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Brasil

De HIV a desnutrição: estudo avalia 40 indicadores de saúde no Brasil nos últimos 29 anos;

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Uma parceria entre pesquisadores do Reino Unido, Brasil e Equador analisou a evolução de 40 indicadores de saúde ligados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) nos dois países sul-americanos. De acordo com a pesquisa, entre 1990 e 2019, o Brasil teve avanços notáveis em áreas como desnutrição, mortalidade neonatal e cobertura vacinal, mas uma piora em índices de HIV/AIDS, violência, mortes por desastres, taxas de suicídio, entre outros.

O estudo foi publicado na revista Public Health e teve participação do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos em Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), entre outros espaços de pesquisa e universidades brasileiros. A análise foi promovida pela Unidade Pesquisa em Determinantes Sociais e Ambientais das Desigualdades em Saúde (Sedhi).
 

Segundo comunicado da Fiocruz, o índice dos ODS apresentou uma mudança positiva de 46% no Brasil e de 24% no Equador. Análises de tendências indicam que, até 2030, esses índices crescerão em 70 pontos no Brasil e 65 pontos no Equador.

Confira os principais avanços e os desafios brasileiros.

Desnutrição e a mortalidade


De acordo com a pesquisa, Brasil e Equador reduziram significativamente os números de desnutrição crônica e aguda, as taxas de mortalidade neonatal, as prevalências de doenças tropicais negligenciadas, e as incidências de tuberculose e malária.

Vacinação


A mudança percentual positiva na pontuação da cobertura vacinal foi a mais expressiva nos dois países, com 424% de melhora para o Brasil e 357% para o Equador, evidenciando a efetividade das campanhas de vacinação. “Ambos os países ampliaram largamente a cobertura vacinal, em torno de 200% [somando os avanços dos dois]”, explicou a pesquisadora da Universidade Federal de Minas gerais (UFMG) e co-autora do artigo, Laís Cardoso, em comunicado da Fiocruz.

Registros de mortalidade


Em 2019, o Brasil registrou uma porcentagem mais elevada de óbitos bem certificados em comparação com o Equador. O índice brasileiro foi de 83,6%, enquanto no Equador foi de 69,4%, indicando uma maior precisão nos registros de mortalidade.

Assistência ao parto e planejamento familiar


Uma mudança positiva de mais de 20% foi observada nos países para a assistência ao parto qualificada. Além disso, também houve melhora em aspectos como planejamento familiar por meio de métodos contraceptivos.

Desafios persistentes


No Brasil e no Equador, a incidência de HIV, o consumo de álcool e a taxa de homicídios mostraram tendências preocupantes. Para ter ideia, a taxa de homicídios no Brasil dobrou em relação à do Equador. Nosso País apresentou uma taxa de 27,5 para 100 mil, enquanto o número do Equador foi 13,3/100 mil. Ao todo, entre 1990 e 2019, os seguintes indicadores pioraram:

Taxa de mortalidade por desastres
Prevalência de sobrepeso infantil
Incidência de HIV
Consumo de álcool
Prevalência de violência não íntima entre parceiros
Taxa de homicídios
Violência física
Violência sexual
Abuso sexual infantil
Taxa de mortalidade por suicídio (apenas no Brasil)