redução de danos. O resultado das estratégias foi a queda do número de atendimentos nos Postos Médicos Avançados (PMAs) e do SAMU em relação à folia de 2023.

No período de 9 a 14 de fevereiro deste ano, o SAMU atendeu 113 ocorrências especificamente envolvendo foliões. Em 2023 foram 150. Já nos Postos Médicos Avançados (PMAs), montados no Centro de Referência das Juventudes (CRJ) e na UPA Centro-Sul, foram atendidas 306 pessoas. Desses casos, cerca de 31% foram relacionados à intoxicação alcoólica. Em 2023, 393 pessoas foram atendidas nos PMAs.

Durante a folia, grupos de arte mobilizadores, técnicos e redutores de danos do Programa BH de Mãos Dadas Contra a Aids e Mobiliza SUS participaram do evento, com ações de prevenção às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) em pontos fixos da cidade, em parceria com a BHTrans e com a SUMOB.

Nas ações realizadas antes e durante o Carnaval, foram distribuídos 616 mil preservativos externos/ masculinos e 37 mil preservativos internos/femininos, 341 autotestes HIV, 123 mil sachês de gel lubrificante e 15 mil folders com informações sobre prevenção e serviços ofertados na rede SUS-BH. Os blocos também foram parceiros nas ações, distribuindo os preservativos aos foliões durante os desfiles.

Cuidados com a alimentação

Para garantir o cuidado com a alimentação da população e dos foliões durante o Carnaval 2024, as vistorias de Vigilância Sanitária (VISA) foram reforçadas em bares, restaurantes, supermercados, padarias e lanchonetes. Antes da folia, foram realizadas 752 vistorias que resultaram na interdição de oito estabelecimentos e 11 multas.

A VISA esteve de plantão todos os dias do Carnaval 2024 para atender as denúncias registradas nos canais oficiais da Prefeitura. Foram 11 denúncias relacionadas à alimentação.

Zap Folia

O número de atendimentos do Zap Folia, canal de atendimento pelo WhatsApp da Ouvidoria de Belo Horizonte para o Carnaval, mais do que triplicou em 2024. Ao todo, foram recebidas 876 manifestações ente 27 de janeiro e 18 de fevereiro, período oficial da folia na capital. E, desta vez, os pedidos de orientação lideraram a demanda, com quase 90% das solicitações.

A Ouvidoria recebeu 760 pedidos relacionados à programação, localização dos blocos, transporte e outras demandas de orientação. O Zap Folia ainda recebeu 16 sugestões, todas relacionadas a melhorias na organização do evento, e 16 elogios sobre a festa na cidade. Foram registradas ainda 4 reclamações, sendo a demanda de ambulantes e a localização dos banheiros os temas mais recorrentes.

No Carnaval de 2023, a Ouvidoria registrou 278 manifestações, 113 foram reclamações, 142 pedidos de orientação, 13 sugestões e 10 elogios. Os assuntos mais abordados pelos foliões, no ano passado, foram: orientação e reclamação sobre blocos de rua, banheiro químico, trânsito e transporte público.

Cultura

A Secretaria Municipal de Cultura e a Fundação Municipal de Cultura ofereceram uma programação cultural descentralizada e inclusiva. Foram cerca de 70 atividades em Centros Culturais, Museus, Bibliotecas, Cinema e Teatro, proporcionando uma experiência única para mais de 10 mil participantes.

Os Centros Culturais distribuídos por toda a capital obtiveram um público de 4,8 mil pessoas em atividades pré-carnavalescas, que incluíram oficinas de adereços e instrumentos, exposições de artes visuais, bailes, saraus, contação de histórias e atividades especiais como a ação BH é Bamba, realizada em celebração ao Dia Nacional do Samba.

Os Museus Municipais também ofertaram diversas atividades, incluindo visitas educativas, oficinas e bailes. O sucesso da exposição «Clara Nunes – Eu Sou a Tal Mineira», no Museu da Moda (MUMO), proporcionou aos visitantes uma imersão nos aspectos marcantes da trajetória da icônica cantora Clara Nunes, explorando sua relação com a moda e o Carnaval, recebendo, inclusive, visita da Corte Momesca e da Velha Guarda do Samba. Até o momento, 4,5 mil pessoas já visitaram a mostra.

Na Casa do Baile – Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design, o Baile do Pitangomangolotango, uma matinê pré-carnavalesca com o tema “Jardim Brasileiro”, relembrou marchinhas e sambas inesquecíveis do passado. O Museu da Imagem e do Som de Belo Horizonte disponibilizou um vídeo marcante sobre o Carnaval de Belo Horizonte na década de 1990, que já conta com inúmeras visualizações.

No Museu Casa Kubitschek (MCK), o Carnaval também ganhou vida com uma oficina de máscaras carnavalescas inspiradas na fauna da Pampulha. No dia 24/02, uma visita mediada à exposição “Trama: Processos Educativos na Pampulha” explora a relação entre o Carnaval, as festas populares e a memória afetiva da cidade, com uma oficina de desenho criativo.

O Cine Santa Tereza celebrou o pré-carnaval com a realização da Mostra Curta o Samba, concebida a partir de acervo próprio e composta por nove sessões. Várias atividades também foram realizadas pelo Circuito Municipal de Cultura, nos Centros Culturais e no Teatro Raul Belém Machado, totalizando 11 ações que contaram com a participação de 65 artistas.

Iniciativas como o Inventário sobre o Carnaval e o Inventário do Samba como Patrimônio Cultural de Belo Horizonte também demonstram o compromisso das autoridades locais em preservar e promover a tradição do Carnaval, garantindo que elas continuem a fazer parte da vida e da história da cidade por muitos anos.