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Bahia

Reeducandos do Conjunto Penal de Itabuna lançam “A Vida em Cena: Encena”, obra coletiva do projeto Virando a Página

Quinze reeducandos lançaram, hoje (18), no Conjunto Penal de Itabuna (CPI), o livro “A Vida Em Cena: Encena”.

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Reeducandos do Conjunto Penal de Itabuna lançam "A Vida em Cena: Encena", obra coletiva do projeto Virando a Página

Muitos deles já plantaram uma árvore e, também, já são pais. Faltava escrever um livro. Não falta mais. Quinze reeducandos lançaram, hoje (18), no Conjunto Penal de Itabuna (CPI), o livro “A Vida Em Cena: Encena”. A obra coletiva reúne textos dramáticos produzidos a partir de uma oficina do projeto Virando a Página – Remição Pela Leitura, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), por meio da Corregedoria-Geral de Justiça.

A oficina de leitura e escrita foi promovida pelo editor e organizador Alex Giostri, da Editora Giostri. O projeto, que já é realizado em diversas unidades prisionais, encontrou no CPI um terreno fértil. A unidade tem se destacado na educação, especialmente na Remição pela Leitura, com o programa Asas da Imaginação, da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), e projeto Relere, da 13ª Promotoria do Ministério Público Estadual.

Foto: Divulgação

O desembargador José Edivaldo Rocha Rotondano, que está se despedindo da Corregedoria-Geral após mandato de dois anos, afirmou que deixará como parte de seu legado a publicação de sete livros escritos por pessoas privadas de liberdade. “Visitei todas as unidades prisionais da Bahia, desenvolvemos diversos projetos, e deixamos como legado essa ideia de que a Justiça não é apenas para dar decisões condenando ou absolvendo, mas para buscar devolver à sociedade pessoas melhores. E apostamos na ressocialização por meio da Educação”, pontuou.

O diretor do Conjunto Penal de Itabuna, Bernardo Cerqueira Dutra, também destacou a Educação como ferramenta ressocializadora. “Lembrem-se do poder transformador da Educação. Busquem o conhecimento, um bem que ninguém pode tirar de vocês. Parabéns por mais essa conquista”, afirmou, direcionado-se aos reeducandos escritores.

Foto: Divulgação

O evento, organizado pela Socializa, empresa que administra o Presídio, teve, ainda, a participação de diversas autoridades, entre elas a juíza auxiliar da Corregedoria-Geral do TJBA, Rosemunda Souza Barreto, o juiz da Vara de Execuções Penais de Itabuna, Antônio Carlos Maldonado, do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA / Subseção de Itabuna), Rui Carlos, de representantes das secretarias estadual e municipal de Educação, e do pró-reitor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Sandro Ferreira, além da autoridade eclesiástica padre Ricardo, bem como do editor Alex Giostri e de familiares dos internos.

Autógrafos

O lançamento teve uma programação vasta, que incluiu leituras de trechos da obra, sessão de autógrafos e fotos com familiares e convidados. O livro já está à venda no site da Editora Giostri, neste endereço.

Os “requisitos” elaborados pelo poeta cubano José Martí para cada homem ou mulher nessa existência – plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro – foram cumpridos com louvor por 15 improváveis numa unidade prisional – ainda que um ou outro não tenha ainda experimentado a paternidade ou mesmo plantado uma árvore. “Viva a educação!”, resume a professora da Socializa no Conjunto Penal de Itabuna e uma das prefaciadoras do livro, Rute Praxedes.

Repórter: Daniel Thame/GOVBA