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Doação em Vida: Riscos e Implicações para o Planejamento Patrimonial – Parte I

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Caros leitores, bem-vindos a mais uma jornada pelo labirinto do planejamento patrimonial. Hoje, vamos explorar os riscos escondidos na doação em vida. Acompanhe-nos enquanto desvendamos essa trama complexa e cheia de surpresas.

A honra de ler nossas colunas antigas pode ser averiguada neste link.

A História de Dona Clara e Seus Filhos

Imagine Dona Clara, uma senhora sábia e generosa que decidiu antecipar a herança para seus três filhos: Pedro, João e Maria. Dona Clara acreditava que, ao doar suas propriedades em vida, evitaria futuras complicações e facilitaria a vida de seus filhos. Com o coração cheio de boas intenções, ela transferiu suas terras e imóveis para os filhos, mantendo para si apenas o direito de usufruto.

O Custo Total de ITCMD

Logo após a doação, os filhos descobriram um grande obstáculo: o Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). Como a doação foi feita de uma só vez, o imposto aplicou-se sobre todo o patrimônio de Dona Clara, resultando em um custo total significativo. Pedro, o filho mais velho, teve que explicar à família que, se tivessem esperado o curso natural da vida, o imposto poderia ter sido pago de forma mais gradual.

Avaliação pelo Valor de Mercado

Não demorou para que o governo estadual decidisse avaliar as propriedades doadas pelo valor de mercado, como permitido por lei. Para surpresa de todos, a avaliação foi bem superior ao valor declarado por Dona Clara. Isso aumentou ainda mais o ITCMD, causando um impacto financeiro inesperado. Além disso, Pedro lembrou a todos que o governo poderia reavaliar as propriedades dentro de cinco anos, gerando novos custos.

O Falecimento Precoce de João

A trama se complicou quando João, o filho do meio, infelizmente faleceu precocemente. Seu patrimônio, agora parte da doação antecipada, retornou ao espólio e precisou ser redistribuído. Isso gerou novos custos de transmissão e conflitos entre os herdeiros restantes sobre a melhor forma de lidar com a situação.

Conclusão

Dona Clara percebeu que a antecipação de herança, embora bem-intencionada, trouxe uma série de desafios e complicações. O que parecia uma solução simples revelou-se uma armadilha financeira e emocional.

Para evitar que outros cometam o mesmo erro, Dona Clara decidiu compartilhar sua história e aconselhar a todos a buscarem orientação de um profissional especializado em planejamento sucessório. Somente com um planejamento cuidadoso é possível proteger o patrimônio familiar e garantir uma transição suave e harmoniosa.

E assim, queridos leitores, encerramos mais um capítulo de nossa jornada pelo planejamento patrimonial. Lembrem-se de que cada decisão deve ser tomada com cuidado e orientação profissional. Até a próxima aventura!

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