Colunistas
Santo Ivo, rogai por nós!
Domingo dia 19 de maio – Dia de Santo Ivo – padroeiro da advocacia.
Comumente, afirmamos a indispensabilidade da advocacia perante os juízos e tribunais, com fundamento na Constituição da república, em especial no artigo 133.
Reafirmamos a todo momento, nossas prerrogativas profissionais, oriundas de um texto democrático e cidadão – a lei ordinária 8.906, de 04 de julho de 1994, portanto, uma legislação em vista de completar seus 30 (trinta) anos de existência.
Somos vocacionados a servir o próximo.
Lidamos com sentimento, com patrimônio e com a liberdade daqueles que nos procuram.
Defendemos pessoas físicas e jurídicas, em juízo ou fora dele, sempre tratando com austeridade e denodo os interesses de outrem.
Pautamo-nos pelo exercício da advocacia consubstanciado em uma série de direitos, mas também dos nossos deveres, todos lá previstos no estatuto da advocacia e da Ordem dos advogados do Brasil.
Mas lá atrás, Santo Ivo, conhecido na tradição católica como aquele que defendia os necessitados e os órfãos, teve sua história marcada por sua luta em favor dos pobres.
Nasceu em 1253.
São 771 (setecentos e setenta e um anos) do nascimento de Santo Ivo, que ingressou na Universidade de Paris aos 14(quatorze) anos de idade, estudando ao lado de grandes mestres, como São Tomás de Aquino e Boa Ventura.
Doou-se, literalmente (de corpo e alma) aos mais pobres, vez que deu aos que mais necessitavam até mesmo seus objetos pessoais de valor e adotou uma vida fraterna e franciscana.
Faleceu em 1303, aos 50(cinquenta) anos de idade, aos 19 de maio. Em 1347, foi canonizado pela igreja católica.
Independentemente de qualquer orientação religiosa, fato é que merece destaque toda a vida e carreira deste que, por certo, merecidamente recebeu o título de advogado dos pobres.
Extrai-se do seu decálogo, algumas orientações que, quase 800 (oitocentos anos) depois, parecem ser ainda mais atuais:
• Não aceitar casos injustos; não utilizar no patrocínio dos casos meios injustos e ilícitos; tratar o caso de cada cliente com se fosse seu próprio; não poupar trabalho nem tempo para obter a vitória do caso que se tenha encarregado; amar a Justiça e a honradez; ser verídico, sincero e lógico.
Atualmente, passamos nós, advogados, por uma profunda transformação em nossas atividades. Saímos alguns anos atrás, de uma advocacia física, para uma verdadeira e profunda advocacia digital, com implemento de ferramentas e técnicas (até mesmo de inteligência artificial), baseado na tecnologia da informação.
Todavia, a essência de nossa atividade – falar por outrem, ser vocacionado a servir ao próximo, jamais desaparecerá.
Acreditar no múnus da defesa, na força de vontade do exercício diário de representar os interesses da sociedade civil, são elementos indissociáveis de nossa milenar profissão, que sempre encontrará guarida em qualquer civilização, porquanto, não há justiça sem a presença do profissional da advocacia.
Mas nunca é demais relembrarmos a história daqueles que nos antecederam como Santo Ivo, e pedir a proteção de todos os profissionais que trabalham com o direito através de sua intercessão.
Viva Santo Ivo, padroeiro dos pobres e da advocacia!